Corte itinerante

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Reis itinerantes, pintura medieval na antiga igreja de Dädesjö, Suécia

A corte itinerante pode ser definida como ”a alternativa de ter uma capital”, um centro político permanente a partir do qual um reino é governado.

Extensão geográfica desse fenómeno[editar | editar código-fonte]

A capital moderna historicamente nem sempre existiu. No Europa Ocidental medieval, uma forma migratória do governo era mais comum: a ”corte itinerante”, ou ”reino itinerante”. Este tipo de sistema político era a única forma de monarquia de Europa Ocidental no início da Idade Média, e assim permaneceu, pelo menos até o meio do século XIV, quando residências reais permanentes (fixas) começaram a se desenvolver, ou seja, capitais embrionárias.

Em particular, a Europa Ocidental medieval foi caracterizada por um sistema político em que as autoridades políticas supremos mudaram constantemente de residência, trazendo com eles no caminho o ”governo central” do país (todo, ou partes). Portanto, o reino não tinha um verdadeiro ”centro”, um assento permanente do poder. As rotas tomadas pela corte na viagem são tradicionalmente chamados ”itinerários”.

A corte itinerante alemã[editar | editar código-fonte]

Esta forma de governar um país está fortemente associada, em particular, com a história de Alemanha - em que a aparência da capital durou muito longo. O governo itinerante alemão (”Reisekönigtum”) foi, desde o tempo dos francos até o fim da Idade Média, a forma usual de poder real ou imperial.[1] No Sacro Império Romano-Germânico, durante a Idade Média e até mesmo mais tarde, os imperadores não governavam o reino de uma residência permanente central. Eles eram geralmente viajando, com sua família e numerosos cortesãos, atravessando todo o reino.

O imperador (e outros príncipes alemães) governaram assim: sempre mudando sua casa. O Sacro Império Romano-Germânico nem sequer tinha uma capital ”embrionária”. As residências reais (ou imperiais) eram tipicamente palácios medievales eretos por os monarcas, de vez em quando cidades episcopais. Os palácios foram construídos especialmente em áreas acessíveis e férteis - cercadas por fazendas pertencente ao imperador, onde o monarca tinha o direito de servir-se dos recursos locais. Esses palácios reais eram distribuídos pelo reino inteiro. A composição dos membros da procissão real eram em constante mudança, dependendo de qual região estava atravessando (e de quem, entre os nobres, se juntou ao seu mestre em sua jornada - ou despediu-se dele novamente).

Durante um ano, eles atravessaram distâncias impressionantes. Historiadores alemães têm calculado (baseados em cartas reais) que o imperador Henrique VI da Germânia e seus companheiros em 1193 (entre 28 de janeiro e 20 de dezembro) viajaram mais de 4.000 quilômetros - por toda a região alemã. A reconstrução de seus destinos dá o seguinte itinerário cronológico: RegensburgWürzburgSpeyerHaguenauEstrasburgo – Hagenau – BoppardMosbach – Würzburg – Gelnhausen – CoblençaWormsKaiserslautern – Worms – Haßloch – Estrasburgo – Kaiserslautern – Würzburg – Sinzig – Aachen – Kaiserswerth – Gelnhausen – Frankfurt am Main e finalmente Gelnhausen novamente.

A corte itinerante em outros países[editar | editar código-fonte]

A corte itinerante é muitas vezes concebida como uma instituição típica ”alemã”. Mas não unicamente Alemanha teve um governo medieval de tipo itinerante. Este também foi o caso na maioria dos outros países europeus contemporâneos, onde termos como ”Reisekönigtum” ou ”travelling kingdom” etc. descrevem este fenômeno. Na Europa Ocidental, todos os reis medievais - e seus muitos companheiros - sempre viajaram de um palácio real para o próximo. Uma forma mais centralizada do governo estava começando a evoluir durante este período, mas muito lentamente e gradualmente. Paris e Londres começaram a se transformar em centros políticos permanentes no final do século XIV, quando Lisboa também mostrou tendências similares. Espanha, pelo contrário, não tinha uma residência real permanente até Filipe II de Espanha promoveu o mosteiro El Escorial fora Madrid a esta posição. Os reinos europeus menores tiveram um desenvolvimento semelhante, mas mais lento.[2]

A corte itinerante e a capital embrionaria: Londres[editar | editar código-fonte]

Alemanha nunca desenvolveu uma capital fixa durante o período medieval. ”Multizentralität” (policentrismo) foi a sua solução alternativa: um estado descentralizado, em que as funções do governo nunca se estabeleceram em um só lugar. Mesmo no Idade Moderna, este ainda foi o caso.

