Brejo (Maranhão)

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Brejo
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Brejo
Bandeira
Hino
Gentílico brejense
Localização
Localização de Brejo no Maranhão
Localização de Brejo no Maranhão
Localização de Brejo no Maranhão
Brejo está localizado em: Brasil
Brejo
Localização de Brejo no Brasil
Mapa
Mapa de Brejo
Coordenadas 3° 41' 02" S 42° 45' O
País Brasil
Unidade federativa Maranhão
Municípios limítrofes Anapurus, Buriti, Milagres do Maranhão
Distância até a capital 313 km
História
Fundação 11 de julho de 1870 (153 anos)
Administração
Prefeito(a) José Farias de Castro[1] (PDT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 1 074,500 km²
População total (IBGE/2020[3]) 36 651 hab.
Densidade 34,1 hab./km²
Clima Tropical úmido (Aw')
Altitude 50 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000[4]) 0,552 baixo
PIB (IBGE/2019[5]) R$ 255 386,13 mil
PIB per capita (IBGE/2018[5]) R$ 8 082,28

Brejo é um município brasileiro do estado do Maranhão localizado no Leste Maranhense. Sua população em 2020 era de 36 651 habitantes.

História[editar | editar código-fonte]

Em 1684, os índios anapurus, que se dividiam em meri e assu, já viviam no território do atual município, onde, em 1709, mataram o alferes português Manoel dos Santos e seis companheiros. Desde então, expediram-se várias ordens oficiais para que se fizesse guerra aos índios, considerados bárbaros tapuias pelas autoridades.[6]

O vocábulo anapurus é uma corruptela de muypurás - índios que viviam às margens do rio Parnaíba - e significa fruta do rio.[6]

Em 1729, Brejo era ainda um sítio que, a 11 de julho desse ano, foi doado a Francisco Vasconcelos.[6]

Em 1770, foram cedidas três léguas de terras pelo Governador João de Abreu Castelo Branco, por solicitação de Francisco Xavier, líder dos índios anapurus, e de Ambrósio de Sousa, capitão dos índios. Em 1795, uma outra Carta de Data e Sesmaria foi concedida, tendo sido utilizada uma pedra com o nome "índio" para demarcação do território e que ainda pode ser encontrada no lado esquerdo da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.[7]

Em 1820, foi elevado à categoria de vila, com a denominação de São Bernardo do Brejo, pelo alvará de 29 de janeiro de 1820, desmembrado de Caxias. No mesmo ano, passou a Distrito, criado com a denominação de Brejo, pelo decreto de 18 de abril de 1820, subordinado ao município de Caxias.[6]

A portuguesa Euzébia Maria da Conceição Alves de Sousa (1745-1839), nobre vinda de Portugal na corte de D. João VI, possuidora de grande fortuna e de muitos escravos, acompanhada de seus colonos, chegou à localidade, em data desconhecida. Mais tarde, foi vitimada por ocasião da guerra da Balaiada, assim como o capitão Antônio Raulino Garrett (1754-1840) e outros grandes fazendeiros,[8] o que causou graves prejuízos econômicos e sociais a Brejo. Segundo o historiador Astolfo Serra, Brejo foi o último reduto dos balaios, finalmente vencido em dezembro de 1840.[6]

Foi elevado à condição de cidade, com a denominação de Brejo, pela lei provincial nº 899, de 11 de julho de 1870.[6]

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de oito distritos: Brejo, Porto da Repartição, Milagres Santa Quitéria, Angical, Ponte Nova, São Francisco e Lagoa. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 4 distritos: Brejo, São Bernardo, Santa Quitéria e Curador. Não figurando os distritos de Porto da Repartição, Milagres, Angical, Ponte Nova, São Francisco e Lagoa.[6]

Em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, o município é constituído de dois distritos: Brejo e Magalhães de Almeida. Não figurando os distritos da divisão de 1933. No quadro fixado, para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído do distrito sede. Não figurando o distrito de Magalhães de Almeida. Pela lei estadual nº 269, de 31 de dezembro de 1948, é criado o distrito de Estrela dos Anapurus e anexado ao município de Brejo.[6]

Em divisão territorial datada de 1 de julho de 1950, o município é constituído de dois distritos: Brejo e Estrela dos Anapurus. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1 de junho de 1960. Pela lei estadual nº 2378, de 9 de junho de 1964, desmembra do município de Brejo o distrito de Estrela Anapurus, elevado à categoria de município com a denominação de Anapurus.

