Anthony Pym

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Anthony Pym Nascimento: 1956, Perth, Austrália Cidadania: Australiana, Francesa Formação Acadêmica: Alma Mater - Universidade Murdoch (BA) Éc ole des Hautes Études en Sciences Sociales (PhD) Pesquisa Acadêmica: Disciplina - Estudos de Tradução Instituições: Universidade Rovira i Virgili Un iversidade de Stellenbosch }}

Anthony David Pym (nascido em 1956 em Perth, Austrália) é pesquisador, conhecido por seu trabalho em estudos de tradução.[1][2]

Pym é professor titular de Tradução e Estudos Interculturais na Universidade Rovira i Virgili[3], na Espanha, e professor convidado na Universidade de Stellenbosch [4] na África do Sul. Ele atuou como professor visitante na Instituição Catalã de Pesquisa e Estudos Avançados (Catalan Institution for Research and Advanced Studies) [5] de 2010 a 2015, pesquisador visitante no Instituto Middlebury de Estudos Internacionais em Monterey de 2008 a 2016, professor visitante do programa Walter Benjamin na Universidade de Viena em 2015,[6] e presidente da Sociedade Europeia de Estudos de Tradução de 2010 a 2016.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Pym frequentou a Wesley College (Perth, Austrália) e a Universidade da Austrália Ocidental, completando o BA na Universidade Murdoch em 1981.[7] Recebeu uma bolsa do governo francês para realizar doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales, onde concluiu o PhD em Sociologia em 1985. Em 1983-84, foi bolsista pelo programa Frank Knox no Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Harvard. Em 1992–94, obteve uma bolsa de pós-doutorado da Fundação Alexander von Humboldt para pesquisa em história da tradução na Universidade de Göttingen, na Alemanha. Em 1994 deu seminários sobre a ética da tradução no Collège International de Philosophie, em Paris.[8]

Depois de anos como tradutor profissional, editor de periódicos e organizador de eventos culturais na França e na Espanha, lecionou nos departamentos de tradução da Universidade Autônoma de Barcelona e da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria. Em 1994 ingressou na Universidade Rovira i Virgili em Tarragona, na Espanha, onde criou o Grupo de Estudos Interculturais e programas de pós-graduação em tradução, ambos em 2000, e um programa de doutorado em 2003.[9] Desde 2006 é pesquisador visitante no Monterey Institute of International Studies. Atualmente mora na cidade de Calaceite, na Espanha.

Pym é professor titular de Tradução e Estudos Interculturais e coordenador do Grupo de Estudos Interculturais da Universidade Rovira i Virgili em Tarragona, na Espanha, onde também conduziu um programa de doutorado.[10] Além disso, Pym é professor extraordinário na Universidade de Stellenbosch e membro do conselho consultivo internacional do Translation and Inter-Cultural Research Cluster da Universidade da Austrália Ocidental.[11]

Pym foi Professor Visitante no Instituto Middlebury de Estudos Internacionais em Monterey de 2008 a 2016, onde realizou pesquisas e palestras.[7] De 2010 a 2015 foi bolsista da Instituição Catalã de Pesquisa e Estudos Avançados.[5] Ele também foi presidente da Sociedade Europeia de Estudos de Tradução de 2010 a 2016 e Professor Visitante do programa Walter Benjamin na Universidade de Viena em 2015.[12] Em 2017, ingressou na Escola de Línguas e Linguística da Universidade de Melbourne.[13]

Pensamento e influência[editar | editar código-fonte]

Pym foi um dos primeiros a questionar a dependência da tradução ao texto e aproximá-la da pessoa do tradutor.[14][15][16] Defende que os tradutores são “autores” expressa opinião e emoção, em vez de meros "animadores" que dão vida às palavras de outras pessoas.[14] Ele entende o tradutor como alguém que trabalha com o autor para criar sentido; logo, ambos contribuem para dar sentido à tradução.[14][15][16]

De acordo com Pym, o desenvolvimento do ramo da Tradução no Ocidente é essencialmente uma “história da teoria da tradução”, uma limitação que ele propôs analisar ao focar os próprios tradutores e os contextos em que operam.[17]

Pym também conceituou a tradução como uma forma de gerenciamento de risco, em vez de uma busca por equivalência.[18][19][20] De acordo com o estudioso, existem três tipos e níveis de riscos: risco da credibilidade, risco da incerteza e risco comunicativo.[21] O risco da credibilidade está relacionado à especificidade da tradução e das relações entre as pessoas, onde o risco é a probabilidade de o tradutor perder credibilidade.[21] O segundo, o risco da incerteza, envolve os processos cognitivos de um tradutor quando ele não tem certeza sobre como apresentar algo. O último risco que Pym identificou, o risco comunicativo, envolve a interpretação de textos e sua contextualização, enquanto se busca um equilíbrio entre os altos e baixos riscos e a interpretação.[21]