Inglaterra foi muito diferente a este respeito. O poder político central foi finalmente resolvido em Londres no meio do século XIV, mas a excepcional importância de Londres como centro ”financeira” já estava firmemente estabelecida muitos séculos antes desse tempo. Um monarca como Henrique II (1133-1189), obviamente, sentiu-se atraído pela riqueza desta cidade - mas hesitou na decisão de se estabelecer lá em pessoa. Durante o seu reinado, Londres tornou-se a coisa mais próxima de um ”centro econômico” que as condições da idade permitiram. Mas a própria prosperidade da cidade, e a sua autonomia liberal, causaram que Londres não foi capaz de ser uma residência adequada para o rei e seus cortesãos - e impediu que Londres poderia tornar-se uma ”capital política”. O rei queria estar perto para a cidade grande; no entanto, ele exigiu a autoridade para controlar a sua própria corte, e os cidadãos (comerciantes) exigiram o mesmo direito de governar a sua própria cidade. A única maneira de evitar conflitos entre a justiça real e justiça municipal foi a ausência do rei da cidade. O monarca só poderia residir em Londres como um convidado, ou como conquistador. Por isso, ele raramente se aventurava no interior das muralhas da cidade. O rei se estabeleceu - naquelas ocasiões - ou na Torre de Londres, ou no Palácio de Westminster, na periferia da cidade.

A corte real inglesa, viajando

Londres era o "líder natural" entre as cidades inglesas. Para controlar Inglaterra, os reis tinham de controlar Londres em primeiro lugar. Mas Londres era demasiado poderoso para o controle, e séculos se passaram antes que os monarcas finalmente se estabeleceram lá. Eles tentaram, sem sucesso, subjugar os comerciantes de Londres (reduzindo o seu poder financeiro) - fazendo Westminster um rival centro econômico.

Os reis também tentaram encontrar, no reino, algum outro lugar apropriado - onde podiam depositar os seus arquivos, que gradualmente se fizeram demasiado grandes e pesados para o transporte com eles em suas viagens. Iorque começou, em tempos de guerra com Escócia, converter-se em um capital político. Mas a Guerra dos Cem Anos começou, contra França, e em seguida o centro político foi transferido para a parte sul da Inglaterra - onde Londres não tinha rivais.

Gradualmente, muitas das instituições do Estado pararam de seguir o rei em suas viagens - e finalmente se estabeleceram em Londres: a Tesouraria, o Parlamento, a corte. Finalmente, o rei também sentiu a necessidade de se mudar para Londres, permanente e fisicamente. Mas o rei não poderia fazer Londres a sua capital antes de tener a força suficiente para ”domesticar o centro financeiro”, transformá-lo para uma ferramenta obediente da autoridade real.[3]

O exemplo histórico inglês mostra claramente que um centro ”político” não evolui necessariamente no mesmo lugar como o sítio ”economicamente” mais importante em um país. Tem uma tendência para fazer isso, sem dúvida. Mas as forças centralizadoras e centrífugas estavam neutralizando uns aos outros, nesse período - e também a riqueza era uma força simultaneamente atraente e repulsiva para os reis.[4]

Paris e a corte itinerante francesa[editar | editar código-fonte]

Existe evidência escrita que Paris foi considerada uma capital no século XIV: a cidade era ”comum a todo o país, da mesma forma que Roma” (”civitas Parisius es patriae communis velut Roma”) como um escritor da época diz. A administração real tinha começado a separar-se da pessoa do rei, tornando-se estacionária em Paris, acima: no século XII, ou no início do século XI possivelmente. Paris, naquela época, já era a cidade mais importante do reino francês.[5]

Ao contrário de Londres, Paris não era um centro financeiro (dominante) antes de se tornar um centro político. Durante o tempo em que o poder real era ainda muito frágil na França (e o país dividido entre vários príncipes, em grande parte autônomos) a importância do mercado de Paris limitou-se a nível local - regional, possivelmente. A região de Paris não tem matérias-primas ou outras riquezas próprias. A importância económica de Paris é a sua localização geográfica, no cruzamento de várias rotas comerciais. Paris era (e ainda é) um ”regulador” dos produtos franceses, um lugar financeiro que atrai os produtos de outras regiões. Paris não pode funcionar desta maneira se o resto da França não está sob o controle da mesma autoridade central que controla a própria cidade. Se Paris foi governado por um príncipe autónomo, este soberano prefiriría tornar a cidade uma ”estação aduaneira” - um obstáculo comercial, o que seria prejudicial para Paris, e para a própria França também.

