Destruição da Biblioteca de Alexandria

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Gravura do século V representando a destruição do Serapeu de Alexandria pelo Patriarca de Alexandria Teófilo I

A destruição da Biblioteca de Alexandria é um evento histórico que divide os historiadores pelo menos desde o século XVIII. A versão mais popular, pelo menos entre o grande público, é a de que a biblioteca foi destruída por ordem de Anre ibne Alas, governador provincial do Egito em nome do califa ortodoxo Omar, pouco depois da conquista do Egito comandada por Anre em 642, mas desde o século XVIII que diversos estudiosos questionam a veracidade dessa versão da história.

Fontes históricas[editar | editar código-fonte]

Há três relatos históricos do sucedido, todos escritos mais de 500 anos depois do sucedido. O médico, historiador e egiptólogo árabe Abdalatife (1162–1231) afirma que a biblioteca foi destruída por Anre por ordem de Omar.[1][2] A mesma história encontra-se no Ta’rih al-Hukama ("História dos Filósofos") de ibn al-Qifti (1172–1248).[3][4] A versão mais longa da história encontra-se na obra do sírio Bar Hebreu, também conhecido como Abul Faraje (1226–1286) e é baseada nos escritos de al-Qifti. Na tradução da sua obra Chronicum Syriacum para árabe, Bar Hebreu incluiu material de fontes árabes, e na Historia Compendiosa Dynastiarum, ele relata que um certo João Gramático[nt 1] perguntou a Anre pelos "livros da biblioteca real".[5] Anre escreveu a Omar a pedir instruções sobre o que fazer com a biblioteca e Omar respondeu-lhe «se esses livros estiverem de acordo com o Alcorão, então não precisamos deles para nada; e se eles se opõem ao Alcorão, destrói-os.»[4][6] Anre teria então ordenado que os livros da biblioteca fossem distribuídos pelos balneários de Alexandria para serem utilizados como combustível para aquecimento da água; foram necessários seis meses para queimar todos os livros.[7]

O historiador egípcio Almacrizi (1364–1442) também menciona resumidamente a história, quando fala do Serapeu de Alexandria.[8] A história da destruição da biblioteca ainda estava em circulação entre os coptas no início do século XX.[9] Ibne Caldune (1332–1406) escreveu que Omar deu uma ordem semelhante para que livros persas fossem destruídos no Irão.[2]

Hipóteses[editar | editar código-fonte]

Júlio César[editar | editar código-fonte]

Existem diversos relatos sobre incêndios que atingiram segmentos da notória Biblioteca de Alexandria antes de sua destruição completa. Num deles, é citado Júlio César, que, em sua perseguição a Pompeu, integrante do triunvirato do qual também fazia parte junto com Crasso, vai até o Egito, governado por Ptolomeu XIII. Em uma das festividades, enquanto planejava a captura de Pompeu, conhece Cleópatra,[10] ao mesmo tempo que, por parte de outros, a morte de Pompeu é planejada. Ao ser alertado sobre os planos de assassinar Pompeu, César tenta capturar os homens que conspiravam, porém, um é encontrado morto, Potino, e o outro, Áquila, consegue escapar, inflamando o Egito contra Júlio César, preso dentro do palácio de Ptolomeu.[11]

Nesta mesma noite, no ano de 48 a.C., César vê-se cercado no palácio de Ptolomeu pela armada egípcia, após o levante popular feito por Áquila contra ele e, não dispondo de homens suficientes para um combate vitorioso, ordena àqueles sob seu comando que ateiem fogo aos navios atracados (inclusive os seus) no cais de Alexandria. Segundo o poema de Lucano,[12] o fogo se espalhou com facilidade, afundando os navios e alastrando-se pelas casas próximas do ancoradouro, muito provavelmente armazéns, por conta do vento forte. As chamas espalharam-se cidade adentro, chegando a depósitos de grãos e livros, onde, ainda pelo que conta Lucano, destruiu um acervo de 40 mil rolos “de ótima qualidade” pertencentes à Biblioteca de Alexandria.[13]

