Blue Lives Matter

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Blue Lives Matter (em português: "Vidas Azuis Importam") é um contramovimento nos Estados Unidos que defende que aqueles que são condenados por matar policiais devem ser condenados sob estatutos de crime de ódio.[1] O movimento começou em resposta ao Black Lives Matter após os assassinatos dos policiais Rafael Ramos e Wenjian Liu no Brooklyn, em Nova Iorque, no dia 20 de dezembro de 2014.[2]

Criticado pela União Americana pelas Liberdades Civis, o movimento inspirou uma lei estadual em Luisiana que tornou crime de ódio ataques a policiais, bombeiros e equipes do serviço médico de emergência.[3][4] Esta lei foi duramente criticada por estender as proteções da lei contra crimes de ódio fora de características como raça, orientação sexual ou identidade de gênero, para incluir uma escolha de carreira.[5][6] Além disso, evidências de que a violência contra policiais está diminuindo têm sido usadas para questionar as motivações da lei.[7][8]

História[editar | editar código-fonte]

No dia 20 de dezembro de 2014, na sequência dos assassinatos dos policiais Rafael Ramos e Wenjian Liu, um grupo de agentes da lei formou o Blue Lives Matter para combater relatos da mídia que consideravam ser anti-policiais.[9] O movimento é constituído de agentes ativos e aposentados. O atual porta-voz nacional do Blue Lives Matter é o tenente Randy Sutton, aposentado do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas.[10]

Em setembro de 2015, mais de cem policiais de Los Angeles participaram de um comício do movimento em Hollywood para demonstrar apoio.[11]

Legislação[editar | editar código-fonte]

O estado de Louisiana aprovou a lei em questão em maio de 2016, enquadrando como crime de ódio ataques a oficiais da polícia e bombeiros. A legislação, de autoria do deputado estadual Lance Harris, foi sancionada pelo governador John Bel Edwards.[4]

Críticas[editar | editar código-fonte]

Um cartaz em um dos protestos pela morte de George Floyd.

Críticos do movimento afirmam que o emprego de alguém nunca poderia alcançar um significado profundo de identidade e fonte de solidariedade que a identidade racial de alguém pode.[12] Outros afirmam que a identidade negra e a história estão constantemente sob ameaça de apagamento, enquanto policiais não enfrentam esta ameaça.[12][13] Outro argumento é que os policiais são tipicamente respeitados e homenageados na comunidade, enquanto afro-americanos em áreas urbanas são vistos como uma ameaça.[12][14][15]

Alguns críticos das leis Blue Lives Matter afirmam que as leis são redundantes, já que atacar ou matar um policial já resultaria em uma punição mais severa do que atacar um não-policial.[16][17] Outros, como o chefe de polícia de St. Martinville, Calder Hebert, dizem que essas leis tornarão a resistência à prisão um crime de ódio,[3] o que atraiu críticas, já que crimes de ódio são crimes nos quais as vítimas são alvo por causa de características baseadas em identidade, como raça, orientação sexual ou gênero.[5][18] De acordo com dados do FBI, a violência contra policiais diminuiu mesmo sem essas leis, questionando assim sua necessidade.[7][8][19]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Lynch, Sarah N. «FBI says US police deaths spiked 61% in 2016». Business Insider. Consultado em 12 de junho de 2020 
  2. Dempsey, John S.; Forst, Linda S.; Carter, Steven B. (1 de janeiro de 2018). An Introduction to Policing (em inglês). [S.l.]: Cengage Learning 
  3. a b Craven, Julia (23 de janeiro de 2017). «Resisting Arrest Could Possibly Be A Hate Crime in Louisiana». HuffPost (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  4. a b writer, Elahe Izadi closeElahe IzadiPop culture writerEmailEmailBioBioFollowFollowStaff. «Louisiana is the first state to offer hate crime protections to police officers». Washington Post (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  5. a b B. Lindsey, Treva (6 de setembro de 2016). «Why Blue Lives Matter is just as dangerous as White Lives Matter». Complex. Consultado em 12 de junho de 2020 
  6. «Methodology». FBI (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  7. a b Lartey, Jamiles (16 de maio de 2016). «FBI data showing drop in police deaths undermines 'war on cops' theory». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  8. a b «Is There A 'War On Police'? The Statistics Say No». NPR.org (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  9. «Law Enforcement News». The Police Tribune (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  10. CNN, John Newsome and Carma Hassan. «Louisiana set to get 'blue lives matter' bill». CNN. Consultado em 12 de junho de 2020 
  11. «Police, Supporters Hold 'Blue Lives Matter' Rally in Hollywood». KTLA (em inglês). 27 de setembro de 2015. Consultado em 12 de junho de 2020 
  12. a b c Russell, Jonathan; ContributorProfessor; Chaplain; Religion, Contributing Fellow at the USC Center for; Culture, Civic (9 de julho de 2016). «Here's What's Wrong With #BlueLivesMatter». HuffPost (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  13. http://www.washingtontimes.com, The Washington Times. «Black Lives Matter and Blue Lives Matter at odds». The Washington Times (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  14. Lennard, Natasha; Lennard, Natasha (8 de julho de 2016). «After Dallas, We Don't Need to Say 'Blue Lives Matter'». Rolling Stone (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  15. Smith, Jamil. «The 'Blue Lives Matter' Bill Is Bullshit». MTV News (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  16. Craven, Julia (25 de maio de 2016). «Louisiana's New 'Blue Lives Matter' Law On Cop Killers Is Actually Pretty Redundant (UPDATE)». HuffPost (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  17. Wed, Mar 30th 2016 3:27am-Tim Cushing. «Congressman Wants To Make Attacking A Cop A Federal 'Hate' Crime». Techdirt. Consultado em 12 de junho de 2020 
  18. «Kentucky Governor Signs Redundant 'Blue Lives Matter' Law». Rewire.News (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020 
  19. Bedillion, Caleb. «'Blue Lives Matter' criticized by ACLU». Daily Journal (em inglês). Consultado em 12 de junho de 2020