Conseqüentemente, o antagonismo entre os reis e os mercadores foi menos notável na história de Paris do que na história inglesa. No meio do século XIV, Étienne Marcel - uma das principais figuras do governo municipal de Paris - tentou, sem sucesso, obter a autonomia da cidade. Os mesmos ambições tinham sobrevivido até ao final do século, em certa medida. Mas no início da século XV, Paris permaneceu fiel a Henrique V, ainda que a maioria dos franceses apoiaram Joana d'Arc e sua rebelião. Os reis (como também as autoridades republicanas, durante os séculos seguintes) têm certamente muitas vezes experimentado a resistência e agitação de Paris, mas os rebeldes parisienses nunca lutaram pela autonomia da sua cidade.[6] (O poder espiritual tem causado muito mais sérios problemas para a autoridade real em Paris que os comerciantes parisienses.)[7]

Paris é geralmente considerada um exemplo típico do que uma capital deve ser: uma metrópole política, econômica, espiritual e demográfica.[8] No entanto, Paris nunca se tornou a residência mais importante dos reis franceses. Por exemplo: Francisco I de França (1494-1547), ainda não tinha um palácio central.[9]

A relação entre Paris e a corte itinerante francesa não é uma questão de quando os monarcas fisicamente começaram a residir lá. Os reis franceses residiram permanentemente em Paris somente por períodos muito curtos. Mas desde a Idade Média, a máquina política e administrativa do poder (as ”funções de uma capital”) estavam lá.

A corte itinerante na Península Ibérica[editar | editar código-fonte]

Na Península Ibérica, a corte real foi também itinerante por um longo tempo. Não obstante, as capitais evoluíram gradualmente. A centralização política portuguesa começou antes da espanhola. A corte portuguesa estabeleceu a sua capital em Coimbra, até 1255. Antes disso tinha sido Guimarães a capital do condado Portucalense. Em 1385, representantes de Lisboa expressaram ao rei o desejo de que a corte ficasse lá. Com a sua posição geográfica protegida, tornando-a um perfeito porto natural, Lisboa estava predestinada a ser a cidade mais proeminente de Portugal - um país que já começou a ganhar a vida explorando os frutos do mar. Lisboa era um dos mais importantes centros comerciais em toda a Europa, na época. Durante o século XV, a sua importância, tamanho e população cresceu rapidamente. A partir de 1481 foi concedida ao porto de Lisboa o monopólio em receber navios mercantes estrangeiros. No início do século XVI, os reis abandonaram o seu antigo castelo na cidade (o Castelo de São Jorge), onde haviam-se tornado cada vez mais estacionários durante os dois séculos anteriores. Se mudaram ao Paço da Ribeira, em cujo piso térreo está a Casa da Índia; os reis poderiam, assim, controlar diretamente todas as atividades marítimas. Conflitos entre o poder político e os comerciantes, muito evidentes em Londres, não eram tão comuns aqui. As instituições de Lisboa como capital ainda não eram bem desenvolvidos. (Mas a centralização de arquivos já tinha começado.) O poder do Estado dependia em grande parte da pessoa do rei. Isto tornou-se evidente em 1580, quando Portugal entrou em uma união pessoal com a Espanha, e a corte foi transferida para Madrid, como resultado. Desde que a corte permaneceu o foco principal da dinâmica e desenvolvimento, o seu desaparecimento foi uma catástrofe para a força militar de Portugal, e sua expansão no exterior. (Todas as questões importantes, em seguida, tiveram que ir a Madrid para ser resolvidas.) O novo rei nunca residiu em Lisboa, como os portugueses esperavam. Em 1640, Lisboa se rebelou contra Madrid, e proclamou o seu próprio rei.[10]

