David Chingunji

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

David Jonatão "Samwimbila" Chingunji (Angola, 1945 — Cavimbe, Bocoio, 18 de julho de 1970) foi um militar e político angolano.[1] Serviu como um dos principais comandantes das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), o braço armado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA),[2] um grupo pró-ocidente durante a Guerra de Independência de Angola (1961-1974).[3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Seu pai era Eduardo Jonatão Chingunji, um professor e educador das escolas da Missão da Chissamba, que foi importante líder anticolonial.[4] Seus irmãos eram Kafundanga Chingunji e Tito Chingunji, também lideranças anticoloniais.[4] Seu irmão Tito Chingunji serviu como secretário das relações externas da UNITA nos anos 1980 e início dos 1990.[5]

Morte e consequências[editar | editar código-fonte]

Chingunji morreu quando as forças da UNITA tentaram emboscar as forças portuguesas em julho de 1970[6][7] na vila de Cavimbe, no município de Bocoio,[8] na província de Benguela.[9] O jornalista britânico Fred Bridgland, biógrafo do líder da UNITA Jonas Savimbi, afirmou que temendo um concorrente pelo controle da UNITA, ordenou o assassinato de Chingunji supostamente por se opor à esta específica operação militar.[10] Algumas testemunhas afirmam que assassinos não portugueses dispararam em Chingunji pelas costas. David Samwimbila Chingunji havia treinado na República Popular da China e era um dos mais importantes nomes maoístas da UNITA — justamente quando o partido iniciava seu percurso de pagmatização e abandono gradual do maoísmo[11] —, com o governo chinês o nomeando abertamente como um possível sucessor de Savimbi. Grande parte dos seus familiares, com excepção de alguns poucos nomes como seu sobrinho Dinho,[4] morreram em circunstâncias misteriosas.[3] Vinte e um anos depois, Tito Chingunji, à altura o líder da ala de oposição à Savimbi dentro da UNITA, também foi assassinado em 1991 em circunstâncias que ainda não são totalmente compreendidas.[12]

Referências

  1. Brittain, Victoria (1998). Death of Dignity: Angola's Civil War. Pluto Press (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-7453-1247-7 
  2. Dash, Leon (30 de setembro de 1990). «BLOOD AND FIRE SAVIMBI'S WAR AGAINST HIS UNITA RIVALS». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 23 de novembro de 2019 
  3. a b Brittain, Victoria (1998). Death of Dignity: Angola's Civil War. [S.l.: s.n.] pp. 17–19 
  4. a b c A saga dos Chingunji. Nação Ovimbundo. 7 de julho de 2009.
  5. Whitney, Craig R.; Times, Special To the New York (12 de março de 1989). «A Onetime Backer Accuses Savimbi». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 23 de novembro de 2019 
  6. Brittain, Victoria (1998). Death of Dignity: Angola's Civil War. Pluto Press (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9780745312477 
  7. «Angola: Peace Monitor, V, 5». www.africafocus.org. Consultado em 23 de novembro de 2019 
  8. Local da morte de David Chingunji "Samuimbila" (UNITA). ATD. 26 de julho de 2013.
  9. Marcum, John (1978). «The Angolan revolution» (PDF). Massachusetts Institute of Technology Press (Cambridge). 2 
  10. «UN prepares to withdraw MONUA». OCHA/UN. Angola Peace Monitor Issue. 5 (5). 22 de janeiro de 1999 
  11. Tomás Diel Melícias (2017). O Feitiço do Moderno: Jonas Savimbi e seus projetos de nação angolana (1966-1988) (PDF). Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
  12. "Angolan rebel lays killings to a CIA plot," The New York Times, May 5, 1992.