Cuiú-cuiú

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 Nota: Para o peixe, veja Oxydoras niger.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaCuiú-cuiú
Espécime avistado no Parque de Aves, em Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil
Espécime avistado no Parque de Aves, em Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Psittaciformes
Família: Psittacidae
Género: Pionopsitta
Espécie: P. pileata
Nome binomial
Pionopsitta pileata
(Scopoli, 1769)
Distribuição geográfica
Distribuição do cuiú-cuiú
Distribuição do cuiú-cuiú

O cuiú-cuiú (nome científico: Pionopsitta pileata)[2] também designado caturra, iú-iú, maitaca-de-cabeça-vermelha, periquito-real, periquito-rei ou tuimaitaca[3] é uma espécie de ave psitaciforme da família dos psitacídeos (Psittacidae), endêmica do Brasil (do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul), Argentina (província de Misiones) e Paraguai. Os seus habitats naturais são: florestas subtropicais ou tropicais úmidas de baixa altitude e regiões subtropicais ou tropicais húmidas de alta altitude. Tem hábitos migratórios.[1] Mede cerca de 20 centímetros de comprimento e apresenta dorso esverdeado e cauda azulada. Os machos ainda possuem uma plumagem vermelha na cabeça.[3] Alimenta-se de frutas silvestres, como a candeia, a goiaba, o caqui e o cambuí. Formam casais e mantêm-se juntos a vida toda.[4]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Cuiú-cuiú (ou na forma aferética iú-iú[5]) originou-se no tupi ku'yu ku'yu, que originalmente designava peixes da família dos doradídeos. Possivelmente tem origem onomatopaica do som que os peixes emitem ao serem retirados da água. Seu primeiro registro ocorreu em 1777.[6] Caturra tem origem obscura.[7] Maitaca origina-se do termo tupi mbai'ta, que é composta de mba'e ("coisa") e ta ("ruído, barulho"), que é uma abreviação de taka.[8] Também foi adaptado em português como baitaca, maitá, maritaca, etc. Foi registrado em 1721 como maitáca e 1783 como maitacas.[9]

Conservação[editar | editar código-fonte]

O cuiú-cuiú é classificado como pouco preocupante na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) por conta de sua ampla distribuição geográfica, apesar de sua população estar com tendência de declínio.[1] Em 2005, foi classificado como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[10] em 2010, como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais;[11] em 2011, como em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina;[12] em 2014, como pouco preocupante no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo;[13] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[14] Também consta no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES).[15]

Referências

  1. a b c BirdLife International (2018). «Pionopsitta pileata». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2018: e.T22686090A130104593. doi:10.2305/IUCN.UK.2018-2.RLTS.T22686090A130104593.enAcessível livremente. Consultado em 17 de abril de 2022 
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 82. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  3. a b «Cuiú-cuiú». Michaelis. Consultado em 17 de abril de 2022 
  4. «Cuiú-cuiú (Pionopsitta pileata. G1. 27 de janeiro de 2015. Consultado em 17 de abril de 2022 
  5. Grande Dicionário Houaiss, verbete iú-iú
  6. Grande Dicionário Houaiss, verbete cuiú-cuiú
  7. Grande Dicionário Houaiss, verbete catura
  8. Ferreira, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 1095, 1066, 220 
  9. Grande Dicionário Houaiss, verbete maitaca
  10. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  11. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022 
  12. Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina - Relatório Técnico Final. Florianópolis: Governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Fundação do Meio Ambiente (FATMA). 2010 
  13. Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022 
  14. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  15. «Pionopsitta pileata (Scopoli, 1875)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 17 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022