Antônio Pedro Pimentel

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Antônio Pedro
Nascimento Antônio Pedro Pimentel
15 de maio de 1875
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Morte 11 de novembro de 1930 (55 anos)
Niterói, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade Federal Fluminense
Instituições Hospital Universitário Antônio Pedro
Campo(s) Medicina

Antônio Pedro Pimentel (Rio de Janeiro, 14 de maio de 1875Niterói, 11 de novembro de 1930) foi um médico, professor universitário e gestor público brasileiro[1]. Foi fundador da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense e tornou-se patrono do hospital universitário que leva seu nome (Hospital Universitário Antônio Pedro).

Biografia[editar | editar código-fonte]

Diplomado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, foi médico do Serviço Nacional de Saúde Pública (sob a direção de Oswaldo Cruz), clínico do Hospital Paula Cândido, diretor do Hospital São João Baptista e da Casa de Saúde Icaraí.

Clínico dotado de grande poder de percepção, em 1923 descreveu pela primeira vez no Brasil as características clinicas da dengue: "Grassa actualmente em Nictheroy uma molestia interessante. O seu inicio é brusco; raramente ha calefrio; violenta dor de cabeça, forte rachialgia, dores nas pernas e articulações, febre alta, eis as primeiras manifestações."[2]

O doutor Antônio Pedro contava com grande clientela privada em Niterói, mas vinha com a ideia fixa de criar um Instituto de Ensino Superior em Niterói, à época, capital do estado do Rio de Janeiro.

Foi o primeiro a propor a constituição em Niterói de um hospital de clínicas que servisse exclusivamente às atividades acadêmicas. Os doutores Antônio Pedro Pimentel, Vital Brazil e outros nomes da medicina da época idealizaram a "Faculdade de Medicina de Niterói". Essa "Faculdade de Medicina de Niterói" teria funcionado sem uma sede específica, nos anos de 1920 e 1921, aproveitando-se de diversos locais espalhados pela cidade de Niterói, porém não foi efetivada como era de seu desejo.

Passados quatro anos, com mais dois grupos de médicos e professores de Niterói e do então Distrito Federal, os doutores Antônio Pedro e Sena Campos fundaram em 25 de junho de 1925 a Faculdade Fluminense de Medicina, como instituto privado, futura Faculdade de Medicina da UFF. Prestigiados pelo presidente do Estado, Feliciano Pires de Abreu Sodré. A primeira turma ingressou mediante rigoroso vestibular que inabilitou 34% dos candidatos e foi composta por 40 alunos. Este foi o embrião daquele que veio a ser, anos mais tarde, o Hospital Universitário Antônio Pedro[3].

O professor Antônio Pedro foi o primeiro diretor da faculdade de Medicina, tendo a sua morte precoce (aos 53 anos) interrompido sua carreira universitária. A 11 de novembro de 1930 faleceu trágica e prematuramente o Professor Antônio Pedro (quando ia, no banco traseiro de seu automóvel, prestar contas de sua administração a Plínio Casado, que tinha sido designado Interventor no Estado do Rio)[4].

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Teve quatro filhos, frutos de seus dois casamentos. Do primeiro casamento seus três filhos diplomaram-se em Medicina: Aydano de Almeida Pimentel (anestesista), Francisco de Almeida Pimentel (cirurgião) e Paulo César de Almeida Pimentel (oftalmologista). Os dois últimos chegaram à titulação de professores catedráticos da Faculdade de Medicina, na cadeira de cirurgia e na de oftalmologia, respectivamente. Filho de seu segundo casamento, José Eduardo Pimentel, seu filho mais novo, diplomou-se engenheiro.

Referências

  1. Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (ACAMERJ). «Biografia de Antônio Pedro Pimentel no website da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (ACAMERJ)». Consultado em 10 de março de 2021 
  2. O Dengue em Nichtheroy, Pimentel AP. Brazil-Medico1923; (1):13, 174 a 177
  3. FACULDADE Fluminense de Medicina. Sua Fundação e Evolução. Niterói, sem editor, sem data, folheto, 27 p., circa 1950, em poder da Biblioteca da Faculdade de Medicina da UFF
  4. WEHRS, Carlos. Niterói, Cidade Sorriso. A História de Um Lugar. Rio de Janeiro, Sem editor, 1984, 366 p.