Antigas Officinas Casa Vanorden

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Antigas Officinas Casa Vanorden
Antigas Officinas Casa Vanorden
Construção 1909
Estado de conservação SP
Património nacional
Classificação CONPRESP
Data 2007
Geografia
País Brasil
Cidade São Paulo
Coordenadas 23° 33' 24" S 46° 36' 28" O

As Antigas Officinas Casa Vanorden são um imóvel tombado pelo CONPRESP, que fazem parte dos grandes galpões do bairro da Mooca construídos no início do século XX durante o desenvolvimento industrial da cidade de São Paulo. Originalmente uma tipografia, hoje, parte das Antigas Officinas está abandonada e a outra foi transformada em um estacionamento de caminhões.

Características[editar | editar código-fonte]

Galpões das Antigas Officinas Casa Vanorden, cuja arquitetura segue preservada até hoje.

As Antigas Officinas Casa Vanorden estão localizadas no bairro da Mooca, próximas à estação Mooca da CPTM. Originalmente uma tipografia, as Antigas Officinas são compostas por dezessete galpões modulares de alvenaria com tijolos aparentes, que fazem frente para a rua Borges Figueiredo, e um escritório, que ocupa a esquina da Borges Figueiredo com o número 1 da rua Monsenhor João Felippo. A estrutura arquitetônica das Antigas Officinas, característica do período em que foram construídas, está preservada até hoje, porém partes da construção foram pintadas pelo atual dono, Dumar Park Estacionamentos S/C Ltda.[1]

Histórico[editar | editar código-fonte]

As Antigas Officinas Casa Vanorden foram construídas em 1909 pela Sociedade Anônima Casa Vanorden, do empresário e conde Francisco Matarazzo, para acompanhar o desenvolvimento industrial acelerado pela criação da São Paulo Railway. Seu projeto arquitetônico foi desenvolvido pelo arquiteto Jorge Krug e de início era composto apenas pelos escritórios localizados na esquina da rua Borges Figueiredo com a rua Monsenhor João Felippo — já com dois andares — e dez galpões. O uso de tijolos cozidos nas paredes se deu pela resistência do material ao calor.[1]

A construção era uma tipografia, fornecedora das principais repartições estaduais, municipais e federais, e das estradas de ferro em São Paulo.[2]

Impresso de 1899.

A primeira reforma aos edifícios ocorreu em 1911, quando ganhou mais sete galpões, que passaram a ocupar um total de 90 metros, e teve a parte dos escritórios ampliada. O tamanho do imóvel da esquina acabou triplicando: dos 4,5 metros de largura por 20 metros de profundidade, passou a ter 13,5 metros de largura por 20 metros de profundidade.[1]

Não se sabe com precisão a data em que a Casa Vanorden foi desativada como topografia. No entanto, na região, as fábricas e oficinas em geral começaram a ser desativadas por volta da década de 1950.[1]

As Antigas Officinas chegaram a ser propriedade da RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima), funcionando como uma gráfica e à qual pertenciam quando teve início o processo de tombamento, em 2007 — apesar de estarem em vias de liquidação na época.[1]

Letreiro indicando estação da Mooca e placas com os nomes das ruas onde se encontram as Antigas Officinas.

Tombamento[editar | editar código-fonte]

A decisão de tombamento das Antigas Officinas Casa Vanorden foi tomada pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) para preservar e recuperar, junto com outros sete galpões da Mooca — como o Antigo Moinho S/A — a importância histórica da antiga linha ferroviária São Paulo Railway e as instalações que marcam o processo de industrialização da cidade e formação do bairro da Mooca.[3]

Na resolução de tombamento da construção, o CONPRESP justificou que as antigas fábricas são um registro das transformações geradas pela industrialização e testemunhos da arquitetura e processos produtivos de uma época. Possuindo, portanto, valor para a memória social da capital paulista.[3]

O documento da Prefeitura determinou a preservação integral dos dezessete galpões, o que inclui suas paredes externas de alvenaria com tijolos expostos e vidraças, junto com o antigo escritório que se encontra na esquina da rua Borges Figueiredo com a Monsenhor João Felippo.[3]

Além disso, a resolução de 2007 também determinou que fossem tombados os instrumentos que restaram da época em que a Casa Vanorden funcionava como uma tipografia. Isto é, estruturas, tesouras, alvenarias, coberturas, envasaduras e caixilhos.[3]

O tombamento dos sete galpões, entre os quais estava a Casa Vanorden foi recebido "sob protesto", como informou uma reportagem do Estado de S.Paulo datada de julho de 2007.[4]

Os protestos ocorreram por parte de algumas construtoras, pois a decisão do CONPRESP limitava a altura de novas construções vizinhas aos galpões a 25 metros, e as nas quadras ao lado a 30 metros.[4]

Também foi estipulado que construtoras não poderiam mais remembrar lotes na região, ou seja, não poderiam comprar diversos terrenos para depois uni-los em um único para fazer condomínios, por exemplo.[4]

Atualmente, a parte dos escritórios das Antigas Officinas é propriedade de Dumar Park Estacionamentos S/C Ltda que a utiliza como um estacionamento de caminhões e, para isso, pintou a parte interior e a exterior do edifício. O que não pertence à Dumar Park, ou seja, os galpões, estão aparentemente abandonados. As vidraças estão quebradas porém a arquitetura e as paredes dos galpões seguem preservadas.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Estudo do entorno da Estação da Mooca e área envoltória, disponível para consulta no DPH - Consultado em 01/11/2016.
  2. São Paulo Antiga, Consultado em 03/11/2016.
  3. a b c d Galpões da Mooca, Consultado em 21/11/2016.
  4. a b c Galpões da Mooca são tombados sob protesto - O Estado de S.Paulo Arquivado em 26 de novembro de 2016, no Wayback Machine., Consultado em 24/11/2016.