Artur Baptista da Silva

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Artur Baptista da Silva é um burlão português. Conquistou fama em 2012 ao ter sido desmascarado publicamente enquanto fazia-se passar por economista, professor de uma universidade americana inexistente, consultor da Organização das Nações Unidas, consultor do Banco Mundial, e coordenador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, na sua tentativa de divulgar um relatório inexistente sobre Portugal elaborado também pelo inexistente Observatório Económico e Social das Nações Unidas para a Europa do Sul. [1]

História[editar | editar código-fonte]

  • Em 1990 Artur Baptista da Silva integrou a lista de Rui Cunha nas eleições para a Federação da Área Urbana de Lisboa do Partido Socialista. Apesar da lista de Rui Cunha ter sido derrotada pela de António Costa, Artur Baptista da Silva conseguiu ser eleito para a Comissão Política do PS. Apesar da eleição, Rui Cunha afirmou que Artur Baptista da Silva "nunca apareceu e desapareceu de circulação".[2]
  • Em 1993 cumpriu várias penas por crimes como burla, abuso de confiança e emissão de cheques sem cobertura.[3]
  • Em 1995 foi preso devido a crimes de abuso de confiança fiscal, cheques sem cobertura, burla agravada e uso de documento falso, tendo sido libertado em 1998.[4]
  • Em 2007 desempenhou o cargo de secretário geral da associação de creches e pequenos estabelecimentos do ensino particular, no qual ficou até 2009.[3]
  • Em 2010-10-15 foi preso por um crime de atropelamento[4] por ter atropelado mortalmente duas mulheres, pelo menos um dos quais numa passadeira para peões.[5] Artur Baptista da Silva foi posteriormente libertado em 2011-11-28.[4]
  • A Dezembro de 2012 foi orador convidado no grémio literário, em Lisboa, sendo sido apresentado como professor na Milton Wisconsin University, nos Estados Unidos, uma universidade que foi encerrada em 1982.[3]
  • A 2012-12-12 a jornalista Célia Rosa, da Notícias Magazine (revista de domingo do DN e JN), faz uma entrevista a Artur Baptista da Silva. A entrevista é feita no próprio edifício do DN e devia ser publicada na secção «Vida Inteligente», na última edição do ano, domingo, 30 de dezembro.. A entrevista com o título «Portugal na mira das Nações Unidas» foi paginada a 4 páginas e a revista, com fecho antecipado devido ao Natal, foi fechada e impressa.
  • A 2012-12-12 Para a entrevista da Notícias Magazine, Artur Baptista da Silva é fotografado pelo fotojornalista Reinaldo Rodrigues, que o fotografa na sala de reuniões da redação e na Avenida da Liberdade, em frente do DN. A Global Imagens, Agência de Fotografia da Global Media (proprietária da Notícias Magazine, do DN, JN e TSF, entre outros títulos) acabou por ser a única agência de fotografia a fazer fotos a Artur Baptista da Silva.
  • A 2012-12-15, Artur Baptista da Silva, apresentando-se como coordenador de uma equipa de economistas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento que teria sido encarregada pelo próprio Ban Ki-moon de apresentar um relatório da situação crítica na Europa do Sul, dá uma entrevista ao Expresso onde critica as receitas de ajustamento e propõe uma renegociação da dívida soberana.[6][7] A polémica gerada por esta entrevista acabou por levar ao desmascaramento de Artur Baptista da Silva como um burlão e impostor.[8]
  • A 2012-12-23 A equipa da Notícias Magazine é alertada para o logro e o Conselho de Administração da Global Media decide que a entrevista a Artur Baptista da Silva não será publicada, jogando para o «lixo» os quase cem mil exemplares já impressos na Lisgráfica.
  • A 2012-12-23 foi transmitida no telejornal da SIC uma reportagem que desmascarava Artur Baptista da Silva como sendo um burlão.[9] [10]
  • A 2012-12-24, o director adjunto do jornal Expresso, Nicolau Santos, vem a público lamentar ter-se "deixado enganar" por Artur Baptista da Silva, tendo afirmando que «depois de 32 anos de jornalismo fui mesmo ‘embarretado’”» e que não teria dúvida que Santos Silva seria um impostor.[8]
  • A 2012-12-25, Artur Baptista da Silva enviou um SMS à agência Lusa, onde afirmou estar a ser alvo de um linchamento de carácter.[11] Disponibilizou-se também a prestar declarações à agência Lusa, mas ao ser contactado não atendeia o telemóvel.[11]
  • A 2012-12-26, Adam Rogers, responsável pelo gabinete de comunicação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em Genebra, confirmou a inexistência de ligações entre Artur Baptista da Silva e a organização. O representante da ONU acrescentou também que Artur Baptista da Silva estaria a usar nos seus cartões de visita um logotipo desactualizado da organização.[12]
  • A 2012-12-27 Artur Baptista da Silva divulgou uma nota a defender-se das acusações. Afirmou que o seu desmascaramento era apenas "uma chacina de carácter" movida pelo poder político e pela comunicação social. Sobre as falhas no seu currículo, Baptista da Silva insistiu que seria "colaborador voluntário" da ONU e que com este estatuto não era suposto pertencer a nenhuma base de dados da organização.[4]
  • A 2012-12-28 a Organização das Nações Unidas emitiu um comunicado oficial no site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em português e em inglês, onde afirmavam que Artur Baptista da Silva "não é e nunca foi funcionário do PNUD, nem porta-voz autorizado para a organização de desenvolvimento global", acrescentando que "as opiniões do Sr. Artur Baptista da Silva são única e exclusivamente dele e não reflectem a posição da organização" e vai notificá-lo de que "não está autorizado a falar em nome da organização".[13]
  • A 2012-12-30, Artur Baptista da Silva pediu para deixar de ser associado do International Club of Portugal e da Academia de Bacalhau de Lisboa, para evitar “inconvenientes institucionais”.[14]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Economista da ONU pode ser um burlão». Diário de Notícias. 24 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  2. a b «Baptista da Silva em listas do PS». Expresso. 5 de janeiro de 2013. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  3. a b c d «Artur Baptista da Silva esteve preso até dezembro do ano passado». TSF. 24 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  4. a b c d «Artur Baptista da Silva mantém que é "colaborador voluntário" da ONU». Público. 27 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  5. «Baptista da Silva era militante do PS e esteve em campanhas eleitorais». 28 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  6. «Equipa das Nações Unidas propõe renegociação da dívida portuguesa». Expresso. 15 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  7. «Missão da ONU defende renegociação imediata da dívida portuguesa». Esquerda.net. 15 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  8. a b «"Lamento muito, mas fui mesmo embarretado", diz Nicolau Santos». 24 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  9. Bruno Pires, Carlos Rodrigues Lima, Célia Rosa, Fernando Madaíl, Lucília Tiago, Marina Almeida, Patrícia Viegas e Pedro Sousa Tavares (24 de dezembro de 2012). «Ninguém conhece Artur Baptista da Silva na ONU». Consultado em 21 de agosto de 2014 
  10. «'Especialista da ONU' Artur Baptista da Silva será um impostor». 23 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  11. a b «Artur Baptista da Silva diz-se vítima de "linchamento de caráter"». Jornal de Notícias. 25 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  12. «ONU desmente ligação a Artur Baptista da Silva». Jornal de Notícias. 26 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  13. «Nações Unidas avisam Artur Baptista da Silva que "não está autorizado" a falar em nome da organização». 28 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
  14. «Baptista da Silva pediu para sair de instituições a que pertencia». 30 de dezembro de 2012. Consultado em 21 de agosto de 2014 
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