Ele levantou a hipótese de que os tradutores podem ser membros de interculturas profissionais, operando nas sobreposições de culturas, e que o maior objetivo ético é a promoção da cooperação intercultural de longo prazo.[22] Pym aponta que a lealdade dos tradutores deve estar em sua profissão e que o valor dos esforços de tradução reside na contribuição para as relações interculturais e a comunicação intercultural.[23]

Ele defende o conceito de inculturação, portanto entende a tradução como uma das maneiras pelas quais as culturas minoritárias são absorvidas por sistemas culturais mais abrangentes e podem então modificar esses sistemas mais abrangentes.[24] Pym também considerou o papel da tecnologia, principalmente da Internet, na tradução de materiais adaptados a determinado mercado local.[25] Segundo ele, a proliferação de informações não significa necessariamente que estas serão recebidas; por isso, deve-se ter cuidado para que os textos traduzidos sejam atrativos para a cultura de chegada.[25]

O finlandês Kaisa Koskinen, pesquisador em tradução, contrastou as ideias de Pym com as do norte-americano Lawrence Venuti.[26] As críticas de Pym a Lawrence Venuti também foram abordadas por Jeremy Munday [27] e Mary Snell-Hornby [28]

Trabalhos[editar | editar código-fonte]

Pym é autor, co-autor e editor de mais de 30 livros e 230 artigos sobre tradução e relações interculturais:

  • Translation and Text Transfer. An Essay on the Principles of Intercultural Communication, Frankfurt/Main: Peter Lang, 1992. Revised edition: Tarragona: Intercultural Studies Group, 2010.
  • Epistemological Problems in Translation and its Teaching, Calaceite: Caminade, 1993.
  • Pour une éthique du traducteur, Arras: Artois Presses Université / Ottawa: Presses de l’Université d’Ottawa, 1997.
  • Method in Translation History, Manchester: St Jerome Publishing, 1998. Reprint with Chinese introduction: 北京 : 外语敎学与硏究出版社, Beijing, 2006.
  • Negotiating the Frontier: Translators and Intercultures in Hispanic History, Manchester: St Jerome Publishing, 2000.
  • The Moving Text: Localization, Translation and Distribution, Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins, 2004.
  • Exploring Translation Theories, London and New York: Routledge, 2010. Japanese translation, 翻訳理論の探求, trans. Kayoko Takeda, Tokyo: Misuzu Shobo, 2010. Translation rights sold for Portuguese and Korean.
  • The status of the translation profession in the European Union, with François Grin, Claudio Sfreddo, Andy L. J. Chan. Luxembourg: European Commission, 2012.
  • On Translator Ethics. Principles for Cross-cultural communication. Amsterdam and Philadelphia: John Benjamins, 2012 (reworked version of Pour une éthique du traducteur).
  • Translation and Language Learning, with Kirsten Malmkjaer and Mar Gutiérrez. Luxembourg: European Commission, 2013.
  • Translation Solutions for Many Languages. Histories of a Flawed Dream. London: Bloomsbury, 2016.
  • What is Translation History? A Trust-Based Approach, with Andrea Rizzi and Birgit Lang. London: Palgrave, 2019.

Traduções das Obras de Anthony Pym[editar | editar código-fonte]

  • Exploring Translation Theories (London and New York; Routledge, 2010). Edição revisada: Routledge, 2014. Tradução Japonesa, Kayoko Takeda, trad. Tokyo: Misuzu Shobo, 2010. Tradução Espanhola, Teorías contemporáneas de la traducción. Materiales para un curso universitário, Tarragona: Intercultural Studies Group, 2012; publicação não autorizada: Havanna: Editorial Arte y Literatura, 2016; second edition 2016. Portuguese translation, Teorias Contemporâneas da Tradução, Lisbon: Fundação Calouste Gulbenkian, 2013. Tradução do Chinês Tradicional 探索翻譯理論 第二版, Taipei: Bookman, 2016. Português Brasileiro, trad. Rodrigo Borges de Faveri, Explorando as teorias da tradução, São Paulo: Perspectiva, 2017. Tradução Russa. Теоретические парадигмы в переводоведении. Saint Petersburg: Saint Petersburg University Press, 2018. Direitos de tradução vendidos para Coreano, Turco e Árabe.
  • Method in Translation History (London and New York: Routledge, 2014). Reimpressão com introdução Chinesa: 北京 : 外语敎学与硏究出版社, Beijing, 2006. Tradução Árabe por Ali Kalfat: المنهج في تاريخ الترجمة, Cairo: National Center for Translation, 2010.
  • On translator ethics. Principles for mediation between cultures. Amsterdam and Philadelphia: John Benjamins, 2012. Tradução e reescrita de Pour une éthique du traducteur. Tradução Coreana 번역가 윤리: 문화 간의 중재 원칙 by Hyo-Eun Choi and Hye-Kyung Park, Seoul: Hankuk University of Foreign Studies Press, 2016; Tradução Persa اصول اخلاقی مترجم by Zahra Fallah Shahroudi and Farzaneh Me'mar, Teheran: Nashr-e Markaz, 2017.

