CQD

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CQD (transmitido em código Morse como ▄▄▄ ​​▄ ▄▄▄ ▄    ▄▄▄ ▄▄▄ ▄ ▄▄▄    ▄▄▄ ▄ ▄) é um dos primeiros sinais de socorro adotados para uso de rádio. Em 7 de janeiro de 1904, a Marconi International Marine Communication Company emitiu a "Circular 57", que especificava que, para as instalações da empresa, a partir de 1º de fevereiro de 1904 "a chamada a ser feita por navios em perigo ou de qualquer forma que necessitem de assistência deve ser 'CQD'".[1] Na primeira Convenção Internacional de Radiotelegrafia, realizada em Berlim em 1906, o sinal de socorro Notzeichen da Alemanha de três pontos três traços três pontos (▄ ▄ ▄ ▄▄▄ ▄▄▄ ▄▄▄ ▄ ▄ ▄) foi adotado como o código de sinal internacional de socorro - SOS.[2]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Os telégrafos terrestres adotaram a convenção de usar "CQ" ("sécu", da palavra francesa sécurité) para identificar mensagens de alerta ou de precaução de interesse para todas as estações ao longo de uma linha telegráfica. CQ foi então adotado na radiotelegrafia marítima como uma "chamada geral" para qualquer navio ou estação terrestre.[3]

No uso de telefone fixo não havia sinal geral de emergência, então a empresa Marconi adicionou um "D" ("socorro") ao CQ para criar uma chamada de socorro. O envio de "D" já era usado internacionalmente para indicar uma mensagem urgente. Assim, "CQD" foi entendido pelos operadores sem fio para significar All stations: Distress. Embora utilizado mundialmente pelas operadoras Marconi, o CQD nunca foi adotado como padrão internacional, pois pode ser facilmente confundido com uma mera chamada geral "CQ" quando a recepção é ruim.[4]

RMS Titanic[editar | editar código-fonte]

Em 15 de abril de 1912, o operador de rádio do RMS Titanic, Jack Phillips, inicialmente enviou "CQD", que ainda era comumente usado por navios britânicos. Harold Bride, o operador de rádio júnior, sugeriu usar o SOS, dizendo meio brincando que poderia ser sua última chance de usar o novo código. Phillips depois disso começou a alternar entre os dois. Embora Bride tenha sobrevivido, Phillips morreu no naufrágio.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Turnbull, G.E. (1913). «Distress Signalling». The Year-book of Wireless Telegraphy and Telephony. [S.l.: s.n.] pp. 318–322. Consultado em 21 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 5 de janeiro de 2021 
  2. United States (1907). International wireless telegraph convention concluded between Germany, the United States of America, Argentina, Austria, Hungary, Belgium, Brazil, Bulgaria, Chile, Denmark, Spain, France, Great Britain, Greece, Italy, Japan, Mexico, Monaco, Norway, the Netherlands, Persia, Portugal, Roumania, Russia, Sweden, Turkey, and Uruguay. Washington: Govt. Print. Off. 
  3. Wireless Society of London; Radio Society of Great Britain (1913). «Wireless world.»: 89 v. ISSN 0043-6062. Consultado em 4 de setembro de 2022 
  4. Talbot, Frederick A. (1912). Steamship conquest of the world. Col: Conquests of science. Philadelphia: J. B. Lippincott company 
  5. Bride, BY Harold; Titanic, Surviving Wireless Operator of the (19 de abril de 1912). «THRILLING STORY BY TITANIC'S SURVIVING WIRELESS MAN; Bride Tells How He and Phillips Worked and How He Finished a Stoker Who Tried to Steal Phillips's Life Belt -- Ship Sank to Tune of "Autumn"». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 4 de setembro de 2022