Bibi Titi Mohamed

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Bibi Titi Mohamed
Bibi Titi Mohamed
Nascimento 1926
Dar es-Salaam
Morte 05 de novembro de 2000 (74 anos)
África do Sul
Nacionalidade Tanzaniana
Ocupação Líder política

Bibi Titi Mohamed (Dar es-Salaam, 1926África do Sul, 5 de novembro de 2000) foi uma líder política, que lutou pela independência do Tanganica (atual Tanzânia) contra o domínio britânico. Atuou como líder da ala feminina do partido União Nacional Africana da Tanzânia (Tanganyika African National Union - TANU), onde mobilizou um grande número de mulheres para entrar na luta a favor da independência. Atualmente, é considerada uma heroína para os tanzanianos, que a chamam de "Mãe da Nação".[1][2][3][4]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em 1926, em Dar es-Salaam, como filha de pais muçulmanos. Estudou até o quarto ano do ensino fundamental na Escola para Meninas Uhuru, muito além do que a maioria das meninas mulçumanas da época. Casou-se com Mzee Bin Haji, em um casamento arranjado pelos seus pais quando tinha 14 anos de idade. Juntos tiveram um filho. Tempos depois, se divorciaram. Casou-se, por amor, com Buku bin Athmani.[1][3][5]

Em 1955, entrou para o partido União Nacional Africana da Tanzânia (TANU). Se tornando a líder da ala feminina. Neste período, mobilizou mais de 6.000 mulheres para aderir ao movimento nacionalista.[3][5]

Durante a transição da independência, fez parte do Conselho Legislativo, lutando pelo desenvolvimento rural e pela igualdade de acesso ao emprego, à educação e à saúde. Foi líder da Umoja wa Wananawake wa Tanzania (União das Mulheres da Tanzânia).[2][5]

Após formalizada a independência do país, Nyerere se torna presidente. Em 1961, Mohamed foi a ministra das Mulheres e Assuntos Sociais até 1965, quando perdeu sua cadeira parlamentar e não pôde ser mais ministra. Continuou como líder da ala feminina de seu partido. Em 1967, o partido emite a Declaração de Arusha sobre Socialismo e Autossuficiência, onde Mohamed se mostrou contra em alguns pontos, e renunciou todos os cargos que possuía dentro do partido. Em 1969 foi presa, mesmo alegando inocência, foi acusada de conspirar contra Nyerere e condenada à prisão perpétua. Em 1972 foi solta com indulto presidencial. Com sua soltura, Mohamed se afastou da vida pública e foi viver em Dar es-Salaam com sua família. O partido apagou[1][2][5]

No ano de 1991, durante a comemoração do 30º aniversário da independência de Tanganica, o nome de Mohamed foi mencionado, e foi reconhecida como heroína da independência. Em sua homenagem, batizaram a principal via de Dar es-Salaam com seu nome.[1][4]

Faleceu em 5 de novembro de 2000, em um hospital na África do Sul.[1][4]

Referências

  1. a b c d e Mwakideu, Chrispin (17 de janeiro de 2020). «Bibi Titi Mohamed: A "Mãe da Nação" da Tanzânia». DW - Deutsche Welle. Consultado em 28 de agosto de 2023 
  2. a b c Chachage, Chambi; Mgumia, Jacqueline (31 de março de 2020). «Bibi Titi Mohamed». Oxford University (em inglês). ISBN 978-0-19-027773-4. Consultado em 28 de agosto de 2023 
  3. a b c Berger, Iris. (2016). Mothers of nationalism. Women in Twentieth-Century Africa. New Approaches to African History, pp. 66-88. Cambridge University.
  4. a b c «Bibi Titi: 'Mother of the Nation'». Taifa Daily (em inglês). 22 de outubro de 2021. Consultado em 28 de agosto de 2023 
  5. a b c d «Mohamed Bibi Titi (1926-2000)». Biografias de Mulheres Africanas. Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 26 de junho de 2020. Consultado em 28 de agosto de 2023