Criptomoedas em Portugal

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O mercado de ativos digitais, criptomoedas (do inglês "cryptocurrency" ou "digital asset") em Portugal destaca-se pelo enquadramento legal e fiscal favorável.

Fiscalidade[editar | editar código-fonte]

Os rendimentos obtidos com a compra e venda de criptomoedas em Portugal não são tributáveis e não existe obrigatoriedade de declarar montantes detidos.

Esta situação é, por um lado, considerada muito favorável para o desenvolvimento do setor em Portugal e para a atração de residentes,[1] por outro lado, alguns grupos[2] manifestam-se contra essa situação, levando o Ministério das Finanças (Portugal) a solicitar à Autoridade Tributária e Aduaneira uma avaliação[3] para preparar a alteração de legislação necessária para que os ativos virtuais deixem de ter o tratamento fiscal equivalente a outras moedas.

Destacar que a ausência de taxação sobre compra e venda de criptomoedas em Portugal aplica-se a todos os residentes fiscais e não apenas aos beneficiários de regimes especiais, como os Visto gold.

Licenças[editar | editar código-fonte]

Portugal é um dos países onde a actividade com criptomoedas é regulada. Desde 18 de agosto 2017, com a publicação da Lei n.º 83/2017, que a responsabilidade de supervisionar as actividades com ativos digitais cabe ao Banco de Portugal no âmbito da prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo (BCFT).

Em 23 de Abril de 2021 o Banco de Portugal iniciou a actividade de licenciamento de actividades com criptomoedas, ao regulamentar o processo de registo das entidades que exercem atividades com ativos digitais, nomeadamente: - Serviços de troca entre ativos virtuais e moedas fiduciárias - Serviços de transferência de ativos virtuais - Serviços de guarda ou guarda e administração de ativos virtuais As primeiras licenças[4] foram atribuídas em Maio de 2021, a duas empresas portuguesas: Criptoloja, Mind the Coin. No ano seguinte foram atribuídas mais três licenças para: Luso Ativos, Utrust e Bison Ativos Digitais.

Polémicas[editar | editar código-fonte]

A empresa espanhola Bitbase abriu uma loja física[5] para compra e vendas de criptomoedas em Lisboa, tendo sido levada a fechar[6] após intervenção do Banco de Portugal.

Referências

  1. Economia, Expresso (3 de março de 2022). «Portugal atrai dezenas de milionários das criptomoedas» 
  2. Bárbara, Filipe Santa (13 de maio de 2022). «BE desafua governo a não ser "liberal radical" e a taxar criptomoedas». Consultado em 12 de julho de 2022 
  3. Nunes, Flávio (5 de maio de 2022). «Governo pede ao Fisco para avaliar fiscalidade das criptomoedas» 
  4. Tavares, Elisabete (18 de junho de 2021). «Banco de Portugal atribui licença a duas corretoras de criptomoedas». Consultado em 12 de julho de 2022 
  5. Nunes, Flávio (20 de janeiro de 2022). «Portugal vai ter lojas físicas de Bitcoin» 
  6. Santo, Mariana Espírito (4 de fevereiro de 2022). «Banco de Portugal alerta que empresa espanhola não pode vender» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]