No entanto, esta versão é contestada tanto em relatos do próprio César sobre a estratégia utilizada naquela noite, quanto nos de seu lugar-tenente, provavelmente Marco António, que não mencionam nada sobre a queima dos cereais e de tais documentos importantes. Além disso, César ressalta a qualidade do material utilizado na construção da cidade que inibia a propagação do fogo.[14]

Outro fato que torna as versões de Lucano, Dião Cássio e Orósio, todas baseadas em Tito Lívio,[14] pouco confiáveis, é que os depósitos que abrigavam parte do acervo da biblioteca, encontravam-se a uma distância significativa do porto,[15] a qual o fogo não teria sobrepujado. Ademais, parece não usual que livros da biblioteca encontrar-se-iam no depósito portuário junto a mercadorias. Com isso, pode-se dizer que muito provavelmente os rolos que lá estavam guardados continham registros comerciais, demandados pelo exigente mercado exterior.[14]

Nesse contexto, vê-se que, devido a maneira como os relatos foram redigidos e passados adiante, foi incumbida a Júlio César a culpa pelo saque a Alexandria e a destruição do templo de Serapeu, que por muito acreditou-se ser a Biblioteca Alexandrina em si.[16] Tal atribuição seria injusta e um tanto errônea, dado o fato de que o Serapeu nem ao menos fazia parte do palácio, e aqueles que leram e repassaram as informações, pouco souberam interpretá-las e reescrevê-las, não passando de cópias das fontes, como menciona Filarete, médico judeu, aluno de João Filopono, a Anre ibne Alas.[17]

Cristãos[editar | editar código-fonte]

Alexandria sempre foi um lugar de aceitação, tanto religiosa, quanto cultural, já que era considerada o centro intelectual de sua época e, por isso, era constantemente visitada por pessoas do mundo inteiro.[18] No entanto, a partir do século III d.C., essa realidade mudou.[19]

As perseguições religiosas tiveram início no ano de 202, quando ataques e mortes passaram a acontecer. Durante várias décadas essa situação perdurou, atingindo diretamente a cidade e as pessoas que nela viviam, sendo essas cristãs, judias ou de outra religião. Esses massacres eram acompanhados de protestos violentos e da destruição de construções e residências, além de pilhagens.[20] Infelizmente, parte desses ataques, atingiram segmentos da biblioteca, não sendo uma destruição considerável, em comparação com a que estaria para acontecer alguns séculos mais tarde.[21]

No século seguinte, uma reviravolta aconteceu, quando os cristãos passaram a ser considerados importantes, outra vez em Alexandria, com a ascensão da religião cristã em Roma, e a peregrinação de crentes, disseminando a palavra de Deus, e convertendo pessoas, após a chegada de São Marcos à cidade, enviado para pregar a nova fé, abrindo espaço para que esta se instaurasse em Alexandria.[22] Acompanhados de certo fanatismo e ambição, bispos e teólogos disseminavam a palavra sagrada, ao passo que inseriam novas linhas de pensamento cristão, responsáveis pela decadência da outrora tão estimada Escola do Pensamento Alexandrino, fundada por Amónio Sacas.[23]

No ano de 385, um dos bispos responsáveis pela extinção do neoplatonismo alexandrino, o ambicioso e fanático Teófilo, tornou-se patriarca da cidade, sob o domínio do imperador Teodósio, comandante dos ataques contra o paganismo, e que resultou em um édito de destruição de qualquer local de culto não-cristão.[24] Essa atitude resultou na destruição do Serapeu (Templo de Serápis, onde estava localizada a “biblioteca filha” da grande Biblioteca de Alexandria), que incitou os revoltosos a saquearem, não apenas o templo, mas também aquilo que se encontrava em suas proximidades, como a Biblioteca Alexandrina.[25] Esses eventos acarretaram no fim de estudos a partir das bibliotecas da cidade de Alexandria, pois, além de muito de seu acervo ter sido saqueado, a propagação da cultura pagã, incluindo manuscritos da Antiguidade e de diversas outras culturas que não a cristã, estava estritamente proibido. Atitudes extremas foram tomadas como a ocorrida com a consagrada filósofa e matemática contemporânea aos acontecimentos Hipácia,[26] que foi martirizada pelos cristãos por conta de sua linha de pensamento filosófica e sua inimizade com o bispo da época, Cirilo.[27]

