Copene

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Copene
Razão social Companhia Petroquímica do Nordeste S.A.
Empresa de capital aberto
Atividade Petroquímica
Gênero Subsidiária
Fundação 1972
Destino Incorporada
Encerramento 2002
Sede Camaçari, BA,  Brasil
Proprietário(s) Petroquisa (48,16%) (1971-1995)
Norquisa (47,19%) (1980-2002)
Sucessora(s) Braskem

A Copene - Companhia Petroquímica do Nordeste foi uma empresa do setor petroquímico, localizada no Polo Petroquímico de CamaçarI. Foi uma subsidiária da Petroquisa, empresa ligada à Petrobrás, até a sua privatização em 1978.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Com a crescente necessidade de suprimento de produtos petroquímicos para a industrialização do Brasil nos anos 1960 e a busca por reduzir a dependência de importações, o Governo Federal decidiu implantar um segundo Polo Petroquímico no país, após a construção da Petroquímica União - PQU, em São Paulo.[2][3]

Em 12 de janeiro de 1972, foi fundada a Copene, após a Resolução 2/70 de 21/07/1970 do Conselho de Desenvolvimento Industrial - COI - MIC, que fixou as diretrizes básicas para que fosse implantado um polo petroquímico na Região Nordeste. Foi determinado que a Petroquisa, subsidiária da Petrobras, deveria promover a criação de uma empresa piloto que cuidaria do planejamento e da programação de projetos que iriam integrar o polo, incluindo as indústrias de segunda geração. Foram previstos investimentos da ordem de quatro bilhões de cruzeiros, com apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico.[2][3]

A planície de Camaçari, na região do Recôncavo, foi o local escolhido para o polo, em razão de sua localização estratégicaː que permitia a utilização do cloro da Salgema de Alagoas e o fornecimento de butadieno à Coperbo em Pernambuco; a proximidade dos portos de Salvador, Madre Deus (pertencente a Petrobrás) e de Aratu bem como da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e do Centro Industrial de Aratu; o suprimento energético da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso.[2][3]

Em 1975, quase metade do capital social da Copene foi subscrito pelas indústrias de segunda geração, que passaram a ter direito de participar da administração das Centrais de Matérias Primas e Utilidades da Copene, que deixou de ter a Petroquisa como única acionista. A construção do Complexo envolveu 26 mil pessoas, das quais 8 mil na Copene.[2]

Em 29 de junho de 1978, foi inaugurada a Copene e dez indústrias do Complexo Básico.[2]

No final de 1978, o capital da Copene foi aberto à participação do público, tendo a participação da Petroquisa sido reduzida para abaixo de 50%.[2]

Em novembro e dezembro de 1979, foram inauguradas as unidades industriais: Companhia Petroquímica de Camaçari - CPC (MVC e PVC) e Acrinor - Acrilonitrila do Nordeste S/A.[2]

Em 1980, dezessete empresas de downstream fundaram a Nordeste Química S/A (Norquisa), para a qual foram transferidas as ações ordinárias que detinham na Copene.[4] Com isso, o capital da Copene passou a ser dividido entre Petroquisa (48,16%) e Norquisa (47,19%).[2][4]

Na década de 1990, houve uma reestruturação de capitais com a privatização no setor petroquímico brasileiro, além de fusões e aquisições. Em 1995, a Norquisa assumiu o controle da Copene com o leilão das ações da Petroquisa.[5][6]

Em 2001, ocorreu a venda da Copene para a Odebrecht em parceria com o Grupo Mariani por R$ 785 milhões no ano de 2001. O consórcio Odebrecht-Mariani, que já possuía 32% da Norquisa, passou a deter 55,8%.[7]

Em 2002, a Braskem foi criada a partir da integração das empresas Copene, OPP, Trikem, Proppet, Nitrocarbono e Polialden.[8]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Camara, Marcia Regina Gabardo; Santos, Moisés Pais dos (19 de janeiro de 1999). «A evolução da indústria química no Brasil - Análise do desempenho do Pólo Petroquímico de Triunfo». Semina: Ciências Sociais e Humanas: 35–49. ISSN 1679-0383. doi:10.5433/1679-0383.1999v19n3p35. Consultado em 25 de junho de 2023 
  2. a b c d e f g h AtoM - Fundação Pedro Calmon. «Conhecendo a Copene» (PDF) 
  3. a b c «| Atlas Histórico do Brasil - FGV». atlas.fgv.br. Consultado em 20 de julho de 2023 
  4. a b Suarez, Marcus Alban (setembro de 1989). «A reestruturação petroquímica: causas e consequências». Escola de Administração de Empresas de São Paulo - Fundação Getúlio Vargas. Revista de Administração de Empresas. 29 (3). Consultado em 13 de janeiro de 2024 
  5. «Folha de S.Paulo - O caso Copene - 24/02/2000». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de julho de 2023 
  6. «Folha de S.Paulo - Empresa ligada ao Econômico assume Copene - 16/8/1995». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de julho de 2023 
  7. «Folha de S.Paulo - Petroquímica: Odebrecht - Mariani leva Copene, sem ágio». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de julho de 2023 
  8. «Perfil e história». www.braskem.com.br. Consultado em 22 de junho de 2023