Madrid tornou-se uma capital muito mais tarde. Depois da Alemanha, Espanha foi o país onde a descentralização medieval do poder político durou mais do que em qualquer outro lugar europeio.[11]

Portanto, parece lógico que Madrid - como Berlim - nunca foi tão facilmente ”aceita” como capital. Em 1479, através do casamento de Isabel de Castela e Fernando de Aragão, a Espanha foi um reino unificado. Neste novo estado, a monarquia foi estabelecida principalmente na Castela - evidentemente porque Aragão tinha o estamento mais sofisticado e profundamente enraizado na Europa (e, portanto, representava um obstáculo político muito maior para a construção de um estado centralizado). Durante o reinado de Filipe II, Espanha ainda não tinha uma capital. A corte geralmente foi migrando entre diversas partes centrais do reino: Toledo, Aranjuez, Ocaña, Ávila, Medina del Campo, Segóvia - e, por vezes, Madrid também. Estas residências - exceto Medina del Campo, que foi um importante centro comercial – parecem escolhidas porque o clima estava particularmente saudável lá. A rainha Isabel, esposa de Filipe, era frágil da saúde.

Toledo - e não Madrid - era tradicionalmente a residência mais proeminente da corte espanhola. Toledo tinha sido o lugar mais importante no reino castelhano a partir do período visigótico - e, talvez, poderia haver sido a capital de Espanha se Filipe não tivesse querido fazer de outra maneira. A idéia de escolher Madrid (um velho castelo) como residência permanente da corte, possivelmente lhe ocorreu porque o clima lá - em comparação com Toledo - era menos cansativa para a rainha. Mas com toda a probabilidade, o rei também encontrou Madrid um local adequado devido à sua localização central. A lenda diz que Filipe alguma vez estava desenhando linhas diagonais no mapa da Espanha, para encontrar o ”centro” geográfico do seu reino: e Madrid, no momento, provou ser o centro.[12]

A centralização do poder político para a área de Madrid permanece incompleta. Os arquivos do Estado espanhol permaneceu em Simancas perto de Valladolid, muito longe da nova capital. Madrid está localizada longe de rios navegáveis que levam ao mar - e portanto não poderia tornar-se a metrópole financeira, em um reino marinheiro. O comércio com a América, focada em Sevilha, também estava muito longe da nova capital.

Quando a corte seguiu a ordem do rei para ir para Madrid, na primavera de 1561, provavelmente ninguém viu isso como um incidente histórico, ”o nascimento da capital espanhola”. Mesmo antes da mudança, Felipe tinha começado a fazer planos para a construção em El Escorial de uma nova residência real. Este lugar, no entanto, foi escolhido simplesmente por estar perto de Madrid - por isso não foi um rival de Madrid, somente uma residência ”satélite”. Os túmulos dos antepassados de Felipe foram transferidos para El Escorial também.[13]

O objetivo de uma corte itinerante[editar | editar código-fonte]

Uma forma ”migratória” de governo foi um ingrediente natural durante o feudalismo que substituiu o Império Romano - mais centralizado - da antiguidade clássica. (Na Europa oriental, a antiga Constantinopla tinha conservado as características de um capital político, mais do que qualquer cidade ocidental.) Mas por que persistiu por tanto tempo a corte itinerante da Europa ocidental?

Um governo itinerante permitiu uma melhor supervisão do reino. A vida ”nômade” do rei também facilitou o seu controle sobre a nobreza oposicionista, reinforzando assim a coesão nacional-local. O governo medieval foi, por muito tempo, um sistema de ”relações pessoais” - em vez de uma administração de áreas geográficas. Portanto, o príncipe teve de negociar pessoalmente com as pessoas locais.[14] Esta cultura ”oral” - de forma gradual, durante a Idade Média - foi substituída por uma forma de governo ”documentário”: com base na comunicação escrita, o que gerou arquivos, fazendo uma corte estacionária cada vez mais atraente para os reis.

