Assassinato de Adam Walsh

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Adam John Walsh (14 de novembro de 1974 - 27 de julho de 1981) era um garoto americano que foi raptado da loja Sears no Centro Comercial Hollywood em Hollywood, Flórida, a 27 de julho de 1981, e mais tarde encontrado morto e decapitado perto de Abacoa, Flórida. A sua morte ganhou publicidade nacional. A sua história foi tornada em filme em 1983 com o nome Adam, visto por 38 milhões de pessoas na sua estreia.[1] O seu pai, John Walsh, tornou-se defensor das vítimas de crimes violentos e apresentador do programa de televisão America's Most Wanted.[2]

O assassino em série condenado Ottis Toole confessou o assassinato de Adam, mas nunca foi condenado por este crime em específico devido à perda de provas e a uma confissão desmentida. Toole morreu na prisão de cirrose em 15 de setembro de 1996.[3] Apesar de não terem surgido novas provas, a 16 de dezembro de 2008, a polícia anunciou que o caso Walsh estava agora fechado e determinaram Toole como assassino.

História do caso[editar | editar código-fonte]

Rapto e assassinato[editar | editar código-fonte]

Revé, a mãe de Adam, levou-o às compras consigo à loja Sears em Hollywood, Flórida a 27 de Julho de 1981. Ela disse que parou para ver lâmpadas numas corredores à frente e o deixou num quiosque com uma televisão e jogos de vídeo Atari 2600 onde vários outros rapazes estavam a jogar à vez. Pouco depois, ela disse que regressou e viu que ele e os outros rapazes tinham desaparecido. Uma gerente da loja informou-a que tinha começado uma briga entre os que estavam no quiosque e um segurança exigiu que saíssem da loja. O segurança perguntou aos mais velhos se os seus pais estavam ali, e eles disseram que não.[4] Foi mais tarde conjecturado pelos pais de Adam que ele era demasiado tímido para falar ao segurança, e ele presumiu que ele estava com os outros rapazes, e colocou-o na mesma porta. Baseado na declaração de Revé de que ele estava na loja com ela, foi assumido que ele foi deixado sozinho perto de uma saída que não lhe era familiar.[4][5]

A cabeça decapitada de Adam foi encontrada por dois pescadores num canal de Vero Beach (aproximadamente 209 quilómetros) a 10 de Agosto de 1981. O resto do seu corpo nunca foi recuperado.[3] O investigador concluiu que a causa da morte tinha sido asfixia e que a decapitação ocorreu depois, possivelmente para manter os seus restos mortais por identificar ou não se poder determinar a causa da morte.[carece de fontes?]

Investigação[editar | editar código-fonte]

O pai de Adam, John Walsh foi considerado como principal suspeito pelas autoridades quando a investigação policial começou a torna-se exaustiva. Depois de cerca de uma semana, foi absolvido de qualquer envolvimento seguido de uma declaração pública muito emotiva que foi transmitida nacionalmente na televisão.[carece de fontes?]

A polícia eventualmente concluiu que Adam foi raptado porOttis Toole perto da frente exterior da Sears nessa tarde, depois de lhe ter sido dito para sair pelo segurança. Ele atraiu Adam para o seu Cadillac com a frente danificada com promessas de brinquedos e doces, e depois conduziu para norte na Autoestrada 95 para a sua casa em Jacksonville. Adam, primeiro dócil e obediente, começou a entrar em pânico enquanto conduziam. Toole bateu-lhe na cara, mas como isto apenas tornou a situação pior, ele "espancou-o até ficar inconsciente". Enquanto Adam estava desmaiado, Toole conduziu para uma estrada deserta na Mile Marker 130 perto de Abacoa, Flórida, e violou-o durante 2 horas. Quando percebeu que Adam ainda estava a respirar, estrangulou-o até à morte com um cinto, arrastou-o para fora do carro, e decapitou-o com uma manchete. Toole mais tarde disse ter-se visto livre do corpo de Adam queimando-o num refrigerador antigo quando regressou a Jacksonville. Conduziu com a cabeça cortada de Adam no seu carro durante alguns dias até se lembrar que estava lá, e depois deitou-a no canal, a norte de onde o tinha matado. Ele disse que queria fazer de Adam o seu filho adoptado, mas dada a relação próxima que ele tinha com os pais, não era possível. A investigação da polícia sobre o seu rapto foi insatisfatória, e eles perderam a carpete com sangue do Cadillac de Toole, a manchete usada para decapitar Adam, e eventualmente, o carro. Os testes de ADN estavam num estado rudimentar no início dos anos 80, e não era possível determinar a origem do sangue encontrado no Cadillac.[3]

