Centro Cultural José Bonifácio

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Fachada do Centro Cultural José Bonifácio vista da Rua Pedro Ernesto.

O Centro Cultural José Bonifácio (CCJB) é um centro cultural situado no bairro da Gamboa, na Zona Central da cidade do Rio de Janeiro. Instalado em uma construção do século XIX, localiza-se no cruzamento da Rua Pedro Ernesto com a Rua João Alvares. Integra o Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana, criado com o objetivo de preservar a memória africana na cidade.[1]

Com investimentos de R$ 3,8 milhões em restauração, o centro foi reinaugurado em 20 de novembro de 2013, Dia da Consciência Negra, pelo prefeito Eduardo Paes. O palacete, fundado em 1877 por Dom Pedro II, foi restaurado pelo programa Porto Maravilha Cultural, responsável pela recuperação do patrimônio artístico, histórico e cultural da Zona Portuária do Rio de Janeiro.[2]

O centro cultural é composto por uma área de 2.356 m², dividida em três pavimentos e 18 salas de usos diversos. No térreo, está instalada a área técnica e alguns banheiros. Já no primeiro pavimento, situam-se: um espaço de exposição para arqueologia, que abriga alguns achados do Cais do Valongo; uma biblioteca com acervo qualificado nas temáticas africana e afro-brasileira; uma livraria especializada; um minicentro de convenções; e a administração do CCJB.[3]

O espaço possui uso múltiplo, abrigando atividades tanto acadêmicas quanto pedagógicas e artístico-culturais referentes à influência africana na formação social brasileira. Abriga uma exposição permanente de objetos encontrados durante as escavações e obras no âmbito da Porto Maravilha. Pulseiras, cachimbos e amuletos são alguns dos objetos expostos.[4]

O centro recebeu esse seu em homenagem a José Bonifácio de Andrada e Silva, que foi um naturalista, estadista e poeta brasileiro. José Bonifácio foi uma pessoa decisiva para a consolidação da Independência do Brasil, e por isso é conhecido pelo epíteto de "Patriarca da Independência".

História[editar | editar código-fonte]

Fachada do palacete que abriga o centro cultural.

O palacete onde hoje funciona o Centro Cultural José Bonifácio, situado na Rua Pedro Ernesto, foi inaugurado em 1877 por Dom Pedro II. Nele, funcionou até 1966 a Escola José Bonifácio, a primeira escola primária da América Latina, cujo nome oficial era Escola Pública Primária da Freguesia de Santa Rita.[3] Em março de 1977, o palacete passou a sediar a Biblioteca Popular Municipal da Gamboa. No ano de 1986, a biblioteca foi transformada em centro cultural, passando a ser denominada Centro Cultural José Bonifácio.[5] Em 1994, o centro passou por uma ampla reforma, na qual foram instaladas esculturas de inspiração africana.[6]

Prefeito Eduardo Paes durante a reinauguração do Centro Cultural José Bonifácio, em 2013.

No dia 16 de novembro de 2011, na parte da manhã, o prefeito Eduardo Paes deu início às obras de restauração do CCJB.[1] Treze dias depois, a fim de socializar diversos sítios arqueológicos existentes nos bairros da Gamboa e da Saúde, foi criado o Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana por meio do Decreto Municipal Nº 34.803.[7] O circuito engloba, além do Centro Cultural José Bonifácio, o Cais do Valongo, o Cemitério dos Pretos Novos e outros pontos de interesse próximos.

Durante a nova reforma, foram preservados diversos componentes do palacete, tais como: as esculturas da fachada frontal; a deslumbrante escada na entrada, toda em madeira nobre e com dois dragões esculpidos em sua base; o pátio arborizado; e lindos painéis de azulejos pintados com mapas que mostram as transformações pelas quais a Zona Portuária do Rio de Janeiro passou através das décadas. A reforma também incluiu incluiu itens de acessibilidade, como elevadores e rampas.[8]

Dois anos depois, em 20 de novembro de 2013, o Centro Cultural José Bonifácio foi reinaugurado pelo prefeito Eduardo Paes. Para a restauração do centro, foram investidos R$ 3,8 milhões por meio do programa Porto Maravilha Cultural, que destina 3% da venda dos CEPACs vinculados à operação urbana Porto Maravilha à recuperação do patrimônio artístico, histórico e cultural dos bairros que compõem a Zona Portuária do Rio de Janeiro. O centro é coordenado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP) em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH).[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Prefeito cria Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana». Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. 15 de novembro de 2011. Consultado em 21 de abril de 2017 
  2. «Centro Cultural José Bonifácio é reaberto no Rio após reforma». G1. 20 de novembro de 2013. Consultado em 1 de setembro de 2017 
  3. a b «Centro Cultural José Bonifácio reaberto ao público». Porto Maravilha. 22 de novembro de 2013. Consultado em 26 de agosto de 2017 
  4. a b Romar, Juliana (20 de novembro de 2013). «Prefeito participa da reinauguração do Centro Cultural José Bonifácio». Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Consultado em 26 de agosto de 2017 
  5. «Centro Cultural Municipal José Bonifácio». Turista Aprendiz. Consultado em 1 de setembro de 2017 
  6. «Centro Cultural José Bonifácio». Rio&Cultura. Consultado em 1 de setembro de 2017 
  7. «Decreto 34.803/2011» (PDF). Porto Maravilha. Consultado em 25 de agosto de 2017 
  8. «Centro Cultural José Bonifácio». Guia Cultural do Centro Histórico do Rio de Janeiro. Consultado em 1 de setembro de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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