Em divisão territorial datada de 1 de janeiro de 1979, o município é constituído do distrito sede, assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.[6]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Relevo[editar | editar código-fonte]

O relevo de Brejo é plano e dominado por chapadas baixas, apresentando altitudes inferiores a 300 metros.[9]

Clima[editar | editar código-fonte]

O clima do município é o tropical (AW’) com dois períodos bem definidos: um chuvoso, de janeiro a junho, com médias mensais superiores 203,4 mm, e o outro seco, correspondente aos meses de julho a dezembro. A precipitação total anual fica em torno de 1.835,5 mm.[9][10]

Vegetação e biodiversidade[editar | editar código-fonte]

A vegetação predominante é o Cerrado, sendo constituída por árvores e arbustos com altura variando de três a oito metros, estruturada em dois estratos: um arbóreo/arbustivo com árvores esparsas e retorcidas e outro herbáceo/gramíneo.[9]

Entre as espécies mais comuns estão: araticum, a sucupira preta (Bowdichia virgilioides), o murici (Byrsonima crassifolia), o pequi (Caryocar brasiliense), a faveira (Enterolobium maximum), o ipê e o ipê amarelo, bem como as palmáceas: a carnaúba (Copernicia prunifera), o buriti (Mauritia flexuosa) e o babaçu (Attalea speciosa).[9]

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Brejo está inserido na Bacia Hidrográfica do rio Parnaíba, se localizando na margem esquerda do rio.[9]

Outros rios do município são os rios Preto, Buriti e os riachos da Cruz, do Guarimã, Corrente, Gameleira, do Morro Alegre, São João, da Santa Cruz, do Boi Morto, São Tomé, do Sítio, Lagoa da Telha, São Bento, da Flecheirinha, dentre outros.[9]

Demografia[editar | editar código-fonte]

No Censo de 2010, 91,04% da população era católica e 6,53% era evangélica.[11]

36% da população vivia na zona urbana e 64% vivia na zona rural em 2010.[11]

Economia[editar | editar código-fonte]

Em 2019, o PIB do município foi de R$ 255.386.130 (o 59º maior do estado).[12]

Em 2019, a distribuição setorial do PIB era: Agropecuária (12,42%), Indústria (4,17%), Serviços- Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (49,03%) e Outros Serviços (34,36%). [12]

Na agricultura são cultivados arroz, feijão mandioca, milho e a soja.[12]

Organização Político-Administrativa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de prefeitos de Brejo

O Município maranhense de Brejo possui uma estrutura político-administrativa composta pelo Poder Executivo, chefiado por um Prefeito eleito por sufrágio universal, o qual é auxiliado diretamente por secretários municipais nomeados por ele, e pelo Poder Legislativo, institucionalizado pela Câmara Municipal de Brejo, órgão colegiado de representação dos munícipes que é composto por 13 vereadores também eleitos por sufrágio universal.[13][14]

Atuais autoridades municipais de Brejo[editar | editar código-fonte]

Infraestrutura[editar | editar código-fonte]

O trajeto a partir de São Luís tem um percurso total aproximado de 318 km, sendo feito através de: 106 km pela rodovia BR–135 até a cidade de Itapecuru Mirim; 140 km pela BR-222 até o município de Chapadinha; e 73 km pela rodovia estadual MA-230 até a cidade de Brejo.[9]

Educação[editar | editar código-fonte]

No município, há uma unidade plena do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA).[9]

Saúde[editar | editar código-fonte]

A principal unidade de saúde de Brejo é o Hospital Municipal Dr. Antenor Vieira De Moraes.[9]

Serviços públicos[editar | editar código-fonte]

Além dos prédios da Prefeitura Municipal e da Câmara Municipal, o munícipio de Brejo é termo sede da Comarca de Brejo com o Fórum Des. Artur Almada Lima, além de contar com representantes do Ministério Público do Maranhão e da Defensoria Pública do Estado.[17]