Toole, alegado confidente do assassino em sérieHenry Lee Lucas, confessou repetidamente e depois retraiu-se do seu envolvimento. Nunca foi acusado do caso Walsh, apesar de de ter providenciado descrições acuradas de como cometeu o crime. Várias testemunhas também o colocam na área de Hollywood nos dias antes do desaparecimento de Walsh. A polícia investigou-o pela morte de Adam mas perdeu provas importantes no caso, incluindo a carpete manchada de sangue do Cadillac.[3] Em Setembro de 1996, morreu na prisão, com 49 anos, de cirrose enquanto servia prisão perpétua por outros crimes.[4] Depois, a sua sobrinha disse a John que o seu tio fez uma confissão no leito da morte do assassinato de Adam.[4][6] A sua confissão foi vista como verídica, desde que ele e Lucas confessaram estar implicados em mais de 200 homicídios diferentes, muitos deles que descreveram com exactidão pormenores que apenas quem cometeu podia saber.[7]

Em 1997, o Chefe da Polícia Rick Stone conduziu uma revisão exaustiva do caso de Adam Walsh depois do livro de John ser lançado. Na altura, Stone era um veterano há 22 anos dos departamentos da polícia de Dallas, Texas e Wichita, Kansas e tinha sido apontado chefe da polícia de Hollywood no ano anterior. Apenas dos crimes terem 16 anos na altura da revisão do chefe Stone, ele providenciou uma análise das provas, incluindo rever interrogações gravas de Toole pelo Detective da Polícia de Hollywook Mark Smith. Stone diz que a sua revisão encontrou provas que mostram "para além de dúvida razoável" que Toole assassinou Adam. Ele e o seu amigo próximo, o condenado assassino em série Henry Lee Lucas, eram famosos, anotou Stone, por confessar os crimes que cometeram e desmentirem.[8]

Em 2007, alegações ganharam publicidade que Jeffrey Dahmer, preso em Wisconsin em 1991 depois de matar mais de uma dúzia de homens e rapazes, também tinha sido suspeito na morte de Adam. Ele vivia em Miami Beach na altura em que Adam foi morto, e duas testemunhas colocavam-no no centro comercial no dia em que Adam foi raptado. Uma das testemunhas disse que viu um homem estranho a entrar no departamento dos brinquedos onde Adam foi raptado. A outra dizia ter visto um homem jovem e loiro com queixo proeminente a atirar uma criança à força para uma carrinha azul e a afastar-se. Ambas as testemunhas reconheceram que o homem visto eram Dahmer quando as imagens dele saíram nos jornais depois da sua prisão. Os relatórios mostram que a loja onde ele trabalhou tinha uma carrinha azul na altura. Ele perseguia homens jovens e rapazes (o mais novo tinha mais 8 anos que Adam), e o seu modus operandi incluía cortar a cabeça das vítimas. Quando interrogado sobre Adam no início dos anos 90, ele negou repetidamente o envolvimento no crime, dizendo até: "Eu já vos disse tudo - como os matei, como os cozinhei, quem comi. Porque não vos diria se tivesse feito a mais alguém?".[9] Depois deste rumor ter saído, John Walsh disse que não tinha "visto provas" que ligasse o rapto e morte do seu filho a Dahmer.[10]

A 16 de Dezembro de 2008, o Chefe da Polícia de Hollywood, Flórida, Chad Wagner, amigo de John, anunciou, com ele presente, que o caso estava agora fechado. Uma revisão externa ao caso foi conduzida e a polícia anunciou que estavam satisfeito que Ottis Tolle fosse o assassino..[3][7][11]

Legado[editar | editar código-fonte]

O rapto e assassinato de Adam fez com que John se tornasse defensor dos direitos das vítimas. O homicídio de Adam esteve entre os que ajudou a incentivar a formação do Centro Nacional de Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC).[12] Como resultado da sua defesa, ele foi convidado a apresentar o programa de televisão America's Most Wanted.

