Caryota urens

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaCaryota urens
C. urens da Casa do Lago.
C. urens da Casa do Lago.
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Domínio: Eukariota
Reino: Plantae
Sub-reino: Viridiplantae
Infrarreino: Streptophyta
Superdivisão: Embryophyta
Divisão: Tracheophyta
Subdivisão: Spermatophytina
Classe: Monocots
Superordem: Lilianae
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Gênero: Caryota
Espécie: C. urens[2]
Nome binomial
Caryota urens
L.
Distribuição geográfica
Mapa mostrando a distribuição geográfica de C. ulens L. com enfoque na Ásia e Oceania.[3]
Mapa mostrando a distribuição geográfica de C. ulens L. com enfoque na Ásia e Oceania.[3]

Caryota urens é uma árvore ornamental, da família das arecaceaes, nativa da Índia, Malásia, Sri Lanca e arredores, conhecida pelo nome popular de palmeira-rabo-de-peixe. Ela constitui papel importante na dieta do povo do arquipélago leste da Índia é a única palmeira cujas folhas são bipinadas, característica que a torna inconfundível. A etimologia de "urens" é do latim e significa picante, ardente, que queima, em alusão à irritação nas mucosas e na pele causada pelos cristais de ácidos de oxalato presentes nas suas frutas.[4] A espécie foi descrita pela primeira vez pelo botânico sueco Carl Nilsson Linnæus no ano de 1753.[5]

Morfologia[editar | editar código-fonte]

Frutos de C. urens

Geral[editar | editar código-fonte]

A C. urens atinge altura de dez a dezoito metros e DAP (diâmetro a altura do peito) de vinte a quarenta centímetros. Seu estipe é único e robusto. Seu tronco possui coloração cinzenta e apresenta anéis de cicatriz das folhas amplamente espaçados.[4] Os frutos quando maduros são uma drupa de formato redondo e coloração avermelhada, com cerca de um centímetro de diâmetro e contendo uma única semente.[4][6]

Folhas[editar | editar código-fonte]

Suas folhas atingem até três metros e meio de comprimento por sessenta centímetros de largura; apresentam coloração verde escura; são brilhantes; divididas em folíolos que se dividem novamente e apresenta um folíolo terminal. Essas folhas são as únicas bipinadas da família das arecáceas. Sua bainha é lisa e bem destacada.

Seu folíolos atingem cerca de trinta centímetros de comprimento e apresentam uma extremidade pontiaguda e uma borda irregular. Seus folíolos finais possuem uma formato de cunha característico, são serrilhados no ápice, semelhante a um rabo de peixe, o que explica a origem de um de seus nomes populares.[4]

Inflorescência[editar | editar código-fonte]

Excepcionalmente, sua floração começa pelo ápice da estipe e procede florando para baixo às vezes ao longo de vários anos. As inflorescências emergem em cada nó da folha, de cima para baixo, produzindo aglomerados pendentes de flores brancas e unissexuais, atingem de dois a quatro metros de comprimento e possuem numerosos ramos pendentes com cerca de um metro de comprimento. As flores permanecem abertas em cada inflorescência por cerca de seis semanas.[4][6]

Inflorescência de C. urens

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Essas palmeiras florescem apenas uma vez na vida e morrem após a floração. A dispersão das sementes ocorre comumente por zoocoria através de morcegos e civetas; no Sri Lanca os frutos são consumidos por Paradoxurus hermaphroditus. Seus frutos maduros são cobertos de cristais de oxalato de cálcio.[4][6]

Ameaças e Conservação[editar | editar código-fonte]

As maiores ameaças à espécie são devidas à exploração madeireira e a abertura de clareiras na floresta para expansão de culturas rotativas. A superexploração humana da árvore afeta severamente a sua regeneração natural, e por conta disso, em alguns locais, indivíduos adultos da espécie são raramente vistos. Entretanto ela é amplamente cultivada ao longo da região de ocorrência por conta de sua utilidade.[4]

Distribuição Geográfica[editar | editar código-fonte]

Ela distribui-se nativa e amplamente desde a Índia até a Malásia peninsular, em campos e clareiras da floresta tropical, em altitudes de até trezentos metros acima do mar. A origem exata da C. urens é incerta e populações fora da Índia e do Sri Lanca podem ter sido introduzidas pelo ser humano.[7][4]

Bebida fermentada preparada a partir de C. urens.

Utilização[editar | editar código-fonte]

A árvore é comumente utilizada como planta ornamental. As fibras de suas folhas são utilizadas na confecção de cordas, cestos, pinceis e outros artefatos.[4][6]

Na alimentação ela é quase base alimentar do povo no arquipélago leste e é a principal fonte de matéria prima para a produção de sagu da Índia. Esse sagu é feito a partir do seu tecido interno.[8] O ápice do caule (seu palmito) pode ser comido quando cozido. A semente pode ser mastigada como as nozes de areca (Areca catechu). Ela é utilizada no preparo de uma bebida alcoólica, fermentada, típica da Índia. Essa bebida é feita a partir da seiva extraída de sua inflorescência. Também dessa seiva se faz xarope e açúcar.[4]




Referências

  1. Loftus, C (2014). «C. urens L.» (em inglês). World Conservation Monitoring Centre. - The IUCN Red List of Threatened Species 1998: e.T32949A9744370. Disponível em: http://apiv3.iucnredlist.org/api/v3/website/Caryota%20urens. Consultado em 25 de março de 2018 
  2. Compilado de fontes de bases de dados sobre espécies vegetais:
    • «C. urens L.» (em inglês). Useful Tropical Plants Database. Consultado em 25 de março de 2018 
  3. «C. urens L.» (em inglês). Global Biodiversity Information Facility disponível em: https://www.gbif.org/. Consultado em 25 de março de 2018 
  4. a b c d e f g h i j «C. urens L.» (em inglês). Plants of the World Online - Kew Science. Consultado em 25 de março de 2018 
  5. «C. urens L.» (em inglês). Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. Consultado em 25 de março de 2018 
  6. a b c d Andrés E.L. Reyes. «C. urens L.». http://www.esalq.usp.br/trilhas/ 
  7. Roskov Y., Abucay L., Orrell T., Nicolson D., Bailly N., Kirk P.M., Bourgoin T., DeWalt R.E., Decock W., De Wever A., Nieukerken E. van, Zarucchi J., Penev L. (2017). «C. urens L.» (em alemão, inglês, espanhol, francês, lituano, neerlandês, polaco, português, russo, tailandês, vietnamita, e chinês). Species 2000 & ITIS Catalogue of Life, 26 de fevereiro de 2018. Annual Checklist. Digital resource at www.catalogueoflife.org/annual-checklist/2017. Species 2000: Naturalis, Leiden, the Netherlands. ISSN 2405-8858. Consultado em 24 de março de 2018 
  8. Watt, George (23 de jan de 2014). A Dictionary of the Economic Products of India, Parte 2. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 384