Dennis Cooper

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dennis Cooper
Dennis Cooper
Nascimento 10 de janeiro de 1953 (71 anos)
Pasadena
Nacionalidade Norte-americano
Ocupação Escritor
Principais trabalhos Fio solto
Prémios Prémio Sade (2007)

Dennis Cooper (Pasadena, 10 de janeiro de 1953) é um escritor americano (romancista, poeta, crítico, editor) e performer. É notável por ter transportado a estética visual e verbal punk para a escrita, sendo um dos expoentes do movimento cripto-punk conhecido como queercore.[1]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Cooper nasceu no seio da família de um homem de negócios abastado de Arcadia, na Califórnia. As suas aspirações literárias revelaram-se desde cedo e muitas vezes tomaram a forma de imitações de Rimbaud, Verlaine, Marquês de Sade, e Baudelaire. Escreveu poesia e contos desde a adolescência, que se debruçavam sobre temas escandalosos e muitas vezes polémicos. Como adolescente, Cooper estava fora do meio literário e liderava um grupo de poetas, punks, drogados e escritores. Depois do ensino secundário frequentou o Pasadena City College e, mais tarde, o Pitzer College, onde conheceu um professor de poesia que o haveria de inspirar para uma carreira ligada à escrita fora das instituições de ensino superior.

Em 1976 Cooper viajou para Inglaterra onde se envolveu na nascente cena punk. No mesmo ano lançou a sua revista Little Caesar Magazine, que incluíu, entre outras coisas, um número dedicado a Rimbaud. Em 1978, com o sucesso da revista, Cooper consguiu fundar a editora Little Caesar Press que publicou obras de, entre outros, Brad Gooch, Amy Gerstler, Elaine Equi, Tim Dlugos, Joe Brainard e Eileen Myles.

Em 1979 Cooper publicou o seu primeiro livro de poesia, Idols, e foi responsável, nos 3 anos seguintes, pela programação de um espaço de poesia alternativa em Venice, na Califórnia, chamado Beyond Baroque. O segundo livro de poesia de Cooper, Tenderness of the Wolves,, foi publicado em 1982 e foi nomeado para o Los Angeles Times Book Prize. Em 1984, Cooper foi viver para Nova Iorque onde publicou o seu primeiro livro de ficção, um romance com o título Safe, e onde começou a trabalhar num ciclo de 5 romances interligados, um projecto que já planeava desde os 15 anos. Em 1987 mudou-se para Amesterdão onde terminou o primeiro romance, Closer, do que viria a ser denominado o Ciclo George Miles e que mais tarde ganharia o primeiro prémio Ferro-Grumley Prize de literatura gay.

A partir de Amsterdão, Cooper continuou a escrever artigos para várias revistas americanas, incluindo para "Art in America", The Advocate, a Village Voice e outras. Quando regressou a Nova Iorque, em 1987, começou a colaborar com a revista Artforum, tendo chegado a Editor Contribuinte da revista, e começou a trabalhar no seu próximo romance, Frisk. Nos anos seguintes, Cooper trabalhou em vários projectos artísticos e de performance, incluindo a função de co-curador com Richard Hawkins numa exposição na LACE intitulada AGAINST NATURE: A Group Show of Work by Homosexual Men (CONTRA NATURA: uma mostra conjunta de trabalhos por homens homossexuais).

Já em Los Angeles, depois de deixar Nova Iorque em 1990, Cooper colaborou com um grande número de artistas, incluindo o compositor John Zorn, o pintor Lari Pittman, os escultores Jason Meadows e Nayland Blake, e outros. Durante vários anos foi Editor Contribuinte e escritor regular da revista de rock Spin. Em 1994 fundou a "Little House on the Bowery" para a editora independente Akashic Books, que publicou obras de Travis Jeppesen, Richard Hell, Trinie Dalton, Benjamin Weissman, Derek McCormack e outros. Cooper completou os 10 anos de trabalho do Ciclo George Miles com o romance Period, em 2000, que foi traduzido, como as restantes obras do ciclo, em 17 línguas estrangeiras. Depois disso escreveu mais três romances: My Loose Thread, The Sluts (vencedor em 2007 do "Prix Sade" (Prémio Sade) em França e do Lammy Award para o melhor livro de ficção de 2005), e God Jr..

Desde o Verão de 2005, Cooper viveu a maior parte do tempo em Paris, na França, onde tem trabalhado no seu blog, que Cooper considera o seu projecto artístico actual mais importante, e onde tem colaborado com a directora de teatro francês Gisele Vienne e com o compositor Peter Rehberg em 4 peças de teatro, I Apologize (2004), Un Belle Enfant Blonde (2005), KIndertotenlieder (2007), e uma adaptação a teatro do seu romance Jerk (2008). Estas obras de teatro foram muito bem recebidas e foram levadas à cena em várias cidades da Europa e da Ásia. Também em França, Cooper terminou um livro de poesia, The Weaklings, que foi publicado em edição limitada pela Fanzine Press em Março de 2008, e uma colecção de contos intitulado Ugly Man que será publicado pela Harper Perennial em 2009.

Influências[editar | editar código-fonte]

A obra de Cooper é considerada como inspiradora de um grande número de jovens escritores americanos, nomeadamente Travis Jeppesen, Tony O'Neill e Noah Cicero [1].

