Cidade Febril

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Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial
Autor(es) Sidney Chalhoub
Idioma língua portuguesa
País  Brasil
Assunto epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro em 1850
Gênero história, saúde
Editora Companhia das Letras
Lançamento 1996
Páginas 288
ISBN 9788535930092

Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial é um livro do historiador brasileiro Sidney Chalhoub publicado pela primeira vez no ano de 1996, pela editora Companhia das Letras.[1][2]

Obra[editar | editar código-fonte]

O livro publicado em 1996, trata-se de um estudo do historiador Sidney Chalhoub que tem a cidade do Rio de Janeiro como palco principal.[3][4] É retratada na publicação a atuação dos médicos sanitaristas em meio a epidemia de febre amarela - que possui o mosquito Aedes aegypti como vetor da doença - que ocorria na sociedade carioca nos séculos XIX e XX.[5][6]

No enfrentamento a epidemia, o governo teve diversas reações ora negacionista, ora tentando combater a doença.[7][8] Uma das medidas foi a criação da Junta Central de Higiene Pública, o primeiro órgão do governo imperial responsável por gerir de maneira centralizada a contenção do avanço da epidemia e criar uma série de políticas públicas e ações estatais para enfrentá-las.[9]

O livro ainda conta o viés higienista urbano das ações no enfrentamento da epidemia na então capital do país.[10] Como política pública existiu o enfretamento aos cortiços - moradias populares de habitação coletiva que possuem diversas áreas de uso comum, como lavanderias - que na visão do governo ajudavam na dispersão do vírus na sociedade, devido ao contato de inúmeras pessoas.[11][12] A mudança dos cortiços da região central do Rio, fez com que a política urbana da cidade mudasse, quebrando paradigmas como o alargamento das avenidas cariocas.[13] A população negra também foi tirada dessas locações da região central, já que eram as pessoas que costumavam morar nessas habitações.[6]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

No ano de 1997, o livro venceu o Prêmio Jabuti na categoria Ensaio.[14] O Prêmio Jabuti é considerado o principal prêmio literário do país.[15]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Chalhoub, Sidney. «Cidade febril: Cortiços e epidemias na Corte imperial» (PDF). Companhia das Letras. Consultado em 15 de março de 2021 
  2. «Cidade febril : cortiços e epidemias na Corte Imperial / Sidney Chalhoub.». Biblioteca Nacional do Brasil. Consultado em 16 de março de 2021 
  3. Maio, Marcos (2010). «Raça, doença e saúde publica no Brasil: um debate sobre o pensamento higienista do século XIX» (PDF). Fiocruz. Consultado em 15 de março de 2021 
  4. Sombini, Eduardo (25 de abril de 2020). «Politização de epidemias sempre leva a tragédias, avalia historiador». Folha de S.Paulo. Consultado em 16 de março de 2021 
  5. Tauil, Pedro Luiz (21 de maio de 2010). «Aspectos críticos do controle da febre amarela no Brasil». Revista de Saúde Pública: 555–558. ISSN 0034-8910. Consultado em 16 de março de 2021 
  6. a b Soihet, Rachel (1999). «Cidade febril – Cortiços e epidemias na Corte Imperial, de Sidney Chalhoub. São Paulo, Companhia das Letras, 1996.». Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 16 de março de 2021 
  7. Westin, Ricardo (7 de junho de 2020). «No Brasil Império, chegada de vírus mortal provocou negacionismo e crítica a quarentenas». EL PAÍS. Consultado em 16 de março de 2021 
  8. Fausto, Boris (23 de janeiro de 2021). «Relato de surto de febre amarela no Rio no século 19 mostra negacionismo entranhado no Brasil - Aliás». Estadão. Consultado em 16 de março de 2021 
  9. Delamarque, Elizabete (2011). «Junta Central de Higiene Pública: vigilância e polícia sanitária (antecedentes e principais debates)» (PDF). Fiocruz. Consultado em 16 de março de 2021 
  10. «Pandemia desmascara 'arrogância da ignorância' de governantes, diz historiador». Época Negócios. 19 de abril de 2020. Consultado em 16 de março de 2021 
  11. Kiyomura, Leila (19 de setembro de 2018). «Livro indicado pela Fuvest, "O Cortiço" retrata o Brasil de hoje». Jornal da USP. Consultado em 16 de março de 2021 
  12. Cano, Jefferson (2016). «Nas entrelinha do "Cortiço" : moralidade e (des)ordem pública em Aluísio Azevedo» (PDF). Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 16 de março de 2021 
  13. Fellet, João. «Pandemia desmascara 'arrogância da ignorância' de governantes, diz historiador». BBC News Brasil. Consultado em 16 de março de 2021 
  14. «Premiados do Ano | 62º Prêmio Jabuti». Prêmio Jabuti. Consultado em 16 de março de 2021 
  15. «Veja quem venceu os principais prêmios literários em 2020 – Rascunho». 29 de dezembro de 2020. Consultado em 16 de março de 2021