Originalmente (na Alta Idade Média), os reis também simplesmente tinham que viajar para satisfazer as necessidades financeiras da corte - porque o transporte de alimentos contemporâneo (inadequado) não permitiu um grande grupo de pessoas a tomar residência permanentemente em um só lugar. No entanto, em muitos países o reino itinerante sobreviveu todo o século XVI, ou até mais - mas, lá, os alimentos e outras necessidades eram geralmente transportados para o lugar onde o rei viveu para o momento. Consequentemente, esses benefícios puramente ”económicos” eram provavelmente muito menos decisivos do que a ”importância política” da migração. A transição de um estado migratório para um reino com um governo estabelecido em uma capital é o reflexo de um profundo processo de mudança social: um estilo de vida ”oral” (em que os reis não puderam ganhar a lealdade sem negociar pessoalmente com as pessoas locais) é substituído por um governo ”documentário” (quando o soberano poderia ganhar a obediência com simplesmente ordenando a sua ”burocracia” rudimentar enviar uma mensagem textual).[15]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Perry Anderson: Lineages of the absolutist state, Verso edition, Londres 1979.
  • Karl Otmar von Aretin: Das Reich ohne Hauptstadt? Em: Hauptstädte in europäischen Nationalstaaten. ed T Schieder & G Brunn, Munique/Viena 1983.
  • Wilhelm Berges: Das Reich ohne Hauptstadt. Em: Das Hauptstadtproblem in der Geschichte Tübingen 1952.
  • John W. Bernhardt: Itinerant kingship and royal monasteries in early medieval Germany, 936–1075. CUP, Cambridge 1993, ISBN 0-521-39489-9.
  • Marc Bloch: La société féodale, T. 1, la formation des liens de dépendance, Paris 1939.
  • Marjorie Nice Boyer: Travel and transport, p. 159, Dictionary of the middle ages, ed Joseph R Strayer, vol. 12, Nova Iorque 1989.
  • Fernand Braudel: Civilisation matérielle, économie et capitalisme, XVe-XVIIIe siècle. T. 1, Les structures du quotidien, le possible et l'impossible, Paris 1980.
  • Fernand Braudel: L'Identité de la France, Paris 1986.
  • Carlrichard Brühl: Fodrum, Gistum, Servitium Regis. Colónia/Graz 1968.
  • Edith Ennen: Funktions- und Bedeutungswandel der 'Hauptstadt' vom Mittelalter zur Moderne. Em: Hauptstädte in europäischen Nationalstaaten ed. Theodor Schieder & Gerhard Brunn, Munique/Viena 1983.
  • Lucien Febvre: Pour une histoire à part entière, Abbeville 1962.
  • Luis Fernández: España en tiempo de Felipe II, Historia de España, ed R Menéndez Pidal, tomo XXII, vol I, cuarta edición, Madrid 1981a.
  • Luis Fernández: España en tiempo de Felipe II, Historia de España, ed R Menéndez Pidal, tomo XXII, vol II, cuarta edición, Madrid 1981b.
  • Manuel de Foronda y Aguilera: Estancias y viajes del emperador Carlos V, Madrid 1914.
  • Abbé Friedmann: La fonction religieuse de Paris, Paris, fonctions d'une capitale, Paris 1962.
  • Bertrand Gille: Fonctions économiques de Paris, Paris, fonctions d'une capitale, Paris 1962.
  • František Graus: Prag als Mitte Böhmens. Em: Zentralität als Problem der mittelalterlichen Stadtgeschichtsforschung. ed. F Meynen, Viena/Colónia 1979.
  • Bernard Guenée: L'Occident aux XIVe et XVQ siècles, les États, Paris 1971.
  • Karl Hammer: Paris als exemplarische Hauptstadt, Hauptstädte in europäischen Nationalstaaten, ed. Theodor Schieder & Gerhard Brunn, Munique/Viena 1983.
  • Oliver Hermann: Lothar III. und sein Wirkungsbereich. Räumliche Bezüge königlichen Handelns im hochmittelalterlichen Reich (1125–1137). Winkler, Bochum 2000, ISBN 3-930083-60-4.
  • J.J Jusserand: English wayfaring life in the Middle Ages (XIVth century), 2a ed., Londres 1921.
  • Mina Martens: Bruxelles, capitale de fait sous les Bourgignons. Em: Vierteljahrschrift für Wirtschafts- und Sozialgeschichte. II, 1964.
  • Roland Mousnier: Paris, capitale politique au moyen-age et en les temps modernes (environ 1200 à 1789) , Paris, fonctions d'une capitale, Paris 1962.