Muçulmanos[editar | editar código-fonte]

A cultura alexandrina teve fim durante a conquista do Egito, em 642 pelo general árabe Anre ibne Alas, em nome do segundo sucessor de Maomé, o califa Omar.[28] Embora o general Anre tenha poupado 4 000 palácios, 4 000 banhos públicos, 400 teatros, 40 000 judeus e 12 000 lojas. Alguns relatos dizem que após Anre receber uma carta de Omar,[29] onde o califa ordenava que os livros que contradiziam o Alcorão deveriam ser destruídos, usou os livros da grande biblioteca para aquecer os quatro mil banhos da cidade.[30]

Possivelmente, grande parte dos livros foram queimados para abastecer os banhos. Entretanto, não se pode afirmar que entre eles estivessem os manuscritos mais preciosos da grande biblioteca. Anre era um erudito e poderia ter preservado as obras que eram de seu interesse, Da mesma maneira que fez em relação as obras de Aristóteles. As obras mais importantes poderiam ter sido guardadas em lugares seguros ou enviadas a outros lugares.[31]

Após o invasão muçulmana em 642, a orgulhosa e bela cidade praticamente morreu. As construções, como palácios e parques, foram abandonados depois que a sede do governo egípcio foi transferida para a nova capital às margens do Nilo, Fostate, em frente a Mênfis. O processo de decadência se intensificou quando o braço canópico do Nilo foi cortado, acabando com o fornecimento de água doce em Alexandria. A partir do século XVI, o comércio foi afetado pela rota do cabo da Boa Esperança, e, assim, a venerável cidade de Alexandria ficou reduzida a 4 000 habitantes.[32]

Discussão da veracidade das fontes históricas[editar | editar código-fonte]

A veracidade da história da destruição da biblioteca de Alexandria por Anre, apesar de muito divulgada, está longe de ser aceite por todos os estudiosos. No século XVIII, o historiador inglês Edward Gibbon escreveu que muita gente acreditava credulamente na história, mas também referiu o "ceticismo racional" expressado por Eusèbe Renaudot em 1713. Alfred J. Butler não aceitava a veracidade da história e referia que «Renaudot pensa que a história tem um elemento de falsidade».[9][33]

Bernard Lewis argumenta que a história, apesar de falsa, foi reforçada na Idade Média por Saladino, que decidiu acabar com a coleção de textos heréticos ismaelitas do Califado Fatímida no Cairo, a seguir a ter restaurado o sunismo no Egito. Saladino teria pensado que a história do apoio à destruição da biblioteca por parte do califa Omar faria com que as suas ações parecessem mais aceitáveis.[34]

Roy MacLeod aponta várias contradições na história da destruição pelos árabes, as quais só apareceram 500 anos após a invasão de Anre. Os relatos de Bar Hebreu referem um João Gramático e a figura que se conhece com esse nome (João Filopono de Alexandria) morreu mais de 70 anos da invasão árabe e há indícios de que ambas as bibliotecas de Alexandria já estariam destruídas no fim do século IV e nos registos cristãos não há notícia de existir qualquer biblioteca na cidade depois disso. Sabe-se que a partir do século I a biblioteca sofreu várias acidentes ou tentativas de destruição e MacLeod sugere que a data mais provável da destruição final da biblioteca é 272, seguindo-se o Serapeu em 391, por ordem do Patriarca de Alexandria Teófilo I.[35]

