Crescente Xiita

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Mapa do Crescente Xiita: os números mostram a percentagem de xiitas na população

Crescente Xiita é uma região do Oriente Médio teoricamente em forma de crescente, onde a maioria da população é xiita ou onde existe uma forte minoria xiita na população. O termo correspondente é especialmente comum em alemão, onde é conhecido como Schiitischer Halbmond ("Meia-lua Xiita").[1]

Supondo que fosse um Iraque liderado pelos xiitas que tivesse uma relação especial com o Irã, e você olha para essa relação com a Síria e com o Hezbollah-Líbano, então temos esta nova crescente que parece que será muito desestabilizadora para os países do Golfo e, efetivamente, para toda a região.

 Abdullah II da Jordânia, Hardball, NBC News.[2]

O termo foi cunhado em 2004 pelo rei Abdullah II da Jordânia num momento em que o Irã estaria supostamente interferindo no Iraque durante a campanha para as eleições parlamentares de janeiro de 2005.[2] Isso aconteceu no contexto de uma ameaça, mais tarde realizada, de boicote das eleições pelos sunitas no Iraque, potencialmente levando a um governo dominado pelos xiitas e na suposição de que um Iraque xiita poderia cair sob a influência do Irã xiita. A sugestão era que a religião comum daria grande potencial para a cooperação entre Irã, Iraque, Síria dominada pelos alauitas e a politicamente poderosa milícia xiita Hezbollah no Líbano; assim, a sugestão era de que esses outros seriam proxies para o Irã em um jogo de poder regional.[3]

O termo se desenvolveu desde então ao abranger outras áreas xiitas do Oriente Médio. Nações onde os muçulmanos xiitas formam uma maioria dominante são Irã e Iraque. Os xiitas também representam uma grande maioria no Azerbaijão, no entanto, é constitucionalmente um Estado secular.[4] Aqueles que atualmente são fiéis praticantes são muito mais baixos,[5] o que os levou geralmente a serem excluídos do crescente.[6] Os xiita são também a maioria dos cidadãos no Barém, no entanto, o governo é sunita.[6]

Grandes minorias xiitas também existem no Líbano, Kuwait, Iêmen, Arábia Saudita, Turquia, Afeganistão, Paquistão, Índia e, em menor medida, Emirados Árabes Unidos. Com exceção do Líbano, onde a fraca estrutura do governo central libanês permitiu que o Hezbollah se envolvesse na Guerra Civil Síria,[7] estes não são geralmente descritos como parte do crescente.

Na 29.ª Conferência Internacional de Unidade Islâmica em Teerã em 27 de dezembro de 2015, o presidente iraniano Hassan Rohani pediu aos países muçulmanos para se unirem e se esforçarem para melhorar a imagem pública do Islã, acrescentando que "Não há nem uma crescente xiita nem uma sunita. Temos uma lua islâmica. Nós, muçulmanos, estamos em um mundo onde devemos estar unidos".[8]

Em janeiro de 2016, um confidente do príncipe saudita Mohammad bin Salman Al Saud afirmou que o mundo árabe estava confrontado "por uma lua cheia xiita", ao invés de apenas uma Crescente Xiita, como resultado das atividades expandidas das milícias xiitas apoiadas pelos iranianos em países como o Iraque, a Síria e o Iêmen.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Shia Crescent».

Ligações externas[editar | editar código-fonte]