Cairo Copta

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A Igreja Suspensa é uma das mais famosas Igrejas Ortodoxa Copta do Cairo, e a primeira construída no século III ou IV
Convento de São Jorge

Cairo Copta é uma parte do Velho Cairo que engloba a Fortaleza de Babilónia, o Museu Copta, a Igreja Suspensa, a Igreja de São Jorge e muitas outras igrejas coptas assim como sítios históricos. Acredita-se que a Sagrada Família visitou esta área, estabelecendo-se no local da Igreja dos Santos Sérgio e Baco (Abu Sergis).[1] O Cairo Copta foi uma fortaleza do cristianismo no Egito até a época islâmica, apesar da grande maioria das igrejas em Cairo Copta terem sido construídas após a conquista muçulmana do Egito.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Existem evidências de ocupação desta área que remontam ao século VI quando os persas construíram um forte no Nilo, a norte da cidade de Mênfis. Os persas haviam construído um canal (em Fostate), do Rio Nilo até ao Mar Vermelho. O povoamento persa foi denominado de Babilónia, uma reminiscência da antiga cidade ao longo do rio Eufrates, ganhando importância cultural e económica, enquanto que a cidade vizinha de Mênfis decresceu, tal como Heliópolis.[3] Durante o Período Ptolomaico, Babilónia e o seu povo foram praticamente esquecidos.[4]

É tradicionalmente aceite que a Sagrada Família visitou outrora essa área durante a Fuga para o Egito, em busca de refúgio de Herodes, o Grande.[5] Além disso, consta-se que o cristianismo começou a desenvolver-se no Egito, quando São Marcos chegou a Alexandria, tornando-se o primeiro patriarca, apesar da religião permanecer clandestina durante o domínio dos romanos.[6] À medida que a população local se começa a organizar no sentido de uma revolta, os romanos, reconhecendo a importância estratégica da região, assumiram a fortaleza e posicionaram-se nas proximidades, da qual nasceu a Fortaleza de Babilónia.[7] Trajano reabriu o canal até ao Mar Vermelho, contribuindo para o aumento do comércio, porém o Egito permaneceu retrogrado, tanto quanto os romanos receavam.[6]

Sob o poder romano, São Marcos e seus sucessores foram capazes de converter uma parte substancial da população ao cristianismo, a partir das crenças pagãs. À medida que as comunidades cristãs cresceram, estas foram submetidas a sucessivas perseguições por parte dos romanos, sob ordem do imperador Diocleciano, por volta de 300. As perseguições vigoraram até ao Édito de Milão (313) que declarou tolerância religiosa. Mais tarde, a Igreja Copta separa-se da igreja dos romanos e bizantinos. Sob o governo de Arcádio (395-408), várias igrejas foram construídas no Velho Cairo.[8] Os coptas não receberam tolerância até à conquista árabe em 641. Nos primeiros anos de domínio árabe, os coptas foram autorizados a construir várias igrejas dentro da área da antiga fortaleza do Velho Cairo.[9]

A Sinagoga Ben Ezra foi criada em Cairo Copta em 1115, naquilo que foi anteriormente uma igreja copta, construída no século VIII. Os coptas viram-se forçados a vendê-la, com o propósito de levantar fundos para pagar os impostos a Amade ibne Tulune.[10]

No século XI, o Cairo Copta acolheu a sede da Igreja Ortodoxa Copta, que é baseada em Alexandria. Como os poderes dominantes transferidos de Alexandria para o Cairo após a invasão árabe do Egito durante o mandato do papa Cristódulo, Cairo tornou-se a residência fixa e oficial do papa Copta na Igreja Suspensa em Cairo Copta, 1047.

O Museu Copta foi fundado em 1910, e abriga os exemplos mais importantes do mundo da arte copta.[11][12]

A Babilónia pré-islâmica é, até hoje, uma área predominantemente cristã, que hospeda várias igrejas de grande importância histórica.[13]

Referências

  1. Coptic Cairo egyptologyonline
  2. http://touregypt.net/featurestories/babylon.htm Tour Egypt: Babylon
  3. Beattie 2005, p. 63.
  4. Beattie 2005, p. 64–65.
  5. Beattie 2005, p. 65.
  6. a b Beattie 2005, p. 66.
  7. Yeomans, Richard (2006), The Art and Architecture of Islamic Cairo, ISBN 1-85964-154-7, Garnet & Ithaca Press 
  8. Kamil 1987, p. 81.
  9. Beattie 2005, p. 67–69.
  10. Beattie 2005, p. 84–85.
  11. Beattie 2005, p. 75–76.
  12. Brief History, Coptic Museum, consultado em 29 de janeiro de 2009 
  13. Cairo travel

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Beattie, Andrew (2005), Cairo: A Cultural History, Oxford University Press 
  • Kamil, Jill (1987), Coptic Egypt, American University in Cairo Press 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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