Turismo e cultura[editar | editar código-fonte]

Entre os pontos turísticos do município está o balneário Carrapato.[18]

Entre os elementos históricos estão as ruínas do Porto da Repartição, ponto de escala da antiga Companhia Fluvial do Piauí, e por onde eram transportados alimentos e gado entre Brejo e Parnaíba, tornando a região um importante ponto comercial no século XIX.[19]

O Porto foi tomado pelas tropas brasileiras durante a Guerra de Independência, e ganhou esse nome porque as tropas vindas da capital se repartiram no local, tendo uma parte ficado para tomar a vila de Brejo e a outra tendo ido em direção a Caxias.[20]

A Catedral de Nossa Senhora da Conceição, sede da diocese de Brejo, é um importante elemento arquitetônico da região.[21]

O Monumento aos Muypurás é composto pela imagem de um índio e uma índia Muypurás, em homenagem aos povos indígenas que viveram no território do município.[22]

Entre as manifestações culturais estão as quadrilhas, o bumba-meu-boi (como o Estrela dos Muypuras e o do Seco das Almas) e o tambor de crioula.[23]

A Comunidade Quilombola Vila das Almas é reconhecida no estado pelas suas tradições e cultura.[23]

Referências

  1. «Resultado Final eleições 2012 no Maranhão»  Página visitada em 13/01/2013.
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. «Censo Populacional 2020». Censo Populacional 2020. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2020. Consultado em 11 de dezembro de 2020 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  6. a b c d e f g h i «IBGE». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 27 de junho de 2022 
  7. «Francisco Xavier». Os Brasis e suas Memorias. 5 de março de 2021. Consultado em 27 de junho de 2022 
  8. GAIRO GARRETTO. GARRETT;TRAFICANTE DE ESCRAVOS. [S.l.]: EDITORA JAGUATIRICA. ISBN 8556621813. OCLC 1108716297 
  9. a b c d e f g h i Programa de Aceleração do Crescimento - PAC /CPRM - Serviço Geológico do Brasil. «RELATÓRIO DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE BREJO» (PDF) 
  10. «Levantamento dos remanescentes da cobertura vegetal no município de Brejo, MA: comparação de imagens CCD/CBERS-2 e MODIS/TERRA» (PDF) 
  11. a b «IBGE». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 26 de junho de 2022 
  12. a b c «Produto Interno Bruto dos Municípios | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 26 de junho de 2022 
  13. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2017.
  14. a b Câmara Municipal de Brejo. «Câmara». Consultado em 27 de outubro de 2022 
  15. «Prefeitura Municipal de Brejo». www.brejo.ma.gov.br. Consultado em 27 de outubro de 2022 
  16. a b «Zé Farias, do PDT, é eleito prefeito de Brejo». G1. Consultado em 27 de outubro de 2022 
  17. TJMA. «Portal do Poder Judiciario do Estado do Maranhão». Tribunal de Justiça. Consultado em 26 de junho de 2022 
  18. «BALNEÁRIO CARRAPATO EM BREJO-MA!». horanews34. 13 de janeiro de 2009. Consultado em 26 de junho de 2022 
  19. Keliane da Silva Viana (2018). «A Terra Prometida Ainda é Promessaː conflitos ambientais e territoriais em Saco das Almas» (PDF) 
  20. Santana, Blog Da Jucey (11 de fevereiro de 2021). «Blog da Jucey Santana: MORTES PELA INDEPENDÊNCIA». Blog da Jucey Santana. Consultado em 26 de junho de 2022 
  21. «Diocese de Brejo». Diocese de Brejo. Consultado em 26 de junho de 2022 
  22. comunicacao (21 de julho de 2020). «Artista bernardense realiza revitalização de moumento da entrada principal de Brejo». Gildean Farias. Consultado em 26 de junho de 2022 
  23. a b Ferreira, Daciléia Lima; Carvalho, Conceição de Maria Belfort de; Brussio, Josenildo Campos (12 de junho de 2020). «O quilombo Saco das Almas: possibilidades turísticas e desenvolvimento sustentável (Edição 490)». Papers do NAEA (3). ISSN 1516-9111. doi:10.18542/papersnaea.v1i3.10404. Consultado em 26 de junho de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]