Callicebus miltoni

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Estado de conservação
Espécie não avaliada
Espécie não avaliada
Não avaliada
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Família: Pitheciidae
Subfamília: Callicebinae
Gênero: Callicebus
Espécie: P. miltoni
Nome binomial
Plecturocebus miltoni
Dalponte, Siva & Sousa e Silva, 2014

Plecturocebus miltoni é uma espécie de macaco da família Pitheciidae subfamília Callicebinae. Endêmica do Brasil, pode ser encontrada na depressão de Roosevelt-Aripuanã, região interfluvial entre os rios Roosevelt e Aripuanã, nos estados do Mato Grosso e Amazonas.[1] Possui coloração cinza e cauda laranja. Foram avistados pelo pesquisador Julio César Dalponte, do Instituto para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais, em 2010.[2] A descoberta foi publicada pela revista científica Papéis Avulsos de Zoologia em 2014.[2][3] Seu nome é uma homenagem a Milton Thiago de Mello, um primatólogo brasileiro.[2]

O nome popular zogue-zogue é dado pelos moradores da Reserva Extrativista Guariba-roosevelt, para se referir aos primatas do gênero Callicebus. Seu nome inicial era "macaco Firetail titi" por conta de sua cauda de coloração laranja claro, característica capaz de distinguir ele de outros macacos amazônicos de mesmo gênero. Após a seleção do seu antigo nome específico, seu nome popular passou a ser "macaco titi de Milton".[1]

Descrição morfológica[editar | editar código-fonte]

Os macacos que pertencem a esta espécie possuem sua pelagem em tons de laranja escuro na cabeça, próximo aos olhos e boca. Além disso, sua testa tem uma faixa cinza claro que contrasta com o cinza escuro presente no restante do corpo. Ainda na cabeça, as orelhas possuem uma cor bastante parecida com o cinza do corpo, com exceção das bordas, estas são cinza claro. O restante do corpo desses macacos continua seguindo o padrão de cor cinza em sua região dorsal até a base da cauda. Peito, barriga e partes internas dos membros são laranja claro, assim como todo o restante da cauda.[1]

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Até o momento não há na literatura atual muitos dados disponíveis sobre a ecologia desta espécie. Sabe-se que os macacos Titi ocorrem em uma ampla variedade de habitats, embora algumas espécies exibam preferências de habitat. A área onde foi registrado Plecturocebus miltoni é uma floresta ombrófila aluvial aberta. Na região do Rio Roosevelt, P. miltoni foi encontrado nos estratos alto e médio da floresta ombrófila.[1]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

A espécie não difere das características marcantes presentes em seu gênero Plecturocebus, alta territorialidade e vocalização de longa duração, essas ocorrem geralmente pela parte da manhã. Entretanto seu comportamento durante o restante do dia ainda é bastante desconhecido e isso acaba dificultando a localização dos indivíduos do gênero. Além disso, essa espécie também se agrupa para formar bandos. Foram particularmente mais avistados durante as manhãs e em períodos chuvoso onde costuma ter uma maior disponibilidade de alimento.[1]

Conservação[editar | editar código-fonte]

A distribuição geográfica de P.miltoni é de aproximadamente 4.921.540 ha, localizada principalmente no estado de Mato Grosso. O restante está no estado do Amazonas  e uma pequena parcela  no extremo leste de Rondônia. ¼ da distribuição geográfica dessa espécie está inclusa dentro de UCs, sendo algumas de uso sustentável e outras totalmente protegidas. Além de uma parte estar presente dentro de terras indígenas. A caça não parece representar risco para a espécie na região, embora isso possa eventualmente acontecer, principalmente em território indígena. A captura de bebês primatas para serem usados como animais de estimação é frequente e comum nas comunidades tradicionais amazônicas. Não é incomum as pessoas venderem seus animais de estimação para pessoas de fora da comunidade, e este é um dos potenciais problemas de conservação dessa espécie.[1]

Revisão taxonômica[editar | editar código-fonte]

Inicialmente a espécie foi descrita como Callicebus miltoni, entretanto após uma revisão taxonômica de 2016 focada nos primatas conhecidos como zogue-zogue (na Amazônia) ou guigós (na Mata Atlântica e Caatinga), este gênero foi partido em três. Atualmente o nome Callicebus é utilizado apenas para os guigós da Caatinga e Mata atlântica, enquanto os macacos amazônicos receberam o gênero Plecturocebus (sul, sudoeste e oeste da Amazônia) e Cheracebus (norte da Amazônia). Então finalmente, a espécie descrita recebeu o binômio Plecturocebus miltoni.[4]

Referências

  1. a b c d e f Dalponte, J.C.; Silva, F.E.; Sousa e Silva Jr., J. (2014). «New species of titi monkey, genus Callicebus Thomas, 1903 (Primates, Pitheciidae), from Southern Amazonia, Brazil». Papéis Avulsos de Zoologia. 54 (32): 457‑472. doi:10.1590/0031-1049.2014.54.32 
  2. a b c El País. Nova espécie de macaco é descoberta na selva amazônica brasileira. Acesso em 5 de março de 2015
  3. «Novo macaco nas árvores da Amazônia — Ciência Hoje». cienciahoje.uol.com.br. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  4. Byrne, Hazel; Rylands, Anthony B.; Carneiro, Jeferson C.; Alfaro, Jessica W. Lynch; Bertuol, Fabricio; da Silva, Maria N. F.; Messias, Mariluce; Groves, Colin P.; Mittermeier, Russell A. (dezembro de 2016). «Phylogenetic relationships of the New World titi monkeys (Callicebus): first appraisal of taxonomy based on molecular evidence». Frontiers in Zoology (em inglês) (1). ISSN 1742-9994. PMC PMC4774130Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 26937245. doi:10.1186/s12983-016-0142-4. Consultado em 13 de dezembro de 2023 
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