Baixo Augusta

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura o álbum da banda brasileira Cachorro Grande, veja Baixo Augusta (álbum).
Baixo Augusta
Bairro de São Paulo
Em primeiro plano edifícios do bairro da Consolação e o Cemitério da Consolação, logo atrás a região do "Baixo Augusta".
Distrito Consolação e Bela Vista
Subprefeitura
Região Administrativa Centro
Mapa

O Baixo Augusta ou Baixo Paulista constitui-se numa região do bairro paulistano de Cerqueira César, localizada na Zona Central de São Paulo. Situa-se no eixo norte da Rua Augusta, após a Avenida Paulista, e em algumas de suas transversais até a Praça Roosevelt.[1] Abrange as ruas: da Consolação, Bela Cintra, Frei Caneca, Peixoto Gomide e Caio Prado.[2][3]

Limita-se com: o Bixiga, Bela Vista, República e a região dos Jardins.

Abriga em seu território a tradicional Paróquia do Divino Espírito Santo,[4] como também cursinhos pré-vestibular, faculdades, igrejas, hospitais, hotéis, teatros, cinemas, brechós e os shoppings: Shopping Frei Caneca que sem foco em um público específico, recebe, diariamente, uma média de 22 mil visitantes,[5] e Shopping Center 3, o 4° Distrito Policial, o São Paulo Athletic Club e as estações Paulista e Consolação do Metrô de São Paulo. Possui ainda o Campus Consolação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP), responsável pelo ensino, desenvolvimento e pesquisa nas áreas de tecnologia e educação matemática.

Conhecida por ser uma tradicional área de lojas de artesanato, decoração, colchoaria, móveis e tapeçaria fina, e, após, meretrício, a Rua Augusta e suas vias estão em processo de gentrificação, ou seja revitalização de seu entorno, seja por investimentos públicos ou privados. Cada vez mais seu comércio antigo, bares e prédios residenciais dão espaço a novos estabelecimentos que movimentam a vida cultural da cidade.[6]

Zona gay[editar | editar código-fonte]

É um reduto da comunidade LGBT, sendo uma "gay village", local que possui diversos estabelecimentos frequentados por esse público, exemplos de: saunas, casas noturnas, bares "gay-friendly". A influência do grupo é tão grande, que existe um projeto para oficializar a Rua Frei Caneca como rua temática, ou "Rua Gay".[7][8] Apelidada atualmente de "Gay Caneca" ou "Frei Boneca" ou "Frei Traveca" [9] por seus frequentadores,[7] a via receberia investimentos privados, como a ampliação de calçadas e instalação de luzes coloridas fazendo alusão à bandeira arco-íris, sendo a primeira via com temática gay do país.[7] Uma parte dos moradores e comerciantes da região são contrários à essas mudanças [9] e se mobilizam para impedir que a Câmara dos Vereadores dê o projeto como oficial.[9][10][11]

A preferência da comunidade Gay pela área decorreu do aumento do preconceito (homofobia), agressões e falta de investimentos em outras localidades da cidade. Seus pontos de encontro mais antigos, eram: a região dos Jardins, o Largo do Arouche e a Praça Roosevelt, o primeiro local consagrado da comunidade.[3] Apresenta repercussão mundial sendo destaque em jornais internacionais,[12] alguns de seus clubes, bares e restaurantes são conceituados em importantes guias, como o "Wallpaper".[13] Não é só frequentada pela mesma, mas por diversas tribos urbanas como: emos, punks, clubbers, dentre outras, possui até bloco de carnaval, o Acadêmicos do Baixo Augusta.[3][6]

Mercado imobiliário[editar | editar código-fonte]

É alvo do mercado imobiliário, aproveitando-se de nova clientela gay que vem a desenvolver projetos também procurados pela faixa.[14][15]

Rua Augusta, principal via da área, vista da Avenida Paulista.
Edifícios dos arredores da Rua Frei Caneca e ao fundo as torres de transmissão do Espigão da Paulista.

Oito edifícios residenciais estão sendo construídos em um raio de 1,5 km entre as ruas Bela Cintra, Manuel Dutra e Álvaro de Carvalho. Construtora que ergueu edifício na rua Paim, vendeu mais de 200 unidades em duas horas e já lança outro projeto vizinho. O processo vai levar à região, ao longo dos próximos dois anos, mais de 2,5 mil moradores, sendo em sua maioria casais, estudantes, pessoas que moram ou desejam morar em apartamentos menores e mais perto do centro e da região da avenida Paulista, por razões de proximidade ao trabalho e aos estudos e que demoravam muito no trânsito e procuram uma região que tem tudo nas proximidades.

A forte procura provoca valorização da área que também atinge os imóveis antigos, como com a nova construção de um edifício, na esquina das ruas Augusta e dona Antônia de Queirós em casarão do ano de 1913 [16] [17] O tradicional e luxuoso Hotel Ca'd'Oro passará por grande reforma e surgirá agora na esteira de um processo de revitalização do centro da capital paulista, sendo que atualmente, já existem cerca de dez lançamentos residenciais na região do Baixo Augusta. [18] A Rua Augusta completa mais um ciclo, deixando de ser o centro alternativo da cidade, que já começa a se dirigir para outros pontos.[19]

Parque Augusta e tombamentos[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Parque Augusta

Está em projeto a construção de um parque na região, com 23.700 metros quadrados e localizado entre as ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado, onde situou-se por muitos anos o Colégio Des Oiseaux, destinado à elite da época. Em 2008 o prefeito Gilberto Kassab, assinou decreto declarando o espaço como de utilidade pública. A população se rebela quanto à instalação de uma escola pública e se mobiliza para que a área verde seja preservada e no local se erga o "Parque Augusta". [20]

Após 20 anos de análise, o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp) tombou conjunto de cinco casas do início do século XX na esquina das Ruas Augusta e Marquês de Paranaguá, no centro da capital. O casario antigo teve sua fachada restaurada e abriga uma casa noturna. O processo foi aberto em 1991, a pedido de associação de bairro. Conselheiros municipais consideraram o conjunto "exemplar único da estética de uso misto residencial do século XX".[21]



Notas e referências

  1. «Baixo-Augusta, onde convivem elite e prostituição». Repique.blog.terra.com.br 
  2. «Viaje pela culinária de vários países sem sair do Baixo Augusta». Virgula.uol.com.br 
  3. a b c «Points gays 'migram' para fugir da violência». G1 
  4. «Paróquia do Divino Espirito Santo». Portaldodivino.com 
  5. «Shopping Frei Caneca: consumo e conveniência para todos». Freicanecashopping.com 
  6. a b «Efeito Baixo Augusta joga cor no centrão de São Paulo». Guia.folha.com.br 
  7. a b c «Frei Caneca pode ser primeira rua 'gay' da cidade». Pt.shvoong.com 
  8. «Empresário quer oficializar Frei Caneca como rua gay». G1 
  9. a b c «Projeto de rua gay cria polêmica em São Paulo». Folha.com 
  10. «Entidade reage à oficialização da Rua Frei Caneca em rua gay». E-paulopes.blogspot.com 
  11. «Associação faz abaixo-assinado para transformar Frei Caneca em rua gay». G1 
  12. «Crazy Nights in São Paulo» (em inglês). The New York Times 
  13. «O Bar Volt, no Baixo Augusta, é selecionado pelo Wallpaper como um destino mundial fabuloso». Colheradacultural.com.br. 2 de dezembro de 2009. Consultado em 12 de setembro de 2012 
  14. «Turista gay em São Paulo tem de visitar a rua Frei Caneca». Folha.com 
  15. «"Baixo Paulista" vive boom imobiliário e muda centro de São Paulo». Sindepark.org.br 
  16. «Rua Augusta-casarão dá lugar a prédio». Folha.com 
  17. «Região da Augusta vira alvo de construtoras em SP». Estadão.com.br 
  18. Novo Hotel Ca'd'Oro - Estadão.com.br
  19. «- É o fim». Estadão.com.br 
  20. Estadão.com.br http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110704/not_imp740301,0.php  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  21. Estadão.com.br http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110622/not_imp735556,0.php  Em falta ou vazio |título= (ajuda)