Boulevard Montmartre de noite (Pissarro)

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Boulevard Montmartre de noite
Boulevard Montmartre de noite (Pissarro)
Autor Camille Pissarro
Data 1897
Técnica Pintura a óleo sobre tela
Dimensões 53,3 cm × 64,8 cm 
Localização National Gallery, Londres

Boulevard Montmartre de noite (ou, em francês: Boulevard Montmartre, Effet de nuit) é uma pintura a óleo sobre tela do pintor impressionista francês Camille Pissarro (1830-1903) datada de 1897 e conservada na National Gallery de Londres.

De toda a série de catorze telas sobre o assunto, esta pintura que se encontra em Londres é a única em que a cena é noturna.

A tela não está assinada nem foi alguma vez exposta em vida de Pissarro. Foi adquirida para ser colocada em museu pelo Fundo Courtauld em 1925.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Tendo sido durante cerca de trinta anos uma das figuras-chave do nascimento e desenvolvimento do movimento impressionista, Pissarro, nos anos 1890, regressou a um dos seus principais interesses, ou seja, a representação das ruas de Paris. A sua técnica, embora cristalizada e que em breve seria superada pelos pós-impressionistas, dava uma grande atenção aos efeitos relacionados com o progresso, às luzes artificiais e ao nevoeiro da nascente poluição atmosférica.

Em 1897, o galerista Durand-Ruel sugeriu a Pissarro que produzisse uma série com a mesma vista, mas em diferentes condições de iluminação e meteorológicas. O artista, que estava hospedado num hotel [2] no cruzamento do Boulevard dos Italianos, da rue Drouot e do próprio Boulevard Montmartre,[3] pintou então o que via da sua janela, ou seja, uma série de vistas a partir de uma posição elevada do Boulevard Montmartre, num total de catorze telas (apresentam-se cinco das versões da série em Outras obras da série mais abaixo).

Descrição e estilo[editar | editar código-fonte]

A movimentada avenida parisiense é representada de noite e molhada após um aguaceiro. Ao artista interessava a modernidade e a obra deu-lhe a oportunidade de estudar o efeito das novas luzes elétricas dos candeeiros de rua, alinhados no meio desta, e o brilho amarelo/alaranjado das luzes de gás das vitrinas: o artista tentou representar os diferentes efeitos de diferentes cores da luz artificial, ora pálida e azulada, ora quente e intensa. Sinais verticais apressados, quase abstratos, indicam na calçada a multidão que flui sob árvores e os toldos das lojas. Várias viaturas alinhadas ao longo do passeio, com as luzes acesas, estão aguardando a saída dos clientes do espetáculo do Moulin Rouge, localizado na esquina.

O céu escuro mostra uma espécie de nebelina no meio, ligada às nuvens que ainda não passaram ou, mais provavelmente, à poluição do ar, fenómeno considerado interessante pelo artista, que em 1897 escreveu:

"Estou feliz por pintar as ruas parisienses que as pessoas chegam a descrever como feias, mas que antes são tão prateadas, tão brilhantes e plenas de vida ... isto é a modernidade".[4]

As estrelas no alto do céu, obtidas com pequenos toques de branco, mostram, no entanto, que a calma está voltando, para em breve enxugar as ruas molhadas.

Outras obras da série[editar | editar código-fonte]


Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Nota sobre a obra na página da National Gallery, [1]
  2. Grande Hotel da Rússia
  3. local no mapa de Paris no GoogleMaps, [2]
  4. Citado por Lucia Benedetto, [3]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Louise Govier, The National Gallery, guia para os visitantes, Louise Rice, Londres, 2009. ISBN 9781857094701

Ligação externa[editar | editar código-fonte]

  • Nota sobre a obra no sítio oficial da National Gallery, [4]