Córtex piriforme

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Córtex piriforme

Córtex piriforme de um rato D2-eGFP (verde) de 14 dias com corante manchado para encefalina (vermelho) e DAPI (azul) para mostrar núcleos. Epifluorescência.
Identificadores
Latim cortex piriformis

O córtex piriforme é uma região no cérebro que faz parte do rinencéfalo situado no telencéfalo. A função do córtex piriforme relaciona-se ao sentido do olfato.

Anatomia e função[editar | editar código-fonte]

O córtex piriforme é parte do rinencéfalo situado no telencéfalo e é considerado a maior e a mais importante área cortical olfatória.[1]

Na anatomia humana, o córtex piriforme foi descrito como consistindo da amígdala cortical, uncus e giro para-hipocampal anterior.[2] Mais especificamente, o córtex piriforme humano está localizado entre o lobo da ínsula e o temporal, anterior e lateralmente da amígdala.[3][4]

A função do córtex piriforme relaciona-se ao olfato, que é a percepção de odores. Isto foi particularmente demonstrado em seres humanos para o córtex piriforme posterior.[3] No córtex piriforme ocorre a migração dos axônios das células mitrais e tufosas do bulbo olfatório, que deixam o trato olfatório lateral para estabelecer sinapses glutamatérgicas excitatórias juntamente com os neurônios piramidais.[1]

O córtex piriforme em roedores e alguns primatas demonstrou a manutenção de células que expressam marcadores de plasticidade, como doublecortin e PSA-NCAM, que são modulados pelo sistema neurotransmissor noradrenérgico.[5][6]

Papel na epilepsia[editar | editar código-fonte]

O córtex piriforme contém uma zona de gatilho epileptogênico crítica, funcionalmente definida, "area tempestas" (AT).[7] A partir deste local do córtex em que as convulsões evocadas quimicamente ou eletricamente podem ser desencadeadas. Em síntese, trata-se do local propensamente ativo para ocorrer a ação pro-convulsiva de quimioconvulsivantes.[8]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Kandel, Eric; Schwartz, James; Jessell, Thomas; Siegelbaum, Steven; A.J. Hudspeth (11 de set de 2014). «Princípios de Neurociências» 5ª ed. AMGH Editora. p. 626 
  2. Estomih Mtui; Gregory Gruener (2006). Clinical Neuroanatomy and Neuroscience: With STUDENT CONSULT Online Access. Philadelphia: Saunders. 368 páginas. ISBN 1-4160-3445-5 
  3. a b Howard, J. D., Plailly, J., Grueschow, M., Haynes, J. D., & Gottfried, J. A. (2009). Odor quality coding and categorization in human posterior piriform cortex. Nature neuroscience, 12(7), 932-938. Supplementary material, p.4
  4. Mai, J. K. & Paxinos, G. (2008). Atlas of the human brain, 3ª edição. San Diego: Academic Press. Coronal Atlas – Plate 8 (visualização anterior). online: http://www.thehumanbrain.info/head_brain/hn_horizontal_atlas/horizontal.html
  5. «Elsevier: Article Locator». www.sciencedirect.com. Consultado em 4 de janeiro de 2018 
  6. Vadodaria, Krishna C.; Yanpallewar, Sudhirkumar U.; Vadhvani, Mayur; Toshniwal, Devyani; Liles, L. Cameron; Rommelfanger, Karen S.; Weinshenker, David; Vaidya, Vidita A. (22 de março de 2017). «Noradrenergic regulation of plasticity marker expression in the adult rodent piriform cortex». Neuroscience Letters. 644: 76–82. PMC 5526722Acessível livremente. PMID 28237805. doi:10.1016/j.neulet.2017.02.060 
  7. Piredda S, Gale K (outubro de 1985). «A crucial epileptogeneic site in the deep prepiriform cortex». Nature. 317 (6038): 623–5. PMID 4058572. doi:10.1038/317623a0 
  8. Löscher W, Ebert U (dezembro de 1996). «The role of the piriform cortex in kindling». Prog. Neurobiol. 50 (5–6): 427–81. PMID 9015822. doi:10.1016/s0301-0082(96)00036-6