Carlos Newton Júnior

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Carlos Newton Júnior
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação escritor

Carlos Newton de Souza Lima Júnior, mais conhecido como Carlos Newton Júnior (Recife, 7 de setembro de 1966) é um poeta, ficcionista, ensaísta e professor universitário brasileiro.

Infância e educação[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Recife, Pernambuco, em 7 de setembro de 1966. Durante a infância e a adolescência, residiu em várias cidades brasileiras, devido às constantes transferências do seu pai, por motivos de trabalho. Além de Recife e Olinda, morou em Natal (RN), Salvador (BA), Campo Grande (MS) e São Paulo (SP). De família católica, seus estudos quase sempre foram feitos em colégios católicos: São José (Salvador), Salesiano (Natal), Dom Bosco (Campo Grande) e Academia Santa Gertrudes (Olinda).

Ingressa, em 1984, no curso de Arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco, formando-se em 1988. É durante o curso de Arquitetura que conhece o escritor Ariano Suassuna, então professor de Estética, de quem se tornará grande amigo e que o influenciará na decisão de seguir as carreiras de professor e de escritor.

Com o tempo, Carlos se aprofunda na obra de Ariano, escrevendo, sobre ela, diversos livros e artigos. Ingressa no curso de História da Universidade Católica de Pernambuco, em 1986, formando-se em 1989, ano em que também conclui especialização em Teoria da Arte (Artes Plásticas) na UFPE. Em janeiro de 1990, volta a residir em Natal, iniciando sua carreira docente no Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, instituição à qual ficará ligado até o final de 2008. É em Natal que dá início à sua vida literária, através de um conto publicado no jornal O Galo, da Fundação José Augusto.

Ainda em Natal, exerce, por três mandatos, a presidência da Cooperativa Cultural Universitária do RN Ltda., além de outros cargos da administração universitária. Torna-se mestre em Literatura Comparada (UFRN, 1996) e doutor em Literatura Brasileira (UFPE, 2002). Em 2007, a convite de Ariano Suassuna, que então assumira a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo de Eduardo Campos, volta a residir em Recife, assumindo a Diretoria de Literatura e Artes da Secretaria de Cultura.[1] Em 2008, transfere-se para a Universidade Federal de Pernambuco,[2] ficando lotado no Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística.

Carreira[editar | editar código-fonte]

No campo da poesia, estreia com[3] O homem só e outros poemas (1993), livro que revela certas vacilações de juventude, mas é bem aceito pela crítica local, recebendo artigos elogiosos, entre outros, de Veríssimo de Melo . Publica, 6 anos depois,[4] Canudos: poema dos quinhentos (1999), livro em que Ariano Suassuna encontra, segundo suas próprias palavras, “alguns sonetos que são dos mais belos que já li em língua portuguesa”.[5]

A partir de Poeta em Londres[6](2005), sua poesia torna-se visivelmente mais pessoal, confirmando o nível de maturidade que já o credenciara a figurar na antologia[7]Poesía brasileira hoxe, organizada por Alexei Bueno e publicada em Santiago de Compostela, Galicia, em 2004. É autor de vários livros, entre os quais[8]A ilha Baratária e a ilha Brasil (1996),[9]Honorato, o Bom-Deveras (1998),[10] O pai, o exílio e o reino: a poesia armorial de Ariano Suassuna (1999),[11]O quinto naipe do baralho (2002),[12]Nóstos (2002),[13]Vida de Quaderna e Simão (2003),[14]De mãos dadas aos caboclos (2008) e[15] Ofício de sapateiro (2011).

Organizou e prefaciou, entre outros livros, a poesia reunida de Ariano Suassuna (Poemas. Recife: UFPE, 1999), o álbum iconográfico Portal da memória, alusivo ao 45º aniversário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasília: Senado Federal, 2005), o Almanaque armorial, de Ariano Suassuna (Rio de Janeiro: José Olympio, 2008), a poesia reunida de Paulo de Tarso Correia de Melo (Talhe rupestre. Natal: UFRN, 2008), a antologia O cangaço na poesia brasileira (São Paulo: Escrituras, 2009) e o Caderno de pintura, de Walmir Ayala (Recife: Cepe, 2014).

Foi o responsável pelo estabelecimento de texto, prefácio e notas da mais recente edição do Itinerário de Pasárgada, de Manuel Bandeira (São Paulo: Global, 2012). Prefaciou, para as Edições BestBolso, do Rio de Janeiro, vários clássicos da literatura brasileira: Dom Casmurro, de Machado de Assis; Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto; Iracema e Til, de José de Alencar; A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Publicou dezenas de ensaios e artigos sobre literatura, artes plásticas e teatro, em revistas e jornais de todo o país (Cadernos de Literatura Brasileira, Continente Sul Sur, O Globo, Folha de S.Paulo, Jornal do Commercio, Tribuna do Norte, etc.).

Obras[editar | editar código-fonte]

Poesias
  • O homem só e outros poemas (1993)
  • Canudos: poema dos quinhentos (1999)
  • Nóstos (2002)
  • Poeta em Londres (2005)
  • De mãos dadas aos caboclos (2008)
  • Ofício de sapateiro (2011)
Ficção
  • Honorato, o Bom-Deveras (1998)
  • Nova mitologia greco-latina (2014)
Ensaios
  • A ilha Baratária e a ilha Brasil (1996)
  • O pai, o exílio e o reino: a poesia armorial de Ariano Suassuna (1999)
  • O Circo da Onça Malhada: iniciação à obra de Ariano Suassuna (2000)
  • O quinto naipe do baralho (2002)
  • Vida de Quaderna e Simão (2003)
  • Movimento Armorial: regional e universal (2007)
  • Ariano Suassuna: vida e obra em almanaque (2013) - [em CD-ROM]

Referências

  1. Congresso Mundial de Engenheiros Escritores (15 de março de 2014). «CARLOS NEWTON DE SOUZA LIMA JÚNIOR». Congresso Mundial de Engenheiros Escritores. Consultado em 1 de junho de 2015 
  2. UFPE (março de 2014). «Corpo Docente». UFPE. Consultado em 1 de junho de 2015 
  3. Escritas (6 de julho de 2013). «biblioteca Carlos Newton Júnior». Escritas. Consultado em 1 de junho de 2015 
  4. Carlos Newton Júnior, Carlos Newton Júnior (1999). Canudos - um poema dos quinhentos. [S.l.: s.n.] 
  5. Ariano Suassuna (5 de outubro de 1999). «um poeta» 
  6. «A poesia de Carlos Newton Júnior». Tribuna do Norte. Consultado em 1 de junho de 2015 
  7. «Poesia Brasileira Hoxe». 14 de junho de 2004. Consultado em 1 de junho de 2015 
  8. «a ilha baratária». 1 de maio de 1996. Consultado em 1 de junho de 2015 
  9. «Honorato Bom Deveras». 15 de agosto de 1998. Consultado em 1 de junho de 2015 
  10. «O Pai o Exílio e o Reino». 1 de janeiro de 1999. Consultado em 25 de junho de 2015 
  11. «O quinto naipe do baralho». 8 de outubro de 2002. Consultado em 1 de junho de 2015 
  12. «Nostos». 1 de setembro de 2002. Consultado em 1 de junho de 2015 
  13. «Vida de Simão e Quaderna». 2003. Consultado em 1 de junho de 2015 
  14. «de mãos dadas aos caboclos». 2008. Consultado em 1 de junho de 2015 
  15. «Ofício de sapateiro». 2011. Consultado em 1 de junho de 2015