Armas falantes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Em heráldica, chama-se armas falantes, às armas (brasões) que comportam figuras, que pelo seu nome ou pela sua imagem, evocam mais ou menos directamente o nome (por vezes a função) do possuidor dessas armas.

Essa evocação pode ser feita por diversos processos:

  1. diretamente: um leão para o Reino de Leão ou um castelo para o Reino de Castela;
  2. por homonimínia: a granada (duma romã) para a cidade de Granada (Espanha) ou um ramo (francês: "rameau") no bico de uma pomba para Jean-Philippe Rameau;
  3. por aproximação: um cálice para Galiza; ou uma cobra (latim: coluber) para Colbert;
  4. por figuração etimológica: um braço carregando uma lança para Shakespeare (inglês: «shake [agitar]-speare [lança]»); um boi com os pés na água para Oxford («Vau do boi»);
  5. por forma hieroglífica: um castelo e uma raposa para a comuna de Châteaurenard (francês: castelo-raposa); um freixo com espadas à cintura para o Concelho de Freixo de Espada à Cinta;
  6. em segundo grau: para associações de nomes, como um veleiro para a comuna de Marines (Val-d'Oise), ou o alerião (em francês«ALERION») que originaria o anagrama «LOREINA» (Lorena);

ou mesmo pela combinação de dois (ou mais) processos. Vejamos:


No Reino Unido o antigo termo armas cantantes permaneceu na terminologia utilizada, sendo aí também aplicado quer a famílias britânicas (na totalidade do nome - Bowes-Lyon) quer a componentes (peças) do brasão (escudo da princesa Beatriz)


Em Itália o uso de armas falantes por diversas famílias nobres era bastante comum como se demonstra em seguida:


Também em Portugal, e a exemplo do que aconteceu noutras jurisdições, as armas falantes generalizaram-se quer em brasões pessoais, familiares ou toponímicos. Um exemplo interessante é a denominação Serpa, derivada da criatura heráldica Serpe, figura que veio a ser utilizada num brasão pessoal dum príncipe, no de uma família e no de uma localidade. Vejamos:


Na Wikipedia é utilizado o símbolo para ilustrar as armas falantes.


Referências/Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Carlos Carvalho da Fonte [1]
  • Armorial Lusitano, Dir. de Afonso Eduardo Martins Zuquete - Representações Zairol 1987
  • O. Neubecker, "Le Grand Livre de l'Héraldique" - Bordas 1981, ISBN 2-8003-01-2582-5