Castelo de Vila do Touro

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Castelo de Vila do Touro
Muralhas do Castelo de Vila do Touro
Construção ()
Estilo
Conservação
Homologação
(IGESPAR)
N/D
Aberto ao público
Site IHRU, SIPA4748

O Castelo de Vila do Touro localiza-se na povoação e freguesia de Vila do Touro, no Município do Sabugal, Distrito da Guarda, em Portugal.[1]

No alto de uma elevação sobranceira ao vale da ribeira do Boi, no ponto de sua confluência com o rio Côa, é um dos cinco castelos erguidos no Município, além dos de Alfaiates, Vilar Maior, Sabugal e Sortelha. Do alto de seus muros avistam-se localidades como as de Abitureira, Arrifana, Baraçal, Guarda, Martim Pêga, Pega, Sabugal e Seixo do Côa.

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta à pré-história, provavelmente à Idade do Bronze, com continuidade na Idade do Ferro, a julgar pelos vestígios arqueológicos abundantes na região. Do período romano, na povoação é testemunho apenas uma epígrafe, encontrada próximo à Abitureira, referindo a sua toponímia Tauria, que em língua portuguesa significa da grande elevação.

O castelo medieval[editar | editar código-fonte]

À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, a região foi conquistada pela Coroa de Portugal em fins do século XII. À época, os seus domínios foram doados pelo concelho da Guarda à Ordem dos Templários, a quem se atribui o estabelecimento da povoação, que veio a constituir termo próprio. Lindeiro ao reino de Leão, sob o reinado de Afonso II de Portugal (1211-1223), visando incentivar o seu povoamento e defesa, o Mestre da Ordem, D. Pedro Alvito, concedeu à povoação o seu foral (1 de Dezembro de 1220). Embora não haja informações complementares (acredita-se que seja contemporâneo do Castelo de Castelo Mendo), datará desse período o início da construção da sua defesa: povoação raiana, a sua fortificação era fronteira à iniciada em Caria Talaya, na margem oposta do rio Côa, em território do reino de Leão, hoje a atual freguesia de Ruvina, em território português.

A defesa casteleira, entretanto, aparentemente não passou da construção de muralhas, uma vez que se sucedeu conflito pela posse de terras na região, entre a Ordem e o Concelho da Guarda, que se opunha à criação do Concelho da Vila do Touro.

Sob o reinado de Dinis de Portugal (1279-1325), com a assinatura do Tratado de Alcanices (1297), a Vila do Touro perdeu o seu caráter fronteiriço e, consequentemente, a sua importância estratégica. Esse motivo, somado à extinção da Ordem do Templo (1319), levou a que a fortificação jamais fosse concluída, resumindo-se ao circuito de muralhas. O soberano não confirmou o foral à vila e nem concedeu atenção à sua defesa, que mergulhou no esquecimento, embora tenha se mantido sede de Concelho entre o início do século XIII e o início do século XIX. A primitiva Igreja Matriz, templária, sob a invocação de Nossa Senhora da Assunção, passou para a Ordem de Cristo.

Manuel I de Portugal (1495-1521) concedeu-lhe o Foral Novo (1510), mas a sua fortificação continuou mergulhada no esquecimento. O concelho de Vila do Touro foi extinto durante as Reformas Liberais em 1836, juntamente com o de Alfaiates.

Da Guerra da Restauração aos nossos dias[editar | editar código-fonte]

À época da Guerra da Restauração, os moradores da vila ergueram um reduto para a própria defesa.

As ruínas da cerca medieval não se encontram classificadas pelo património português. Atualmente, encontram-se em mau estado de conservação, com uma porta, em arco gótico, desmoronando, sendo identificáveis alguns troços e blocos das antigas muralhas, a Norte e a Oeste, encobertos pela vegetação. No recinto da praça de armas, existem diversos pedregulhos. Património templário, reclamam um estudo mais aprofundado, inclusive de pesquisa arqueológica.

Características[editar | editar código-fonte]

Erguido na cota de 800 metros acima do nível do mar, as muralhas do castelo apresentam planta poligonal irregular, ainda podendo ser identificado no solo, pelos seus alicerces, o seu traçado integral.

Associadas a esses vestígios, outros, de algumas algumas calçadas, estão relacionadas com as comunicações entre a povoação e as praças militares de Sortelha, Sabugal, Alfaiates e Guarda. Uma das vias mais importantes ligava-a a Alfaiates, dali seguindo por Panoias até à Guarda. Dela restam vários troços e algumas pontes sobre as ribeiras da Lourença e de Pega. Acredita-se que a ponte sobre a ribeira da Lourença remonte à época de fundação do castelo.

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]