Castelo de Campo Maior

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Castelo de Campo Maior
Castelo de Campo Maior
Construção Dinis de Portugal (1310)
Estilo
Conservação
Homologação
(IGESPAR)
MN
Aberto ao público

O Castelo de Campo Maior, no Alentejo, localiza-se na freguesia de São João Baptista, na vila e município de Campo Maior, distrito de Portalegre, em Portugal.[1]

Erguido no alto do outeiro de Santa Vitória para defesa da raia alentejana, do alto de suas torres se divisam as vizinhas Badajoz e Elvas. Atualmente o monumento integra a Praça-forte de Campo Maior, sendo esta depois da de Elvas, a mais importante fortificação do Distrito.

O Castelo de Campo Maior está classificado como Monumento Nacional desde 1911.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A primitiva ocupação humana do seu sítio perde-se na pré-história. Acredita-se que foi habitada sucessivamente por povos Celtas, Romanos e Muçulmanos, para ser reconquistada por forças cristãs do reino de Leão no século XIII, após 1230. O primeiro foral de Campo Maior data de 1260, outorgado pelo Bispo de Badajoz.

O castelo medieval[editar | editar código-fonte]

A vila foi conquistada por forças portuguesas entre 1295 e 1296. Só seria, entretanto, incorporada definitivamente aos domínios de D. Dinis (1279-1325) em virtude do Tratado de Alcanises (1297). Para incrementar o seu povoamento e assegurar-lhe a defesa, o soberano concedeu-lhe Carta de Foral e determinou a reconstrução do seu castelo (1310).

Diante do crescimento da povoação e da sua importância estratégica sobre a raia alentejana, D. João II (1481-1495) ampliou-lhe as defesas, fazendo erguer uma nova cerca envolvente que inscrevia toda a vila dentro das muralhas. Esses trabalhos prosseguiam sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521), quando foi figurada por Duarte de Armas no seu Livro das Fortalezas (c. 1509).

Da Guerra da Restauração aos nossos dias[editar | editar código-fonte]

Nos séculos XVII e XVIII, diante da modernização dos meios ofensivos, a defesa da vila foi remodelada com a introdução de linhas abaluartadas e construção de novas instalações militares, transformando a povoação medieval em uma Praça-forte.

Ver artigo principal: Praça-forte de Campo Maior

O conjunto medieval foi severamente danificado em 16 de Setembro de 1732. Por volta das três horas da madrugada, durante uma violenta tempestade, registou-se a queda de um raio sobre a torre grande do castelo, utilizada como paiol de pólvora. O paiol estocava, naquele momento, seis mil arrobas de pólvora e cinco mil munições. À violenta explosão seguiu-se um vasto incêndio, que além das vítimas fatais, consumiu mais da metade das habitações da vila, arrasando não só o castelo como a cerca medieval.

No século XX o castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 18 de Março de 1911. Na primeira metade da década de 1940 a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) iniciou obras de consolidação e restauro do conjunto, caracterizadas por trabalhos de reconstrução. Uma segunda etapa de obras foi iniciada na segunda metade da década de 1960, estendendo-se até ao início da década de 1970, marcada por intervenções nas muralhas do castelo e na Capela de Nossa Senhora dos Aflitos. Uma terceira etapa teve lugar na década de 1980, passando o monumento para a afetação do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) a partir de 1996.

No início de 2010 registou-se o desmoronamento parcial do monumento devido ao mau tempo ocorrido na região.[3]

Em 2021 foram inauguradas as obras de requalificação da fortificação abaluartada, projeto que contou com um investimento na ordem dos cinco milhões de euros[4].

Características[editar | editar código-fonte]

Erguido na cota de 299 metros acima do nível do mar, o castelo e a cerca medievais estão orientados para o território espanhol. As muralhas do castelo, ameadas, foram confeccionadas em alvenaria de pedra em fiadas, argamassas com cal, identificando-se alguns jorramentos e cunhais de silharia. O seu topo é percorrido em toda a volta por um adarve e eram reforçadas, originalmente, por seis torres de planta retangular, também ameadas, das quais restam hoje, apenas duas. Tanto as ameias das muralhas, quanto as das torres, apresentam terminação tronco-piramidal com arredondamento no topo. As torres apresentam, em seu interior, sala com teto abobadado ao nível do adarve; a torre a Norte ostenta uma janela em estilo renascentista.

A cerca da vila, a sul, apresenta planta no formato trapezoidal, reforçada com sete torreões: seis de planta retangular e uma octogonal, a nordeste, defendendo o portão de entrada. As muralhas apresentam-se rebaixadas, assim como as torres, permitindo o tiro à barbeta das canhoneiras. Apenas uma das torres, a sudoeste, junto a uma das portas falsas, apresenta ameias; no setor sudeste, destaca-se a Capela do(a) Senhor(a) dos Aflitos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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Ligações externas[editar | editar código-fonte]