Outros autores que questionam a história são, por exemplo, Victor Chauvin (1844-1913), Paul Casanova, Gustave Le Bon (1841-1931),[36] Eugenio Griffini (1878-1925),[37] Kelly Trumble,[38] e Mostafa El-Abbadie. Este último considerou, em 1992, que a história foi inventada pelos cruzados para desacreditar os árabes e que tanto a biblioteca propriamente dita como o Serapeu já tinham sido destruídos quando os árabes conquistaram Alexandria. Segundo El-Abbadie, a biblioteca foi destruída em 48 a.C. por um incêndio durante a guerra civil romana entre Pompeu e Júlio César e o Serapeu foi destruído em 342 d.C. por ordem de um bispo de Alexandria, quando o imperador cristão Teodósio I interditou os cultos pagãos.[nt 2][7][39]

Entre os estudiosos que acreditam que a biblioteca foi destruída por Anre ibne Alas encontram-se Martine Poulain,[7] Luciano Canfora,[40][41] e Hugh Lloyd-Jones.[34]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. O nome João Gramático é usualmente associado a João Filopono (João de Alexandria), que morreu em 570, ou seja, mais de 70 anos antes da conquista do Egito por Anre.
  2. Se não há engano na recensão de Martine Poulain em que se baseia este trecho,[7] há um erro na data de 342 no livro de Mostafa El-Abbadie, já que Teodósio I nasceu em 347. À parte do ano, a destruição do Serapeu no século IV é também mencionada por Roy MacLeod.[35]

Referências

  1. Sacy, Antoine-Isaac Silvestre de (1810). Relation de l'Egypte par Abd al-Latif (em francês). Paris: Imprimerie Impériale. p. 183. Consultado em 9 de novembro de 2011 
  2. a b Murtada Mutahhari-quddisa sirruh; Wahid Akhtar (trad) (1997). «Alleged Book Burnings in Iran and Egypt: A Study of Related Facts and Fiction». www.Al-Islam.org (em inglês). Ahlul Bayt Digital Islamic Library Project. Consultado em 9 de novembro de 2011. Cópia arquivada em 21 de julho de 2011 
  3. Lippert, Julius; Müller, August; ibn al-Qifti (1903). Ta'rih al hukama: auf Grund der Vorarbeiten Aug. Muller's (em alemão). [S.l.]: Dieterioh. p. 8 (intro.). 491 páginas 
  4. a b Cottrell, Emily (24 de setembro de 2010). «Al-Qifti on the destruction of the library of Alexandria». www.roger-pearse.com (em inglês). Blog de Roger Pearse. Consultado em 9 de novembro de 2011. Cópia arquivada em 11 de maio de 2011 
  5. Pococke, Edward (1663). Bar Hebraeus: Historia Compendiosa Dynastiarum (em latim). Oxford: [s.n.] 
  6. Pococke 1663, p. 114,181. Em latim: «Quod ad libros quorum mentionem fecisti: si in illis contineatur, quod cum libro Dei conveniat, in libro Dei [est] quod sufficiat absque illo; quod si in illis fuerit quod libro Dei repugnet, neutiquam est eo [nobis] opus, jube igitur e medio tolli.” Jussit ergo Amrus Ebno’lAs dispergi eos per balnea Alexandriae, atque illis calefaciendis comburi; ita spatio semestri consumpti sunt. Audi quid factum fuerit et mirare.»
  7. a b c d Poulain, Martine (1993). «Recensão bibliográfica de "Vie et destin de l'ancienne Bibliothèque d'Alexandrie", de M. Abbadie». bbf.enssib.fr (em francês). Bulletin des bibliothèques de France. Consultado em 9 de novembro de 2011. Cópia arquivada em 9 de abril de 2009 
  8. Butler, Alfred Joshua (1902). «25». The Arab Conquest of Egypt and the Last Thirty Years of the Roman Dominion (em inglês). Oxford: Butler Press. p. 401. 612 páginas. ISBN 9781443727839 (ed. 2008) . «Thus speaking of the Serapeum he says, ‘Some think that these columns upheld the Porch of Aristotle, who taught philosophy here: that it was a school of learning: and that it contained the library which was burnt by `Amr on the advice of the Caliph Omar’ (Khitat, vol. i. p. 159).» Trad.: Então falando do Serapeu ele diz: "Alguns pensam que estas colunas suportavam o Pátio de Aristóteles, que aqui ensinou filosofia: que isto era uma escola de aprendizagem: e que continha a biblioteca que foi queimada por Anre por conselho do Califa Omar".
  9. a b Butler 1902, p. 403. «Renaudot thinks the story has an element of untrustworthiness: Gibbon discusses it rather briefly and disbelieves it.
  10. Canfora, Luciano; Carotti, Frederico (trad.) (1989). A biblioteca desaparecida: histórias da Biblioteca de Alexandria. São Paulo: Companhia das Letras. p. 55 
  11. Canfora 1989, p. 51
  12. Canfora 1989, p. 52
  13. Canfora 1989, pp. 51-53
  14. a b c Canfora 1989, p. 53
  15. Canfora 1989, p. 54
  16. Canfora 1989, pp. 71-74
  17. Canfora 1989, pp. 67-70
  18. Flower, Derek Adie; Nunes, Otacílio (trad.); Ponte (trad.), Valter (2002). Biblioteca de Alexandria: As histórias da maior biblioteca da Antiguidade. São Paulo: Nova Alexandria. p. 138 
  19. Flower 2002, p. 95
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  27. Flower 2002, pp. 186-188
  28. Flower 2002, p. 134
  29. Báez, Fernando; Schlafman, Léo (trad.) (2006). História Universal da Destruição dos Livros: Das tábuas sumérias à guerra do Iraque. Rio de Janeiro: Ediouro. p. 49 
  30. Flower 2002, pp. 134-135
  31. Flower 2002, p. 135
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  33. Gibbon, Edward (2010). «51». Decline and Fall (em inglês). [S.l.]: BiblioBazaar. 434 páginas. ISBN 9781140107422 . «It would be endless to enumerate the moderns who have wondered and believed, but I may distinguish with honour the rational scepticism of Renaudot, (Hist. Alex. Patriarch, p. 170: ) historia … habet aliquid ut απιστον ut Arabibus familiare est.»
  34. a b Lewis, Bernard (7 de março de 1991). «The Vanished Library». www.nybooks.com (em inglês). The New York Review of Books. Consultado em 9 de novembro de 2011. Cópia arquivada em 20 de julho de 2010 
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  37. Zotti, Ed (6 de dezembro de 2005). «What happened to the great library of Alexandria?». www.straightdope.com (em inglês). The Straight Dope. Consultado em 9 de novembro de 2011. Cópia arquivada em 23 de julho de 2011 
  38. Trumble, Kelly; Marshall, Robina MacIntyre (2003). The Library of Alexandria (em inglês). [S.l.]: Clarion Books. 72 páginas. ISBN 978-0395758328. Consultado em 9 de novembro de 2011 
  39. El-Abbadie, Mostafa (1992). Vie et destin de l'ancienne bibliothèque d'Alexandrie (em francês). Paris: UNESCO : PNUD. 248 páginas. ISBN 92-3-202632-5 
  40. Canfora, Luciano (1988). La véritable histoire de la bibliothèque d'Alexandrie (em francês). Paris: Desjonquères. 214 páginas. ISBN 2-904-227-245 
  41. Desgraves, Louis (1988). «Recensão bibliográfica de "La Véritable histoire de la Bibliothèque d'Alexandrie", de L. Canfora». bbf.enssib.fr (em francês). Bulletin des bibliothèques de France. Consultado em 9 de novembro de 2011. Cópia arquivada em 21 de abril de 2009