Carlos Hasenbalg

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Carlos Hasenbalg
Nascimento 5 de setembro de 1942
Buenos Aires, Argentina
Morte 5 de outubro de 2014 (72 anos)
Buenos Aires, Argentina
Residência Brasil
Nacionalidade argentino
Alma mater
Prêmios Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2007)[1]
Orientador(es)(as) Robert Blauner
Instituições Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro
Campo(s) Sociologia
Tese Race Relations in Post-Abolition Brazil: The Smooth Preservation of Racial Inequalities (1978)

Carlos Hasenbalg (Buenos Aires, 5 de setembro de 19425 de outubro de 2014) foi um sociólogo argentino.

Grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico[1], foi um dos grandes nomes das ciências sociais brasileiras contemporâneas, responsável pela consolidação dos estudos sociológicos sobre racismo, desigualdades raciais e política racial no Brasil moderno.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em Buenos Aires, em 1942, Carlos se formou em sociologia em 1965, pela Universidade de Buenos Aires (UBA), um ano antes do desmonte do ensino universitário perpetrado pelo general Juan Carlos Onganía. No mesmo ano, seguiu para a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), no Chile, onde obteve o mestrado na escola de sociologia dirigida por Gláucio Ary Dillon Soares.[2]

Em 1968, foi convidado a criar, no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), uma linha de pesquisa em sociologia. Muda-se então para o Rio de Janeiro, no mesmo ano, onde se relaciona com os futuros sociólogos brasileiros, financiados pela Fundação Ford.[2][3]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Com bolsa da Fundação Ford, obteve o doutorado em sociologia pela Universidade da Califórnia em Berkeley, onde sob a orientação de Robert Blauner defendeu uma tese sobre as relações raciais no Brasil pós-abolição, que levou ao livro Discriminação e Desigualdades Raciais no Brasil, publicado em 1979. Nela, Carlos argumentava que o racismo e a discriminação racial resultavam da competição só existente no capitalismo, no sentido de que só a partir da concorrência em que tal sistema viceja é que veríamos surgir a discriminação racial e o racismo sob sua formulação moderna.[4]

Com apoio da Fundação Ford, que na época tinha Peter Fry como seu representante, Carlos assumiu, em 1986, a direção do Centro de Estudos Afro-Asiáticos (CEAA), o mais importante centro sobre a temática racial no país. Os temas de suas pesquisas foram demografia, seletividade conjugal, educação, mercado de trabalho e gênero e raça. Seus resultados apontaram avanços importantes nas condições da população brasileira, permanecendo, no entanto, uma forte desigualdade de renda e racial.[2][3]

Carlos retirou-se do campo acadêmico das relações raciais no final dos anos 1990 e se aposentou em 2005, retornando a Buenos Aires.[4]

Morte[editar | editar código-fonte]

Carlos morreu em 5 de outubro de 2014, em Buenos Aires, aos 72 anos.[5]

Referências

  1. a b «Agraciados pela Ordem Nacional do Mérito Científico». Canal Ciência. Consultado em 1 de junho de 2021 
  2. a b c d Antonio Sérgio Alfredo Guimarães (ed.). «O legado de Carlos Hasenbalg (1942-2014)». Universidade Federal da Bahia. Consultado em 1 de junho de 2021 
  3. a b Lima, Márcia (2014). «A Obra de Carlos Hasenbalg e seu Legado à Agenda de Estudos sobre Desigualdades Raciais no Brasil». Dados - Revista de Ciências Sociais. 4 (57). doi:10.1590/00115258201428. Consultado em 1 de junho de 2021 
  4. a b Figueiredo, Angela (2015). «A obra de Carlos Hasenbalg e sua importância para os estudos das relações das desigualdades raciais no Brasil». Sociedade e Estado. doi:10.1590/S0102-69922015000100002. Consultado em 1 de junho de 2021 
  5. «Carlos Alfredo Hasenbalg: Nota de falecimento». Geledés Instituto da Mulher Negra. Consultado em 1 de junho de 2021