Carl Siegener

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Carl Siegener
Nascimento 4 de setembro de 1798
Celle
Morte 10 de fevereiro de 1827
Ocupação militar

Carl Ludwig August Siegener[1] (Celle, Reino de Hanôver, 4 de Setembro de 1798 - Arroio Lichiguana, Bagé, Brasil, 10 de Fevereiro de 1827) foi um militar teuto-brasileiro que atuou no campo dos foguetes.[2] É considerado o "pioneiro mártir dos foguetes no Brasil".[3]

Vida[editar | editar código-fonte]

Siegener, filho do arquiteto Johann Georg Friedrich Wilhelm Siegener e Johanna Dorothea Caroline Behrens,[4] nasceu no Eleitorado de Hanôver na época da união pessoal entre a Grã-Bretanha e Hanôver e cresceu no chamado "período francês".[2]

Pouco depois de completar 15 anos de idade, provavelmente uniu-se ao novo Jägercorps ("corpo de caçadores") hanoveriano em 17 de Setembro de 1813, no Kielmannseggeschen Jäger do coronel Friedrich von Kielmansegg, recebeu sua despensa em 21 de Abril de 1814 e mudou com o posto de alferes para o batalhão de campo de Bremen.[5] Juntou-se ao Exército de Hanôver em 6 de maio de 1814 como Fähnrich (aspirante) no 2º Regimento de Infantaria, inicialmente estacionado em Celle, onde se familiarizou com o uso de foguetes Congreve [6] e mais tarde, recebeu a Medalha Waterloo.[7]

Foi recrutado pelo Exército Imperial Brasileiro e chegou ao Rio de Janeiro em Fevereiro de 1826.[8] Foi designado como tenente para o 3º batalhão de granadeiros.[6] Durante a guerra da Cisplatina, propôs a seus superiores, entre eles o marechal de campo prussiano Gustav Heinrich Gottlieb von Braun, o uso de foguetes Congreve na batalha do Passo do Rosário.[6] Braun havia se familiarizado com os foguetes durante uma estada na Europa e queria introduzi-los no exército brasileiro.[8] Para a primeira demonstração perante o Estado-Maior, Siegener preparou três foguetes em 7 de Fevereiro de 1827, nos quais instalou uma carga de ignição maior do que o planejado pelo fabricante por causa do clima úmido. Após a ignição, os dois primeiros foguetes voaram distâncias significativamente menores do que o esperado com o terceiro explodindo no local de lançamento, ferindo-o gravemente. Morreu três dias depois, enquanto era transportado para um hospital militar em Caçapava do Sul,[6] sendo ali sepultado.[9]

Segundo o escritor Helmut Andrä, Siegener entrou para a história brasileira através de uma anotação no diário de guerra do tenente engenheiro e agrimensor Anton Adolph Friedrich Seweloh.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Helmut Andrä: Gedanken und Tatsachen zum Schäffer-Bild nebst Erstabdrucken von zwei zeitgenössischen bedeutsamen Dokumenten. In: Staden-Jahrbuch. Instituto Hans Staden de Ciências, Letras e Intercâmbio Cultural Brasileiro-Alemão, São Paulo, Band 39/40, 1991, págs. 78, 82. (Visualizar em Google Livros). Consultado em 2 de abril de 2023.
  2. a b RWLE Möller, Bernd Polster: Carl Ludwig August Siegener. In: Celle. Das Stadtbuch. ES, Bonn 2003, pág. 226, ISBN 9783000126055 Consultado em 2 de abril de 2023.
  3. Carlos H. Hunsche: Leutnant Carl Ludwig August Siegener, Pionier und erster Märtyrer der brasilianischen Raketenwaffe (1827). Instituto Martius-Staden, São Paulo, 1988, págs. 157–162. Consultado em 2 de abril de 2023.
  4. Blumläger Gemeinde der Evangelisch-lutherischen Kirche von Celle, Taufregister 1798, Nr. 4, pág 216. Consultado em 2 de abril de 2023.
  5. Stammrolle Hannoversches Feldjägerkorps Kielmansegge 1813–1814, Hauptstaatsarchiv Hannover, 48a I, Nr. 732. Consultado em 2 de abril de 2023.
  6. a b c d Adalton Gouveia (2003). «Esboço histórico da pequisa espacial no Brasil.» (PDF). Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Consultado em 2 de abril de 2023 
  7. «Königlich-Großbritannisch Hannoverscher Staats-Kalender auf das Jahr 1819». Hannoverscher Staatskalender (em alemão) (Google Livros). Consultado em 2 de abril de 2023 
  8. a b Frank K. Winter, Karlheinz Rohrwild (2009). «Rocketry in Latin America in the 19th Century: A Historical Survey. In: History of Rocketry and Astronautics. Proceedings of the Thirty-Fourth Symposium of the International Academy of Astronautics» (PDF). American Astronautical Society (em inglês). Consultado em 2 de abril de 2023 
  9. a b Anton Adolph Friedrich Seweloh (1874). «Reminiscências da Campanha de 1827 contra Buenos-Ayers. In: Revista trimensal do Instituto Historico, Geographico e Ethnographico do Brasil, págs. 426-448». HathiTrust. Consultado em 2 de abril de 2023 
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