Referências

  1. Douglas Robinson, What is translation?: centrifugal theories, critical interventions. Kent OH: Kent State University Press, 1997 (ch. 5).
  2. «Visiting Faculty: Anthony Pym». Middlebury Institute of International Studies at Monterey. Middlebury Institute of International Studies at Monterey 
  3. Resolución de 28 de julio de 2011, de la Universidad Rovira i Virgili, por la que se nombra Catedrático de Universidad a don Anthony David Pym http://www.boe.es/boe/dias/2011/08/10/pdfs/BOE-A-2011-13666.pdf. Full oficial de la URV May 19, 2016 https://seuelectronica.urv.cat/fou/index.php?day=19&month=05&year=2016
  4. Stellenbosch University Yearbook: «Archived copy» (PDF) [ligação inativa] 
  5. a b Three URV lecturers recognized by the ICREA Academia program for outstanding careers in research:
  6. Centre for Translation Studies-Gastprofessur «Centre for Translation Studies » Gastprofessur» [ligação inativa] 
  7. a b «People | Middlebury Institute of International Studies at Monterey». Visiting Faculty: Anthony Pym. Middlebury Institute of International Studies at Monterey 
  8. See the Introduction to Anthony Pym, Pour une éthique du traducteur, Arras: Artois Presses Université / Ottawa: Presses de l’Université d’Ottawa, 1997.
  9. «BOE.es - BOE-A-2004-12566 Resolución de 22 de junio de 2004, de la Dirección General de Universidades, por la que se conceden Menciones de Calidad a programas de doctorado de las Universidades españolas para el curso académico 2004-2005» 
  10. «The Status of Translation Profession in the European Union: Research Team». The Status of the Translation Profession in the European Union: Research Team. Intercultural Studies Group 
  11. «Home». Translation and Inter-Cultural Research Cluster: International Advisory Board Members. The University of Western Australia 
  12. «Same Place, Different Times». EST Symposium: Same Place, Different Times. European Society for Translation Studies 
  13. Bunyan, Marcus. «Professor Anthony Pym joins the School of Languages and Linguistics — School of Languages and Linguistics». Faculty of Arts 
  14. a b c Michaela Wolf, "The emergence of a sociology of translation", in Michaela Wolf and Alexandra Fukari, eds Constructing a sociology of translation. Amsterdam and Philadelphia: Benjamins, p. 14 ff.
  15. a b Riitta Jääskeläinen, “The Changing Position of ‘the Translator’ in Research and in Practice”, Journal of Translation Studies 10(1) (2007), 1–15
  16. a b Andrew Chesterman, “The Name and Nature of Translator Studies”, Hermes 42 (2009), 13–22.
  17. Sato-Rossberg, Nana; Wakabayashi, Judy (2012). Translation and Translation Studies in the Japanese Context. London: A&C. 53 páginas. ISBN 9781441139825 
  18. Jeremy Munday, Introducing Translation Studies. Third edition. London and New York: Routledge, 2012, ch. 7
  19. Mahmoud Akbari, "Risk management in translation", The Sustainability of the Translation Field, ed. Hasuria Che Omar et al. Kuala Lumpur, 2009: 509–518
  20. Maggie Ting Ting Hui, Risk management by trainee translators, A study of translation procedures and justifications in peer-group interaction, Tarragona: Intercultural Studies Group, 2012
  21. a b c Canfora, Carmen; Ottmann, Angelika. «Who's Afraid of Translation Risks?» (PDF). Gutenberg Universität. 8th EST Congress and Johannes Mainz 
  22. Helen Baumer, Johann Jacob Bodmer, Interculturalist. Cultural realignment in the 18th century and the role of a Zurich translator. University of Auckland, 2004
  23. Anderman, Gunilla M.; Rogers, Margaret (2003). Translation Today: Trends and Perspectives. Clevedon: Multilingual Matters. 225 páginas. ISBN 1853596183 
  24. Anthony Pym, "On inculturation" (2011), and "Inculturation as elephant: On translation and the spread of literary modernity” (2012).
  25. a b Bassnett, Susan (2014). Translation Studies, Fourth Edition. Oxon: Routledge. 87 páginas. ISBN 9780415506700 
  26. Koskinen, Kaisa (2000). «Beyond Ambivalence: Postmodernity and the Ethics of Translation». Tampere University Press 
  27. «Introducing Translation Studies». London and New York: Routledge (3rd Edition). 2012 
  28. Snell-Hornby, Mary (2006). «The Turns of Translation Studies.». Amsterdam and Philadelphia: John Benjamins: 146–147 


Ligações externas[editar | editar código-fonte]