  • Ferdinand Opll: Das itinerar Kaiser Friedrichs Barbarossa. Viena/Colónia/Graz 1978.
  • Hans Jacob Orning: Unpredictability and presence - Norwegian Kingship in the High Middle Ages. Leiden/Boston 2008.
  • Hans Conrad Peyer: Das Reisekönigtum des Mittelalters. Em: Vierteljahrschrift für Sozial- und Wirtschaftsgeschichte. ed. Hermann Aubin, vol 51, Wiesbaden 1964, S. 1–21.
  • Fernanda Ribeiro: Como seria a estrutura primitiva do Arquivo da Casa da Coroa (Torre do Tombo)? En Fonseca, L., Amaral, L., & Mendes Ferreira Santos, M., Os Reinos ibéricos na Idade Média, livro de homenagem ao Professor Doutor Humberto Carlos Baquero Moreno (pp. 1401-1414), Porto (Universidade do Porto, Faculdade de Letras) 2003.
  • José Luis Rodríguez de Diego: Instrucción para el gobierno del Archivo de Simancas (año 1588) , Madrid 1998.
  • Gustav Roloff: Hauptstadt und Staat in Frankreich. Em: Das Hauptstadtproblem in der Geschichte. Tübingen 1952.
  • Antonio Rumeu de Armas: Itinerario de los Reyes Católicos [1474-1516], Madrid 1974.
  • Agnes Ságvári: Stadien der europäischen Hauptstadtentwicklung und die Rolle der Hauptstädte als Nationalrepresentanten, Hauptstädte in europäischen Nationalstaaten, ed. Theodor Schieder & Gerhard Brunn, Munique/Viena 1983.
  • Charles Samaran: Vocation universitaire de Paris, Paris, fonctions d'une capitale, Paris 1962.
  • Joel Serrão: Capital, Dicionário de história de Portugal, vol I, Porto 1981.
  • Grace Stretton: The travelling household of the Middle Ages, pp. 76-79, The Journal of the British Archæological Association, new series vol. 40, Londres 1935.
  • JBLD Strömberg: The Swedish Kings in Progress – and the Centre of Power. Em: Scandia. 70:2, Lund 2004.
  • JBLD Strömberg: De svenska resande kungarna – och maktens centrum. (The Swedish travelling kingdom –and the center of power) Uppsala 2013. Samlingar utgivna av Svenska fornskriftsällskapet. Serie 1. Svenska skrifter 97, 557 pp. ISBN 978-91-979881-1-7. Resumo em inglês:[1]
  • Pierre-Clément Timbal: Civitas Parisius communis patriae, en Economie et societé au Moyen Age, mélanges offerts à Edouard Perroy, Paris 1973.
  • Thomas Frederick Tout: The beginnings of a modern capital, London and Westminster in the fourteenth century. Em: The collected papers of Thomas Frederick Tout vol III, Manchester 1934.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Sobre as condições em Alemanha, v. Aretin 1983, Berges 1952, Bernhardt 1993, Brühl 1968, Hermann 2000 Opll 1978.
  2. Um estudo geral da pesquisa histórica em Guenée 1971, pp. 195 etc. Veja também Peyer 1964. Espanha, v. Fernández 1981a, pp. 63, 77, 599, 601, 602, 605; Fernández 1981b, pp. 609, 617, 662. Lisboa, v. Serrão 1981, Ribeiro 2003. Quanto às condições na Bélgica, v. Martens 1964. Quanto às condições na Escandinávia, v. Orning 2008, Strömberg 2004 e 2013. Praga, v. Graus 1979.
  3. Sobre as condições na Inglaterra, ver especialmente Tout 1934, e Jusserand 1921 pp. 83, 104, 108, 118.
  4. Braudel 1980 explica a escravização das cidades anteriormente autónomas, pp. 456-457.
  5. Timbal 1973. Veja também Ennen 1983. Ennen também esclarece o significado da palavra ”capital”.
  6. Os conflitos eram geralmente lutas de poder do controle político de todo o reino, manifestadas na capital. Um exemplo é a Fronda, que fez Louis XIV eternamente desconfiado contra os parisienses, preferindo depois de residir fora da cidade (primeiro em Saint-Germain, e em Versailles mais tarde). A Revolução Francesa de 1789 é outro exemplo.
  7. A melhor explicação para isso é certamente o fato de que Paris era um centro espiritual antes de ser um centro político. Desde o século IV, Paris sempre foi um importante centro da Igreja Católica - e, portanto, conflitos graves surgiram sempre que o monarca francês não era católico. (O massacre da noite de São Bartolomeu, em 1572, foi provavelmente o pior exemplo: este conflito entre o centro político e o centro espiritual finalmente foi resolvida pela conversão do rei Henrique IV ao catolicismo, em 1593, sob o lema ”Paris vale bem uma missa”.)
