Catacumba dos Santos Marcos e Marceliano

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Catacumba dos Santos Marcos e Marceliano é uma catacumba romana localizada entre a Via Ápia Antiga e a Via Ardeatina, no moderno quartiere Ardeatino de Roma.

História[editar | editar código-fonte]

"Martírio dos santos Marcos e Marceliano", de Paolo Veronese (1565), na Igreja de São Sebastião de Veneza.

Esta catacumba é uma das várias que compõem o chamado "Complexo Calistiano", compreendido entre a Via Ápia Antiga, a Via Ápia Antiga e o Vicolo delle Sette Chiese, no qual se encontram ainda a Catacumba de São Calisto (incluindo as suas diversas áreas funerárias), a Catacumba de Santa Sotere e a Catacumba de Balbina.

Nas fontes antigas, esta catacumba era conhecida com o nome de "Cemitério di Basileo ad sanctum Marcum et Marcellianum". Esta dupla nomenclatura indica primeiro o nome do proprietário do terreno no qual ela foi escavada, um certo Basileu. Depois do Édito de Milão, em 313, a catacumba passou a ser chamada pelo nome dos mártires mais conhecidos sepultados no local, Marcos e Marceliano. Há vários outros casos documentados nos quais ambos os nomes — do proprietário e dos mártires — passaram para as fontes.

O cemitério era geralmente chamado também de "dei Santi Marco e Marcelliano e di papa Damaso". Além dos dois santos martirizados juntamente com o papa Caio (296) e sepultados em uma basílica na superfície, o local abrigava também uma segunda basílica onde ficava a sepultura que o papa Dâmaso I havia escolhido para si, para sua mãe, Lorenza, e para sua irmã, Irene. Destas estruturas não restou nenhum vestígio. Além disto, as fontes antigas não mencionam nenhum outro mártir, motivo pelo qual a catacumba não abriga hoje nenhum local de culto subterrâneo (hipogeu).

Descrição[editar | editar código-fonte]

A catacumba foi visitada pela primeira vez, depois de um longo período de esquecimento durante a Idade Média, por Antonio Bosio, que a cita em sua obra "Roma Sotterranea" (início do século XVI). Giovanni Battista de Rossi também passou por ela no século XIX, mas a confundiu com a Catacumba de Balbina. Estudos mais rigorosos foram conduzidos por Joseph Wilpert na primeira década do século XX e pelo monsenhor Patrick Saint-Roch, reitor do Pontificio Istituto di Archeologia Cristiana.

Os estudos e escavações de Wilpert levaram à identificação da catacumba com a dos santos Marcos e Marceliano. Ele descobriu também, sob um pátio do Instituto San Tarcisio (atualmente sob o comando dos salesianos), na Via Ápia Antiga, algumas estruturas absidadas (que ele identificou como sendo de uma das basílica citadas nas fontes antigas), a chamada "Cripta das Quatro Colunas", e duas importantes inscrições grafitadas que fazem referência à mãe do papa Dâmaso I e aos dois mártires.

As escavações de Saint-Roch revelaram parte da topografia da catacumba e permitiram sua datação. Ele identificou a existência de uma série de regiões que abarcam um período que vai do final da era constantiniana até o fim do século IV.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • De Santis, L.; Biamonte, G. (1997). Le catacombe di Roma (em italiano). Roma: Newton & Compton Editori. p. 42-44 
  • Saint-Roch, P. (1981). «La région centrale du cimetière connu sous le nom de "Cimetière des Saints Marc et Marcellien et Damase». Rivista di Archeologia Cristiana (em italiano) (57): 209-251 
  • Wilpert, J. (1930). «Ein wichtiger Fund von der Crypta der heiligen Marcus und Marcellianus». Römische Quartalschrift (em alemão) (44): 1-5