Assassinato de Khaled Idris Bahray
Khaled Idris Bahray (1994 – 12 de janeiro de 2015) foi um refugiado da Eritreia que residia na Alemanha. Ele foi esfaqueado até a morte em 12 de janeiro de 2015 em Dresden por um agressor ainda desconhecido.
Vida[editar | editar código-fonte]
Khaled Idris Bahray nasceu em Keren, Eritreia. Aos cinco anos de idade, fugiu com sua mãe e irmã para Uádi Halfa no Sudão. Como refugiado, não teve acesso a educação ou emprego. Em 2014, ele decidiu fugir com um primo para a Europa. Eles foram para a Líbia e atravessaram o Mar Mediterrâneo num bote. Quando chegaram à Sicília, seu primo havia morrido. Em agosto de 2014, Khaled chegou a um campo de refugiados em Munique, de onde foi levado para Chemnitz, Schneeberg e depois para Dresden. Em setembro de 2014, foi colocado para morar com outros refugiados num apartamento em Dresden, no distrito de Leubnitz-Neuostra. [1] His friends and flatmates described him as a peace-loving and kindly man.[2]
Antecedentes[editar | editar código-fonte]
Nas semanas anteriores à morte de Khaled, a comunidade de refugiados de Dresden relatou estar sendo vítima de assédios, ameaças e insultos na porta de suas casas por vizinhos de direita.[2] Os oito assistentes sociais dos refugiados também relataram estar sendo vítimas de agressões racistas e apresentaram queixas na polícia três dias antes do assassinato de Khaled.[3] Ainda na antevéspera do assassinato (alguns dias depois do atentado do Charlie Hebdo), duas suásticas foram desenhadas na porta do apartamento da vítima, acompanhadas da inscrição "Iremos pegar vocês".[2]
Morte e investigação[editar | editar código-fonte]
Na noite de 12 de janeiro de 2015 – mesmo dia de uma manifestação da organização xenófoba PEGIDA[2] – Khaled deixou o apartamento por volta das 20:00 horas para comprar cigarros num supermercado localizado a cem metros de seu lar. Ele não retornou. Na manhã seguinte, às 7:40, seu corpo foi encontrado, coberto de sangue, no pátio de seu prédio. A polícia inicialmente não relatou indícios de violência, embora a certidão de óbito registrou a suspeita de morte não natural.[4] A autópsia, realizada ainda na manhã de 13 de janeiro, revelou que Khaled morreu devido a múltiplas feridas com faca no pescoço e na parte superior do corpo. Em 14 de janeiro, os sete colegas de quarto de Khaled foram interrogados pela polícia e forneceram amostras de DNA.[2] A investigação só começou em 15 de janeiro, 30 horas após o assassinato. Evidências começaram a ser coletadas e testemunhas começaram a ser entrevistadas. A arma do crime ainda não foi encontrada.[5][6]
Crítica à polícia[editar | editar código-fonte]
O deputado Volker Beck, membro do Bundestag pelo partido Aliança 90/Os Verdes, entrou com um processo criminal por obstrução de justiça contra a polícia de Dresden, uma vez que a investigação só foi iniciada 30 horas após a descoberta do corpo.[7] O chefe de polícia de Dresden foi ouvido pelo Comitê de Assuntos Internos da Polícia da Saxônia. A lentidão do trabalho da polícia no caso foi tratado pela mídia local como um escândalo.[8]
Reação pública[editar | editar código-fonte]
- Na tarde de 14 de janeiro, uma vigília a luz de velas foi realizada na praça Jorge Gomondai, em Dresden, por 200 refugiados e simpatizantes. Os participantes da vigília espontaneamente marcharam até o Albertinum para falar com o presidente da Saxônia Stanislaw Tillich sobre suas demandas. Tillich não apareceu, mas o ministro da integração se encontrou com os manifestantes.[9] Os refugiados da Eritreia relatam não se sentir mais seguros em Dresden e querem ser deslocados para outra parte da Alemanha.[2]
- Elizabeth Chyrum, diretora da Human Rights Concern-Eritrea, enviou uma carta aberta ao ministro federal da Justiça: "Parece extraordinário que, segundo os relatos da mídia, a polícia alemã inicialmente alegou não ter sido uma morte violenta mesmo o corpo estando coberto de sangue e feridas e isso ter acontecido no rescaldo de demonstrações anti-imigração e anti-muçulmanas em Dresden, e visto as persistentes ameaças que os refugiados na área vem enfrentando, parece não haver dúvida de que o Sr. Bahray foi uma vítima desses extremistas"[10]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
References[editar | editar código-fonte]
- ↑ «Tod eines Asylbewerbers. Wer war Khaled Bahray?». Tagesschau. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ a b c d e f «Killing of Eritrean refugee in Dresden exposes racial tensions in Germany». the guardian. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ «Dresdner Polizei räumt Fehler ein». Süddeutsche Zeitung. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ «Flüchtling getötet: Wie konnte die Polizei die vielen Stichwunden übersehen?». Focus. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ «German Police Investigate Murder of Eritrean Refugee in Dresden». time.com. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ «Germany Investigates Killing Of Eritrean Refugee In Dresden». Huffington Post. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ «Germany: MP files complaint after Eritrean refugee is killed in Pegida-famous Dresden». International Business Times. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ «Khaleds Tod, Dresdens GAU». Stern, Silke Müller. 16 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ «Mord an einem Geflüchteten in Dresden». addn.me. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015
- ↑ «On the The brutal Killing of Khaled Idris Bahray : Letter to the Federal Minister of Justice and Consumer Protection». Human Rights Concern-Eritrea, Elizabeth Chyrum. 15 de janeiro de 2015. Consultado em 16 de janeiro de 2015