Díptico de Filipe de Croÿ com a Virgem e o Menino

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A Virgem e o Menino, 1460, Biblioteca de Huntington, San Marino.
Retrato de Filipe I de Croÿ, 1460, Museu Real de Belas Artes de Antuérpia, Antuérpia. 49 cm × 30 cm

O Díptico de Filipe de Croÿ com a Virgem e o Menino consiste num par de pequenas pinturas sobre madeira de carvalho pintadas c. 1460 pelo pintor flamengo Rogier van der Weyden. Enquanto a autoria e a data de ambos os trabalhos sejam conhecidos, não há a certeza de terem sido criadas como as alas de um díptico devocional, e de que, algures no tempo, os painéis se tenham separado.[1] Um painel díptico com uma descrição semelhante do painel de Maria, foi registado num inventário de 1629 de pinturas propriedade de Alexandre d'Arenberg, um descendente de Filipe I de Croÿ (1435–1511).[2] Ambos os painéis foram datados de 1460, e encontram-se emAntuérpia e San Marino, na Califórnia, respectivamente. O reverso do retrato de Croÿ tem o brasão da família inscrito e o título usado por Filipe entre 1454 e 1461.[3][4]

O painel da direita retrata Filipe I de Croÿ, camareiro-mor de Filipe, o Bom e conde de Chimay, desde 1472 até à sua morte, possivelmente em batalha, em 1482. De Croÿ teria 25 anos de idade quando foi retratado, e o estilo do seu corte de cabelo tem servido de base para a datação da pintura. O painel da esquerda, actualmente em San Marino, mostra a Virgem e o Menino num plano de fundo dourado, pintado ao estilo da iconográfico bizantino.[5]

Van der Weyden dá ao painel da Virgem um significado de aparição sobrenatural a Filipe, através do fundo dourado, que contrasta com o painel de Croÿ, mais escuro e vulgar. O artista também estabelece uma ligação entre o humano e o divino pela forma lúdica dada a Cristo. Tal como em outros dípticos da mãe e filho de van der Weyden, a criança olha para o contratante, enquanto lhe dirige a mão, quase para além do limite do painel da direita, como se quisesse manter contacto com Filipe à esquerda. A historiadora de arte Martha Wolff sugere que este gesto tem por objectivo prolongar a ligação ao observador que se encontra em oração, junto do díptico -como de Croÿ- perante a mãe e o filho.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. É provável que tenham sido separados no final do século XVIII, ou início do XIX, quando a pintura flamenga caiu na obscuridade.
  2. Campbell, 110
  3. Hand & Wolff, 242
  4. O painel de Croÿ poderá ter tido mais procura junto dos compradores daquele tempo como painel único.
  5. Borchert, 206
  6. Wolff, 116

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Borchert, Till-Holger. Van Eyck to Dürer: The Influence of Early Netherlandish Painting on European Art, 1430–1530. London: Thames & Hudson, 2011. ISBN 0-500-23883-9
  • Campbell, Lorne. Van der Weyden. London: Chaucer Press, 2004. ISBN 1-904449-24-7
  • Hand, John Oliver; Wolff, Martha. Early Netherlandish Painting. Washington: National Gallery of Art, 1986. ISBN 0-521-34016-0
  • MacCulloch, Diarmaid. The Reformation: Europe's House Divided. London: Penguin Books, 2005. ISBN 0-14-303538-X
  • Hulin de Loo, Georges. "Diptychs of Rogier van der Weyden: I". Burlington Magazine, Volume 43, No. 245, 1923. 53-58
  • Silver Larry. "Early Northern European Paintings". The St. Louis Art Museum Bulletin, Summer 1982. ASIN B003O5E2RK
  • Wolff, Martha. "An Image of Compassion: Dieric Bouts's Sorrowing Madonna". Art Institute of Chicago Museum Studies, Volume 15, No. 2, 1989. 112-125; 174-175

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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