"… [I]n the ninth grade Cooper met his beloved friend George Miles. Miles had deep psychological problems and Cooper took him under his wing. Years later, when Cooper was 30, he had a brief love affair with the 27-year-old Miles. The cycle of books … came later, and were an attempt by Cooper to get to the bottom of both his fascination with sex and violence and his feelings for Miles."
      — 3:AM magazine, November 2001, "American Psycho: An Interview With Dennis Cooper" by Stephen Lucas [2]

"George in Closer, whose room is full of Disney figures, himself becomes the toy of two forty-year-old men obsessed with the beauty of pain and suffering. In Frisk, an ex-friend is writing Julian letters: reports or fantasies of sex and violence. The description of the sexual murdering of young men is a melange of blood and slippery internal organs, too unappetizing to quote. The letters are being sent from a Holland windmill, in its isolation an ideal place for exploring the raw reality of sex, violence and death."
      — VPRO Television; article in Dutch [3]

Obra[editar | editar código-fonte]

Ficção[editar | editar código-fonte]

O Ciclo George Miles

Outros

  • Antoine Monnier (Anon Press, 1978)
  • My Mark (Sherwood Press, 1982)
  • Safe (novela, SeaHorse Press, 1985)
  • Wrong (conto, Grove Press, 1992)
  • My Loose Thread (romance, Canongate, 2002)
  • The Sluts (romance, Void Books, 2004 / Carroll & Graf, 2005)
  • God Jr. (romance, Grove Press, 2005)
  • Ugly Man (conto, Harper Perennial, 2009)

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • The Terror of Earrings (Kinks Press, 1973)
  • Tiger Beat (Little Caesar Press, 1978)
  • Idols (SeaHorse Press, 1979; Amethyst Press, 1989)
  • Tenderness of the Wolves (The Crossing Press, 1981)
  • The Missing Men (Am Here Books/ Immediate Editions, 1981)
  • He Cried (Black Star Séries, 1985)
  • The Dream Police: Selected Poems '69-93 (Grove Press, 1994)
  • The Weaklings (Fanzine Press, 2008)

Outras obras[editar | editar código-fonte]

  • Jerk (colaboração com o artista Nayland Blake, Artspace Books, 1994)
  • Horror Hospital Unplugged (com o artista Keith Mayerson, romance gráfico, Juno Books, 1997)
  • All Ears (crítica, jornalismo, Soft Skull Press, 1997)
  • Violence, faits divers, littérature (ensaio, POL, France, 2004)
  • Dennis (CD/livro, Don Waters Editions/AK Press, 2006)

Obras para teatro[editar | editar código-fonte]

  • Jerk (Directora: Gisele Vienne, Guião: Peter Rehberg/Pita; estreia, March, 2008)
  • Kindertotenlieder (Directora: Gisele Vienne, Guião: Stephen O'Malley e Peter Rehberg/Pita; 2007)
  • Une Belle Enfant Blonde (Escrito com Catherine Robbe Grillet, Directora: Gisele Vienne, Guião: Peter Rehberg/Pita; 2005)
  • I Apologize (Directora: Gisele Vienne, Guião: Peter Rehberg/Pita; 2004)
  • The Undead (Director: Ishmael Houston-Jones, Guião: Tom Recchion; Design Visual: Robert Flynt; 1990)
  • Knife/Tape/Rope (Director: Ishmael Houston-Jones, Cenários: John De Fazio; 1985)
  • Them (Director: Ishmael Houston-Jones, Guião: Chris Cochrane; 1984)

Editor[editar | editar código-fonte]

  • Little Caesar Magazine #s 1 - 12 (1976 - 1982)
  • Little Caesar Press (1978 - 1982)
    • Dennis Cooper 'Tiger Beat' (LCP)
    • Gerard Malanga '100 Years Have Passed' (LCP)
    • Arthur Rimbaud' 'Travels in Abyssinia and the Harar' (LCP)
    • Tom Clark 'The End of the Line' (LCP)
    • Tim Dlugos 'Je Suis Ein Americano' (LCP)
    • Tim Dlugos 'Entre Nous' (LCP)
    • Joe Brainard 'Nothing to Write Home About' (LCP)
    • Elaine Equi 'Shrewcrazy' (LCP)
    • Amy Gerstler 'Yonder' (LCP)
    • Elieen Myles 'Sappho's Boat' (LCP)
    • Oswell Blakeston 'Journeys End in Young Man's Meeting' (LCP)
    • Dennis Cooper, editor 'Coming Attractions: American Poets in their Twenties' (LCP)
    • Ron Koertge 'Diary Cows' (LCP)
    • Peter Schjeldahl 'The Brute' (LCP)
    • Donald Britton 'Italy' (LCP)
    • Jack Skelley 'Monsters' (LCP)
    • James Krusoe 'Jungle Girl' (LCP)
  • 'Discontents: New Queer Writers' (Amethyst Press, 1994)
  • 'The Kathy Acker Reader' (w/ Amy Scholder, Grove Press, 2004)
  • Little House on the Bowery/Akashic Press (2004 - ?)
    • Travis Jeppesen 'Victims' (LHotB)
    • Benjamin Weissman 'Headless' (LHotB)
    • Derek McCormack 'Grab Bag' (LHotB)
    • Martha Kinney 'The Fall of Heartless Horse (LHotB)
    • Richard Hell 'Godlike' (LHotB)
    • Trinie Dalton 'Wide Eyed' (LHotB)
    • James Greer 'Artificial Light' (LHotB)
    • Dennis Cooper, ed. 'Userlands: New Fiction from the Blogging Underground' (LHotB)
    • Matthew Stokoe 'High Life' (LHotB)
    • Derek McCormack 'The Show That Smells' (LHotB, forthcoming)

Referências

  1. The Most Dangerous Writer In América. Por Richard Goldstein. The Village Voice, 29 de fevereiro de 2000.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]