Arrabanes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Arrabanes
Nacionalidade Reino da Armênia
Etnia Armênio
Religião Cristianismo armênio

Arrabanes (em latim: Arrabannes) foi um oficial do Reino da Armênia que fugiu para o Império Sassânida e foi acolhido pelo Sapor II (r. 309–379). Foi enviado por Sapor para capturar Artogerassa, onde a rainha-mãe Paranzém e seu filho Papas estavam abrigados, mas desertam e ajudaram Papas a fugir.

Vida[editar | editar código-fonte]

Dinar de Sapor II (r. 309–379)
Soldo de Valente (r. 364–378)

Arrabanes era um nobre armênio que em momento incerto foi comandante-em-chefe na Armênia. Ele e Cílaces desertam ao Império Sassânida e são acolhidos pelo Sapor II (r. 309–379), que em 368 os envia à Armênia para governar o país e destruir Artogerassa, onde a rainha-mãe Paranzém e o herdeiro Papas estavam se escondendo.[1] Eles não foram capazes de tomá-la dada as condições climáticas e localização da fortaleza, mas convenceram os defensores a deixá-los entrar.[2] Durante os eventos subsequentes, Papas consegue fugir para o Império Romano e o imperador Valente (r. 364–378) acolhe-o em Neocesareia, enquanto Cílaces e Arrabanes ajudam os sitiados a derrotar o exército persa.[3]

Eles enviam emissários a Valente pedindo que os ajudasse e desse Papas como rei, mas a ajuda não foi prestada e ele foi devolvido junto do general Terêncio para governar o país, mas sem emblemas reais. Ao saber da situação, Sapor reuniu mais tropas e começou a devastar a Armênia. Papas, Cílaces e Arrabanes, temerosos e cientes de que não haveria ajuda romana, procuram refúgio nas altas montanhas que separam o Império Romano de Lázica. Permanecem escondidos por 5 meses em bosques profundos e desfiladeiros de colinas, escapando de várias tentativas de Sapor para encontrá-los.[4]

Sapor, sob pretexto de uma aliança futura, repreendeu Papas através de mensageiros secretos, alegando que era escravo de Cílaces e Arrabanes sob a aparência de poder real. Papas, precipitadamente, mata os dois e envia suas cabeças para Sapor em Ctesifonte como sinal de submissão.[5] Noel Lenski pensa que Arrabanes pode ser associado a Baanes, o Apóstata citado na obra de Fausto, o Bizantino,[6] enquanto Ferdinand Justi pensa que pudesse ser o Carano citado na mesma obra.[7]Nicholas Adontz, porém, sugeriu que fosse o Musel I citado em Fausto.[8]

Referências

  1. Martindale 1971, p. 108.
  2. Amiano Marcelino 397, XXVII.12.5-9.
  3. Amiano Marcelino 397, XXVII.12.9.
  4. Amiano Marcelino 397, XXVII.12.10-11.
  5. Amiano Marcelino 397, XXVII.12.14.
  6. Lenski 2003, p. 171.
  7. Fausto, o Bizantino 1989, p. 383.
  8. Adontz 1970, p. 513.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Adontz, Nicholas (1970). Armenia in the Period of Justinian. The Political Conditions Based on the Naxarar System. Translated with Partial Revisions, a Bibliographical Note and Appendices, by N.G. Garsoïan. Lovaina: Peeters Publishers 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Lenski, Noel Emmanuel (2003). Failure of Empire: Valens and the Roman State in the Fourth Century A.D. Berkeley e Los Angeles: California University Press. ISBN 978-0-520-23332-4 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). «Arrabannes». The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press