Consórcio Norte Energia

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Consórcio Norte Energia é um grupo formado por diversas empresas envolvidas na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, um investimento avaliado em R$ 19,6 bilhões.[1][2]

O consórcio é liderado pelo grupo Eletrobras, que tem participação de 49,98% com a Eletronorte, com 34,98%, que foi responsável pelos estudos técnicos e ambientais da usina[3]. A estatal Chesf possuía fatia de 49,98% do consórcio[4], mas foi obrigada a ceder 14,99% para a Eletrobras, sua controladora, e participação para a Eletronorte.[3]

O consórcio, presidido pelo diretor de Engenharia e Construção da estatal Chesf, José Ailton[5], venceu a concessão oferecendo o menor preço por megawatt-hora, de R$ 77,97, o que representa um deságio de 6,02% sobre o preço inicial, de R$ 83.[4]

Empresas[editar | editar código-fonte]

A composição inicial do consórcio era a seguinteː

  • Chesf: com parcela de 49,98%[3], maior geradora de energia do Brasil, com 30% de cobertura.[6]
  • Gaia Energia e Participações: com parcela de 10,02%[3], criada em 2008 pelo Grupo Bertin, é formada por 40 projetos de usinas termoelétricas, hidrelétricas, eólicas e Pequenas Centrais Hidrelétricas.[6] Acabou desistindo do consórcio, cuja participação foi preenchida pela Vale.[7]
  • Queiroz Galvão: quarta maior construtora brasileira, construiu e opera as hidrelétricas de Santa Clara, Jauru e Quebra-Queixo.[6] A parcela no novo negócio é de 10,02%[3]
  • J Malucelli: ocupa a 70ª posição no ranking nacional de construtores, segundo a Revista O Empreiteiro.[6] Sua parcela em Belo Monte é de 9,98%.[3]
  • Cetenco Engenharia: atua na construção de obras de infraestrutura[6] e tem 5% no Norte Energia.[3]
  • Mendes Júnior Trading Engenharia: a 12ª maior construtora brasileira[6] e com 3,75% em Belo Monte.[3]
  • Contern Construções e Comércio: empresa do Grupo Bertin no ramo de infraestrutura[6], com parcela de 3,75% no consórcio.[3]
  • Serveng-Civilsan: a 18ª no ranking nacional de construtoras[6], com 3,75% no consórcio Norte Energia.[3]

Mudanças na participação[editar | editar código-fonte]

No dia do leilão da usina, 20 de abril de 2010, Queiroz Galvão e J. Malucelli também faziam parte do consórcio, mas anunciaram o desligamento logo depois e a atuação de ambas é um impasse. Outras empresas como a CSN, Braskem e Gerdau, que poderão utilizar a produção da usina para consumo próprio também pode aderir ao consórcio. Mudanças societárias devem acontecer até a assinatura do contrato, previsto para o dia 23 de setembro de 2010.[4]

Após o leilão, o consórcio formalizou em 13 de julho de 2010 a criação de uma Sociedade de Propósito Específico formada por 17 sócios.[5] e as construtoras e empresas de engenharia que tinham participação de 40% tiveram a participação alterada para 12,5%.[2]

A participação da Eletrobras no empreendimento é de 50% e os fundos de pensão devem ter 27,5% de participação, divididos entre os fundos de pensão de estatais - Petros (da Petrobrás, em associação de forma direta), Funcef e Previ (da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, em associação de forma indireta).[2]

Em julho de 2011, a Vale passou a ser sócia da usina ao ocupar 9% da participação deixada pela Gaia, subsidiária do Grupo Bertin.[7]

As grandes empresas investidoras que participam para consumo próprio devem ficar com 10% da sociedade.[2]

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social deve financiar R$ 13,5 bilhões dos quase R$ 20 bilhões para construir a usina, embora também atuará no crédito indireto.[2]

Em janeiro de 2020, após recomposição acionária do consórcio vencedor, com a saída de sócios, a Norte Energia é composta por: Eletronorte (19,98%), Eletrobrás (15%), Chesf (15%), os fundos de pensão Petros (10%) e Funcef (10%), as Sociedades de Propósito Específico Belo Monte Participações S.A. (Neoenergia S.A., 10%), Amazônia Energia S.A. (Cemig e Light, 9,77%), Aliança Norte Energia S.A. (Vale e Cemig, 9%), a Siderúrgica Norte Brasil S.A. – Sinobras (1%) e J. Malucelli Energia S.A. (0,25%). De acordo com o relatório da empresa, os sócios desembolsaram 12 bilhões – apenas 31,1% do investimento total. Quase 70% do investimento (68,9 %) veio do financiamento do BNDES.[8]

Em fevereiro de 2022, a Eletrobras transferiu sua participação em Belo Monte para Eletronorte, que passou a deter 34,98% de participação na usina.[9]

Referências

  1. MAGALHÃES, João Carlos. (15 de abril de 2010). Justiça federal suspende leilão de hidrelétrica. Jornal Folha de S.Paulo
  2. a b c d e CIARELLI, Mônica; TEREZA, Irany. (13 de julho de 2010). BNDES vai financiar até 80% da usina, acesso em 13 de julho de 2010
  3. a b c d e f g h i j k CRUZ, Valdo; COIMBRA, Leila. (20 de maio de 2010). Chesf perde parcela de Belo Monte. Jornal Folha de S.Paulo. Caderno Dinheiro
  4. a b c COIMBRA, Leila. (20 de abril de 2010). Queiroz Galvão deixa consórcio vencedor do leilão de Belo Monte. Folha Online
  5. a b GOY, Leonardo. (13 de julho de 2010). OAS vira sócia da usina de Belo Monte, acesso em 13 de julho de 2010
  6. a b c d e f g h i PEREIRA, Renée. (21 de abril de 2010). Queiroz Galvão desiste por causa de tarifa baixa. O Estado de S.Paulo
  7. a b Folha de S.Paulo (2 de julho de 2011). Vale é oficializada como sócia da usina de Belo Monte, Caderno Mercado
  8. «Belo Monte está de pé, mas precisa de mais dinheiro para ficar pronta». Agência Pública. 7 de novembro de 2017 
  9. «Eletrobras transfere participação em Belo Monte para Eletronorte – CanalEnergia». www.canalenergia.com.br. Consultado em 21 de abril de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]