Beijos de dona Dondon
Beijos de dona Dondon é um doce feito nas casas-grandes dos engenhos de açúcar pelas escravas africanas com receitas das sinhás, guardadas como segredo de família: "Os dois começos de realizações culturais de lusos em terras brasileiras", diz o sociólogo Gilberto Freyre.[1]
À doçaria de engenho de influência portuguesa - que por sua vez tem influência moura e árabe, e que incorporou os valores ameríndios e africanos - se uniram os produtos autóctones, como a mandioca, o caju e a castanha. Ingredientes vieram, então, acrescentar-se a esse "cruzamento cultural": a canela do Oriente; a noz-moscada; e o cravo da Índia.[2]
Origem[editar | editar código-fonte]
Em meio século da introdução da cana-de-açúcar no Brasil, Pernambuco já abrigava o que viria a ser a "doçaria dos engenhos": com origem nas casas-grandes do Nordeste, tomava nomes de famílias ou de engenhos, como Souza Leão, Guararapes, tia Sinhá, Fonseca Ramos ou suspiros do "Noruega". Mas tudo condicionado pela realidade tremenda da escravidão. Sem a escravidão não se explica o desenvolvimento, no Brasil, de uma "arte de doce".[2][3][4][5]
Referências
- ↑ História Viva, nº 14, p. 11. Editora Duetto. São Paulo (2004).
- ↑ a b O engenho de açúcar no Nordeste. Manuel Diégues Júnior. Maceió. EDUFAL (2006)
- ↑ Açúcar: em torno da etnografia, da história, e da sociologia do doce no Nordeste canavieiro do Brasil. Gilberto Freyre. Editora Fundação Joaquim Nabuco. (1987).
- ↑ «Um pouco de história». IBRAC. Consultado em 15 de outubro de 2016
- ↑ «Primeiros Engenhos do Brasil Colonial e o Engenho São Jorge dos Erasmos: Preliminares de uma Doce Energia». História e-história. Consultado em 15 de outubro de 2016