Batis Sarones

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Batis ou Betis Sarones[1] (em latim: Betis; em grego: Βατις Σαρωνής; em armênio/arménio: Բաթ Սահառունի; romaniz.:Bat Saharuni) foi um nacarar da família Sarones do final do século IV, ativo durante o reinado do rei Varasdates (r. 374–378).

Vida[editar | editar código-fonte]

Segundo Fausto, o Bizantino, Batis era naapetes (chefe) de sua família. Era pai adotivo de Varasdates e serviu como seu assessor. Queria adquirir a posição de asparapetes, então sob posse de Musel I Mamicônio, e incitou o rei contra Musel, alegando que sua família desde o início estava arruinando os arsácidas por serem seus adversários.[2] Segundo ele:

Sempre estiveram consumindo o país da Armênia. Isso é especialmente verdade de Musel, que é um homem perverso e traiçoeiro. Seus inimigos amam-no e aqueles [que são] queridos para ti odeiam-no. Em seus negócios com ti, sempre esteve agindo traiçoeiramente, dissimuladamente e maliciosamente. Pois não é Musel aquele que, durante o reinado de Papa (r. 370–374), durante as batalhas iranianas, poderia ter matado o rei () Sapor II (r. 309–379) do Irã várias vezes, mas não fez? Em vez disso, libertou o inimigo. Em uma ocasião manteve presas as mulheres de Sapor, mas enviou-as para ele em palanquins com cuidado. Não foi aquele Musel que manteve preso o rei da Albânia, Urnair, e não quis matá-lo, mas em vez disso libertou o inimigo? Não foi por ordem de Musel e ação de seu conselho que os generais romanos mataram o rei Papa? Pois provocou o imperador romano e levou-o a ter rancor contra o rei Papa até tê-lo morto. É apropriado para ele morrer em suas mãos; não deveria viver. Rei, se tu não se apressar, ele está planejando encher o país da Armênia com cidades e fazê-lo uma base militar às tropas romanas. Depois disso, o imperador romano também removerá a realeza da Armênia de ti, ou Musel o matará e governará.
 
Fausto, o Bizantino, História da Armênia, livro V, cap. XXXV.

Varasdates foi influenciado por essas palavras e organizou um banquete no qual Batis pôde matar Musel ao cortar sua garganta com um sabre e então decepar sua cabeça, que foi carregada com seu corpo pelas pessoas presentes. O rei nomeou Batis o novo asparapetes da Armênia, enquanto Vache II tornou-se o naapetes da família Mamicônio. Por essa época, no entanto, Manuel e Coms Mamicônio, que estavam servindo na corte de Ctesifonte, retornaram à Armênia, onde foram recebidos por Vache. Por pertencer ancestralmente a sua família, Manuel reclamou para si, sem autorização régia, o ofício de asparapetes. Após discutirem por intermédios de mensagens, Varasdates e Manuel entraram em guerra. O último se saiu vitorioso na guerra civil, conseguindo obrigar o rei a fugir ao Império Romano. Batis, por sua vez, foi capturado com seu filho e foi morto por decapitação, mas antes assistiu a execução de seu filho.[3]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Justi, Ferdinand (1895). «Βατις». Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung