Desencalhe de Canoa, 1826

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A obra Desencalhe de canoa, 1826, de Zilda Pereira, foi concebida em 1943. Na cena, as personagens esforçam-se para desencalhar duas canoas. Haja vista o desenho de Hercule Florence que foi usado como matriz para a composição, sabe-se que as embarcações eram chamadas Chimbó e Perova.[1][2][3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A obra de Zilda Pereira, feita em óleo sobre tela em 1943, foi encomendada por Afonso Taunay, então diretor do Museu Paulista, e pertence ao Fundo Museu Paulista sob o número de inventário 1-19295-0000-0000. O quadro, que teve como base o desenho Chimbó e Perova encalhados, de Hercule Florence, possui as seguintes medidas: 56 centímetros de altura e 80 centímetros de largura. Ademais, nas várias referências à obra, aparece também o título Desencalhe de canoão.[1][2]

Análise[editar | editar código-fonte]

Na cena, as personagens esforçam-se para desencalhar duas canoas, cujos nomes Afonso Taunay especificou em legenda. Pode-se destacar a diferença entre o título do desenho de Florence usado como matriz e o da reprodução de Zilda Pereira. A substituição do termo “encalhados” por “desencalhe” pode integrar o projeto de exaltação da liderança paulista na história brasileira, cujo papel de Taunay foi central.[3][4]

Além disso, como indica Sonia Leni Chamon Pardim, em Desencalhe da canoa, 1826, Pereira compôs as figuras humanas com certa robustez, intensidade de cores e detalhamento, o que sugere força e peso dos elementos. Segundo Pardim, esse modelo de composição não é comum nas obras da artista e, portanto, torna-se singular.[1]

Contexto[editar | editar código-fonte]

Compondo a sala B-7 “Monções”, a obra foi encomendada por Afonso Taunay a Zilda Pereira no contexto da comemoração do cinquentenário do Museu Paulista e data de 1943.

Referências

  1. a b c Pardim, Sonia Leni Chamon (2005). «Imagens de um Rio : um olhar sobre a iconografia do Rio Tiete». Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  2. a b Florence, Hercules (2007). «Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas : 1825 a 1829». www2.senado.leg.br. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  3. a b Borrego, Maria Aparecida de Menezes (31 de maio de 2019). «Perspetivas sobre a representação das monções no Museu Paulista e no Museu Republicano de Itu». MIDAS. Museus e estudos interdisciplinares (10). ISSN 2182-9543. doi:10.4000/midas.1784. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  4. Silva, Valderez Antonio da (2004). «Os fantasmas do rio : um estudo sobre a memoria das monções do Vale do Medio Tiete». Consultado em 26 de fevereiro de 2021