  8. A mais antiga destas quatro funções, a função espiritual, é a mais importante. A posição de Paris como um centro teológico, e mais tarde cientista, também promoveu o poder político. Os reis franceses desfrutaram de grande prestígio, porque o seu capital foi também um centro de aprendizagem. A função espiritual foi promovido pelos reis, mas é em grande parte independente do seu apoio. O rei e a corte residia em Versalhes durante o Grande Século da cultura francesa, mas Paris continua a ser o centro espiritual. Principalmente como uma metrópole espiritual, Paris mostrou uma tendência a tornar-se a ”capital da Europa” (embora a sua proeminência política e demográfica também tem sido notável entre cidades europeias durante certos períodos da história). A força da função espiritual torna-se claramente visível quando se considera que a França é geograficamente grande e heterogênea, até hoje, e foi ainda mais assim no passado; o facto de tornar-se a metrópole cultural, sem precedentes, em um país como a França é realmente um feito notável. Roloff 1952; Hammer 1983; Braudel 1986; Friedmann 1962; Gille 1962; Mousnier 1962; Samaran 1962.
  9. As mudanças de residência do rei podem ser reconstituídas - dia após dia, durante os quarenta anos de seu reinado - com base em documentos da chancelaria real. Vemos que raramente passou mais de três meses no mesmo lugar. Suas viagens seguiram uma direção norte-sul, na maior parte do reino da França: a partir de Guise no norte a Marselha, no sul. O rei, muitas vezes viajou ao longo dos grandes rios. (Os viajantes daqueles dias seguieron, geralmente, os rios - ou transportados sobre a água, ou viajando em terreno plano ao longo da terra das margens dos rios.) Febvre 1962, pp. 539-544. A constante migração do rei Francisco era parte de um estilo de vida tradicional. Os antigos monarcas franceses não eram mais imóveis do que ele. Por exemplo, em 1319, Filipe VI mudou a sua residência 81 vezes; em 1321, Carlos IV se mudou de um lugar para outro em 73 ocasiões; em 1329, Filipe VI mudou 81 vezes de um palácio para outro. (Na vida dos duques de Borgonha, no final do século XIV, uma mudança de residência a cada dois ou três dias era normal - e João de Berry passou metade de sua vida na estrada.) Boyer 1989; Stretton 1935.
  10. Serrão 1981, Ribeiro 2003. Mais tarde, a única vez que a posição de Lisboa como capital político foi contestada foi em 1807-21, quando a residência da corte real mudou para o Rio de Janeiro por algum tempo. Esta experiência, no entanto, nunca foi repetida - e é de interesse unicamente como uma curiosidade.
  11. Itinerário dos Reis Católicos, v. Rumeu de Armas 1974; Foronda y Aguilera 1914 esclarece onde o imperador Carlos V escolheu as residências em suas viagens.
  12. Uma terceira razão possível porque Toledo foi abandonada, é que esta cidade não poderia expandir naturalmente - por causa de suas paredes.
  13. Anderson 1979, pp. 64-66; Fernández 1981a, pp. 63, 77, 599, 601, 602, 605; Fernández 1981b, pp. 609, 617, 662; Ságvári 1983, p. 176. Sobre o conceito ”residencia ”satélite”, v. Strömberg 2013, pp. 88, 504.
  14. Bloch 1939, cap. IV:3.
  15. Em Espanha, esta transição foi particularmente problemática. Porque a corte espanhola durante muito tempo reteve o estilo de vida itinerante, e ao mesmo tempo estava produzindo uma infinidade de documentos, teve grandes dificuldades. Percebeu-se cada vez mais onerosa a obrigação de transportar grandes volumes de papel. Nos Cortes, os gastos e o trabalho eram (no século XV e até durante o século XVI) uma queixa constante. Rodríguez de Diego 1998, pp. 21-22.


Ligações externas[editar | editar código-fonte]