Aureliano Brandolini

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Aureliano Brandolini
Nascimento 8 de agosto de 1927
Calolziocorte
Morte 5 de setembro de 2008
Seriate
Cidadania Itália, Reino de Itália
Alma mater
Ocupação engenheiro agrônomo

Aureliano Brandolini (8 de agosto de 19275 de setembro de 2008) foi um agrônomo e estudioso italiano da cooperação internacional.

Atividades[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Calolziocorte (Itália), estudou no Lycée A. Manzoni de Lecco, com dom Giovanni Ticozzi, se graduou em agricultura na Universidade de Milão (1950) e se formou no melhoramento das plantas e micro-técnica no Departamento de Botânica e Agronomia da Universidade do Estado de Iowa, E.U.A. (1955). Discípulo do botânico Luigi Fenaroli e do fito-melhorador Merle T. Jenkins, em 1954-1955 organizou a coleta e caracterização de 562 mostras (accesos) de sementes de variedades tradicionais de milho italiano, atualmente armazenadas na Estação experimental de Bergamo. Usou os resultados desses estudos para a seleção de variedades e linhagens melhoradas, que usou para constituir os primeiros híbridos de milho na Itália (1956-1970). Em 1958-1960 aconselhou a Administração italiana de tutela da Somália para a produção de milho, sorgo e gergelim. Em 1962-1965 coordenou as pesquisas de campo sobre milho, sorgo, soja e algodão, para as empresas de sementes de DeKalb, SPIM, etc. Em 1964-1971 levou e dirigiu o Instituto de pesquisas hortícolas do Centro Lombardo per l'incremento della Orto-Floro-Frutticoltura em Minoprio (Itália). Foi Diretor do Centro de pesquisas fito-genéticas de Bergamo (1976-1983), constituindo e produzindo híbridos especiais de milho em Europa e América Latina. Depois foi Diretor Geral do Instituto Agronômico per l'Oltremare (IAO), do Ministério de Relações Estrangeiras da Itália, em Florença (1983-1993). Organizou e coordenou programas de assistência técnica para a introdução do milho híbrido na Espanha, Portugal, Roménia, Hungria, Yugoslávia e em outros países do Mediterrâneo. Coordenou o Programa nacional de melhoramento da batata]] do Ministério da agricultura da Itália (1994-1998). Por conta do Comitê internacional de germoplasma do milho do International Board for Plant Genetic Resources[1] coordenou a coleção de germoplasma de culturas agrícolas na América Latina (1975-1984) e a caracterização e publicação dos resultados dessas investigações . Participou dos programas de coleção de germoplasma de variedades tradicionais de milho no sul da Europa, Equador, Bolívia e Argentina e da organização dos bancos de germoplasma de Bergamo (Itália), Pairumani (Bolívia), Pergamino (Argentina), e outros. Foi um dos fundadores do Centro de Pesquisas Eco-Fitogenéticas e do Centro de Sementes de Pairumani (Bolívia), estudando a biodiversidade das culturas agrícolas e a produção de híbridos e variedades melhoradas do milho, trigo duro, feijão, favas, lupinos e outros cultivos para a segurança alimentaria nesse país. Dirigiu dezenas de projetos de cooperação técnica e científica, em colaboração com institutos de investigação na Itália, América Latina e outras regiões, criando novos centros de pesquisas e treinamento, laboratórios e bancos de germoplasma em países em vía de desenvolvimento[2]. Foi membro do Conselho do Centro Internacional da Batata de Lima (Peru) em 1987-1993, do Comité Consultivo para a Cooperação Internacional do Ministério de Relações Estrangeiras da Itália em 1987-1994, presidente da seção Milho e Sorgo para a Europa do Sul de Eucarpia, membro do Comitê Internacional para o germoplasma do milho da Junta Internacional dos Recursos Fitogenéticos (1975-1984) e representante da FAO nas comissões científicas dos Centros internacionais para a investigação agrícola CYMMIT e ICRISAT (1973-1975). Foi membro da Academia de agricultura de Turim (Italia) e da Academia Nacional de Agronomia e Medicina Veterinária de Buenos Aires (Argentina).

