Consuelo Pondé de Sena

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Consuelo Pondé de Sena
Nascimento 19 de janeiro de 1934
Salvador
Morte 14 de maio de 2015
Salvador
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação historiadora, geógrafa, professora universitária
Prêmios
  • Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique
Empregador(a) Universidade Federal da Bahia
Causa da morte síndrome da disfunção de múltiplos órgãos

Consuelo Pondé de Sena (Salvador, 19 de janeiro de 1934 – Salvador, 14 de maio de 2015) foi uma geógrafa e historiadora brasileira.

Uma das principais intelectuais baianas, entre a segunda metade do século XX e o início do século XXI, presidiu o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) por cinco mandatos.[1] Era membro da Academia de Letras da Bahia e correspondente da Academia Portuguesa da História.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filha de Maria Carolina Montanha Pondé e do médico Edístio Pondé, fez os estudos iniciais no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, e o então curso clássico, no Colégio Nossa Senhora das Mercês. Em seguida, prestou vestibular na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sendo aprovada no primeiro lugar.[3] Formou-se em Geografia e História, tendo sido orientada pelo historiador José Wanderley de Araújo Pinho.[1]

Após graduar-se, especializou-se em Língua Tupi e Etnologia Geral e do Brasil.[3] Concluiu o mestrado em Ciências Sociais no ano de 1977, com a dissertação Introdução ao estudo de uma comunidade do agreste baiano – Itapicuru 1830-1892.[1]

Ingressando como professora da Universidade Federal da Bahia, ali chefiou o Departamento de Antropologia e Etnologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e dirigiu o Centro de Estudos Baianos.[1] Sua carreira no magistério universitário começara substituindo provisoriamente o professor Frederico Edelweiss, na cátedra de Língua Tupi, entre 1959 e 1960. Três anos depois, assumiu a cátedra de forma definitiva, em razão da aposentadoria de Edelweiss. Mais tarde, habilitou-se à vaga por concurso, lecionando a disciplina por trina e um anos.[3] Ainda na FFCH da UFBA, lecionou História da Arte e, no curso de jornalismo da mesma universidade, assumiu a cadeira de História da Cultura Artística e Literária.[3]

Integrou por muitos anos a diretoria da Casa de Ruy Barbosa, da qual também foi presidenta, e dirigiu o Arquivo Público do Estado da Bahia, de 1986 a 1990.[3] Presidiu o IGHB por cinco mandatos,[1] entidade que frequentava desde menina, levada pelo pai.[4]

Em 1997 presidiu a comissão encarregada dos eventos comemorativos aos 150 anos de nascimento do poeta Castro Alves. Também presidiu o IV e V Congressos de História da Bahia (1999 e 2001).[3]

Dentre as homenagens e honrarias que recebeu, estão a medalha da Ordem do Infante D. Henrique do Governo de Portugal (1994), a Comenda Maria Quitéria (1987), a Medalha do Mérito do Estado da Bahia (1991) e a Medalha Dois de Julho, da prefeitura de Salvador.[3]

Em 14 de março de 2002, tomou posse na cadeira 28 da Academia de Letras da Bahia. Além desta instituição e das outras já citadas, foi correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e de vários de seus homólogos de Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Santa Catarina).[3]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Casada com o neurologista Plínio Garcez de Sena, era mãe de quatro filhos - Maíra, Maria Luísa, Maurício e Eduardo, este último também professor da UFBA.

Em 2014, Consuelo passou por uma cirurgia cardíaca, da qual nunca se recuperou completamente. Após internação no Hospital Português, veioa falecer ali, por falência de múltiplos órgãos, aos oitenta e um anos. Foi velada na sede do Instituto Geográfico e Histórico, do qual era a presidenta havia dezenove anos. A seguir, seu corpo foi cremado no Cemitério Jardim da Saudade.[4]

Principais trabalhos[editar | editar código-fonte]

Escreveu inúmeros artigos em revistas especializadas. Foi colaboradora de jornais baianos como A Tarde e Tribuna da Bahia.[3]

Livros
  • Trajetória Histórica de Juazeiro (em colaboração com Angelina Garcez, 1992.
  • Cortes no Tempo (crônicas). Fundação Cultural do Estado da Bahia / Memorial das Letras, 1997.
  • A Hidranja azul e o Cravo vermelho (crônicas) Salvador: SCT/SUDECULT, 2002
  • Bernardino de Souza: vida e obra (organizadora) Salvador: Quarteto Editora, 2010.
  • No Insondável Tempo (crônicas) Salvador: Quarteto Editora, 2014.

Referências

  1. a b c d e Redação (14 de maio de 2015). «Consuelo Pondé de Sena morre aos 81 anos, em Salvador». Correio 24 Horas. Consultado em 18 de março de 2019. Cópia arquivada em 18 de março de 2019 
  2. Elisiane da Silva; Gervásio Rodrigo Neves; Liana Bach Martins (2012). Castro Alves: a política em poesia (PDF). Porto Alegre: Fundação Ulysses Guimarães. 173 páginas. ISBN 978-85-64206-05-2. Consultado em 17 de março de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 17 de março de 2019. O Pensamento Político Brasileiro; v.2. Colaboração de Consuelo Pondé de Sena e Aramis Ribeiro Costa 
  3. a b c d e f g h i Institucional (28 de julho de 2007). «Consuelo Pondé de Sena». Academia de Letras da Bahia. Consultado em 18 de março de 2019. Cópia arquivada em 18 de março de 2019 
  4. a b Eduardo Uzêda (15 de maio de 2015). «Amigos e familiares prestigiam velório de Consuelo Pondé». A Tarde. Consultado em 18 de março de 2019. Cópia arquivada em 18 de março de 2019