Antônio Paulino da Silva

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Antônio Paulino da Silva
Antônio Paulino da Silva
Juiz Antonio Paulino da Silva
Nascimento 22 de abril de 1867
São Paulo
Morte 14 de setembro de 1927
Rio de Janeiro
Nacionalidade  Brasil brasileira
Ocupação magistrado

Antônio Paulino da Silva, (São Paulo, 22 de abril de 1867 - Rio de Janeiro, 14 de setembro de 1927), foi um magistrado brasileiro da Justiça do Rio de Janeiro (antigo Distrito Federal) e um dos primeiros juízes do período republicano sensível às causas populares e à defesa dos interesses nacionais, papel assumido mais tarde pelo Desembargador Osny Duarte Pereira, pelos Ministros José de Aguiar Dias e Hermes Lima e pelos juízes José Epaminondas Monjardim Filho e Eliézer Rosa, todos com atuação relevante nas décadas de 50 e 60.[1]

Bacharelando-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, exerceu a advocacia na cidade de Serra Negra, estado de São Paulo e o cargo de promotor público nessa mesma cidade e nos municípios de Amparo e Lindóia, durante a última década do século XIX. Nomeado em 2 de dezembro de 1908 juiz de direito do antigo Distrito Federal, teve a oportunidade de empregar os seus conhecimentos jurídicos na aplicação do bom direito, principalmente, a partir de 1912, quando na titularidade da 12ª Vara Cível.

Litigantes poderosos[editar | editar código-fonte]

Foto do juiz Antônio Paulino da Silva em publicação da época

No início do século XX, as grandes empresas estrangeiras, notadamente, as norte-americanas e inglesas, se utilizavam de costumeiras manobras para eliminar qualquer tipo de concorrência de empresas nacionais que operavam no mesmo setor, tais como, o não pagamento de encomendas realizadas ou a injustificável demora no pagamento de títulos de crédito sob a sua responsabilidade. Muitas vezes, dependendo do volume das vendas efetuadas ou da dependência econômica que se criava em razão dos negócios com a multinacional, a empresa brasileira, privada da contraprestação pelos seus serviços, acabava fechando as portas ou sendo absorvida pela devedora.

Foi assim que no ano de 1918, os jornais da época, como o "Correio da Manhã" (21 de fevereiro), "A Razão" (6 de março), a "Gazeta de Notícias" (22 de maio) e "A Rua" (28 de maio), noticiaram a questão jurídica suscitada pela recusa da Standard Oil Company of Brazil (considerada a mais poderosa companhia do mundo) de saldar a obrigação representada por uma letra de câmbio no valor de Rs:75:000$000 (setenta e cinco mil contos de réis), com vencimento de 22 de fevereiro de 1916. Foi uma das ocasiões em que o juiz Antonio Paulino exerceu a sua autoridade para reparar a lesão ao direito dos credores, apesar da violenta propaganda contra ele feita pela multinacional americana.

Em outro caso de atuação judicial em defesa da sociedade, o jornal "O Combate" de 4 de abril de 1921, exibia na primeira página a seguinte manchete: "Acima dos milhões da Light, a Justiça Brasileira"; e assim inicia a matéria: "A Light acaba de sofrer um golpe de morte na sua desmedida voracidade. O juiz da 12ª Vara Cível, dr. Paulino Silva, a requerimento do dr. Candido de Oliveira Filho, advogado da Liga dos Contribuintes da Empresa Canadense, concedeu manutenção de posse do serviço telefônico a vários assinantes, que se não conformaram com as descabidas extorsões da Light, aumentando extraordinariamente os preços do referido serviço".

O magistrado que faleceu precocemente, durante os dezenove anos de exercício da profissão sempre permaneceu atuante na defesa dos verdadeiros princípios do Direito. Era cunhado do Senador Pinheiro Machado, casado com a sua irmã Benedita Brazilina Pinheiro Machado.

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • SILVA, Antonio Paulino - DENÚNCIA – Jacintho Ribeiro dos Santos (Editor) – Rio de Janeiro - 1919.
  • Crônica Judiciária, in "Os Anaes Forenses", ano 2, número 21, página 423 - Rio de Janeiro - 29-05-1916.
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