O programa Código Adam para ajudar crianças perdidas em lojas tem este nome em memória de Adam. O Congresso dos Estados Unidos passou a Lei Adam Walsh para a Protecção e Segurança das Crianças a 25 de Julho de 2006, e o Presidente Bush assinou a lei em 27 de Julho de 2006. A cerimónia de assinatura teve lugar no relvado a sul da Casa Branca, com John e Revé. A lei incluía uma base de dados nacional sobre abusadores de crianças condenados, e aumenta as multas para ofensas sexuais e violentas contra crianças.[13] Também cria a uma causa de acção RICO para predadores de crianças e os que conspiram com eles.[14]

O rapper Bizzy Bone que foi raptado pelo seu padrasto quando era criança, foi descoberto por um vizinho que reconheceu a sua foto mostrada no fim do filme Adam, sobre o caso de Adam Walsh.

Referências

  1. Divoky, Diane (18 de fevereiro de 1986), «Missing Tot Estimates Exaggerated», Lodi News-Sentinel, consultado em 10 de outubro de 2018 
  2. «Americas Most Wanted - About John Walsh». Americas Most Wanted. Consultado em 17 de dezembro de 2008. Cópia arquivada em 19 de dezembro de 2008 
  3. a b c d e Almanzar, Yolanne (16 de dezembro de 2008). «Police Expected to Close Adam Walsh Case». New York Times. Consultado em 16 de dezembro de 2008. In October 1983, Toole told the police that he had abducted Adam from the mall and drove for about an hour to an isolated dirt road where he decapitated him (his body was never found). Investigators lifted bloodstained carpet from his white Cadillac. But DNA testing then was not as advanced as it now, and investigators could not tell if the blood was Adam's. When a detective assigned to the case in 1994 went to order DNA testing on the bloodstained carpet from Toole's car, the carpeting and the car were found to be missing. 
  4. a b c d «Ottis Toole on America's Most Wanted». America's Most Wanted. Consultado em 16 de dezembro de 2008. Cópia arquivada em 28 de julho de 2012. He didn't tell the security guard his mother was in the lamp department; he followed the older boys out the west exit into the parking lot. John and Revé believe he didn't tell the security guard about his mother, because he was a timid child and mindful of authority. Knowing him, they believe he may have been too scared to say anything. 
  5. «Police: Drifter killed Adam Walsh in 1981». CNN. 16 de dezembro de 2008. Consultado em 16 de dezembro de 2008. Police believe a 17-year-old security guard asked a handful of rowdy kids who were playing video games in the toy department to leave the store. Again, based upon Revé's claim that Adam was in the store with her, investigators believed that he was grouped in with those kids, who left him alone outside the store. That was the last time he was seen. 
  6. «John Walsh's Tears of Rage tells the story of the Adam Walsh case». Washington Examiner 
  7. a b Soltis, Andy (17 de dezembro de 2008). «1981 Adam Slay Solved». New York Post. Consultado em 17 de dezembro de 2008. But he also claimed he committed hundreds of murders, and cops determined he was lying about them. 
  8. Drummond, Tammerlin (27 de outubro de 1997). «Books: An American Tragedy». Time 
  9. «Did Dahmer Have One More Victim?». The Milwaukee Channel. 1 de fevereiro de 2007. Consultado em 5 de fevereiro de 2007 
  10. «Did Dahmer Have One More Victim? Witnesses Say They Saw Dahmer In Mall Where Adam Walsh Disappeared». ABC News The Milwaukee Channel.com. 1 de fevereiro de 2007. Consultado em 17 de dezembro de 2008 
  11. John Holland (17 de dezembro de 2008). «Adam Walsh case is closed after 27 years». Los Angeles Times. Police simply took another look at 27 years of tips, psychic revelations, often-botched police work and a serial killer's chilling admissions and decided it was time. Time to ease the suffering of the Walsh family and time to point the finger at the man Hollywood Police Chief Chad Wagner said had been the prime suspect all along: Toole. The problem was that being a prime suspect and being proved in a court of law that one is guilty of murder are two different things. 
  12. "Mission and History".
  13. «President Signs H.R. 4472, the Adam Walsh Child Protection and Safety Act of 2006». White House. 2006. Consultado em 10 de julho de 2007. Fourth, the bill I sign today will help prevent child abuse by creating a National Child Abuse Registry, and requiring investigators to do background checks on adoptive and foster parents before they approve to take custody of a child. By giving child protective service professionals in all 50 states access to this critical information, we will improve their ability to investigate child abuse cases and help ensure that the vulnerable children are not put into situations of abuse or neglect. 
  14. «Adam Walsh Child Protection and Safety Act» (Rich Text Format). Consultado em 17 de dezembro de 2008