Estudos[editar | editar código-fonte]

Seus primeiros estudos concentraram-se na criação, seleção e caracterização da biodiversidade agrícola. Seus trabalhos científicos incluem:

  • A evolução e filogenia do milho, a caracterização das variedades tradicionais do milho americanas e europeias,[3][4][5]
  • A exploração, estudo e conservação do germoplasma das plantas com interesse econômico nas regiões temperadas, tropicais e subtropicais,[6][7][8]
  • O melhoramento genético do milho, feijão, tomate, sorgo, trigo duro, batatas e flores tropicais.[9]
  • O desenvolvimento de metodologias para a seleção dos híbridos do milho,[10]
  • A adaptação ecológica de germoplasma tropical em regiões temperadas, e vice-versa.[11][12]
  • A agricultura, agro-economia e desenvolvimento rural nas regiões tropicais e sub-tropicais semi-áridas.[13]
  • A cooperação para o desenvolvimento agrícola, ambiental, científico, educacional e de metodologias de gerenciamento de projetos.
  • A adaptação das raças italianas de bovinos de corte em regiões tropicais e subtropicais da América Latina.

Em colaboração com Adolfo Pons e Giovanni C. Vandoni estudou as características agronômicas, morfológicas e citológicas das variedades equatorianas do milho, identificando 6 seções, 18 complexos raciais e 34 raças [14]. Com Gonzalo Ávila L., A. Rodriguez, A.G. Brandolini e outros pesquisadores estudou os milhos bolivianos, classificando-os em 7 complexos raciais, 28 raças e 108 agro-ecótipos[14].[15] Estudou a história do milho na Itália (2005-2006) e as características das variedades tradicionais italianas, e estabeleceu as relações filogenéticas entre as variedades de origem americana e as cultivadas na Itália, identificando as rutas de migração entre os dois continentes. A sua classificação da coleção de germoplasma dos milhos italianos (562 accesos) resultou na descrição de 10 complexos raciais, 37 raças e 77 agro-ecótipos.

Referências

  1. (agora Bioversity International)
  2. I progetti di cooperazione allo sviluppo agricolo e agroindustriale DGCS-IAO, IAO, Florencia, 1992[1]
  3. (com G. Avila y A.G. Brandolini): Maize evolution and differentiation, CRF Press, Bérgamo 2004
  4. (com A.G. Brandolini), Il mais in Italia: storia naturale e agricola. CRF Press, Bérgamo 2005 [2]
  5. (com A.G. Brandolini), Il mais in Italia: storia naturale e agricola. II. Caratteristiche morfologiche, CRF Press, Bérgamo 2006
  6. (com a A. Rodriguez et. al.) Maices bolivianos, FAO, Roma, 243 p. 1968
  7. (com G.V. Brandolini), Recursos fitogenéticos de América Latina, CRF Press, Bérgamo 2005
  8. (com A.G. Brandolini) Il mais: Origine, differenziazione e diffusione, en (T. Maggiore ed.) Il mais. Bayer Cropscience. Pp. 45-83,2007
  9. Origine, differenziazione e diffusione del mais, Enciclopedia agraria, vol. VII, Bolonha, 1970
  10. (com E. Lucconi). I mais speciali, en Italia Agricola 116:4:256-261. Reda, Bolonha, 1979
  11. (com F. Salamini). Breeding strategies for maize production and improvement in the tropics, IAO, Florencia, 458 pp. 1985
  12. Maize, em: Genetic resources in plants: their exploration and conservation. Blackwell, Oxford, pp. 273-309, 1969
  13. I progetti di cooperazione italo-argentina nel settore agricolo ed agroindustriale, 48 p., Florencia 1990
  14. (com A. Rodríguez, M. Romero, J. Quiroga, G. Avila) Maices bolivianos. FAO, Roma, 1968
  15. (com G. Avila G. y A.G. Brandolini. Razze di mais in Bolivia , IAO, Florencia, 1990

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Consiglio per la Ricerca e la sperimentazione in Agricoltura [3]
  • European association on plant breeding (EUCARPIA) [4]
  • Fundacion Simón I. Patiño [5]
  • Centro Internacional de la Papa [6]
  • Istituto agronomico per l'oltremare [7]
  • Istituto Italo-Latinoamericano [8]