Dileptus

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Dileptus sp.
Dileptus sp.
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Chromalveolata
Superfilo: Alveolata
Filo: Ciliophora
Subfilo: Rhabdophora
Classe: Litostomatea
Subclasse: Rhynchostomatia Jankowski, 1980
Ordem: Dileptida
Família: Dileptidae
Género: Dileptus
Otto Friedrich Müller, 1773

Dileptus é um género de de protista unicelular ciliado da classe Litostomatea. As espécies de Dileptus ocorrem em água doce e em água salgada, assim como em musgos e no solo. A maioria são predadores agressivos, equipados com um probóscide móvel alinhado com extrussomas tóxicos, com o qual atordoa organismos menores antes de os consumir.[1] 13 espécies e subespécies de Dileptus são actualmente reconhecidos.[2]

Dileptus têm servido como organismo modelo, usado no estudo de padrões de cílios, ontogénese, conjugação e aquisição de alimentos.[3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O corpo dos Dileptus são tipicamente estritos ou cilíndricos, possuem um macronúcleo formado por mais de uma centena de nódulos dispersos. Durante a divisão celular, esses nódulos dividem-se individualmente. Na parte frontal da célula existe um probóscide móvel. O citostoma ocorre na base deste órgão, sendo fortalecido com bastões microtubulares (nematodesmata). A superfície da célula apresenta-se coberta de maneira uniforme com cílios organizados em fileiras longitudinais. O corpo estreita-se na parte posterior, formando como que uma cauda. Múltiplos vacúolos contráteis ocorrem ao longo da superfície dorsal. A maioria dos Dileptus são incolores, mas duas espécies apresentam algas verdes simbióticas no citoplasma.[2][4]

História e classificação[editar | editar código-fonte]

Amphileptus margaritifer (=Dileptus margaritifer) por C. G. Ehrenberg, 1838.

Um espécie de Dileptus foi descrita por C. G. Ehrenberg em 1833, sob o nome de Amphileptus margaritifer. Oito anos mais tarde, Félix Dujardin criou o género Dileptus e moveu a espécie A. margaritifer, de Ehrenberg, para esse género, assim como Dileptus anser Müller 1773 (agora classificado no género Pseudomonilicaryon) e Dileptus folium (agora Litonotus cygnus). Ao longo do século seguinte, muitas novas espécies foram descritas. Por altura de 1963, quando Jean Dragesco publicou o primeiro relato detalhado do género, incluiu cerca de 50 espécies.[5][3][2]

Num estudo estudo taxonómico publicado em 2012, Peter Vďačný e Wilhelm Foissner restringiu o género aos membros "com mais de 50 macronúcleos dispersos que se dividem individualmente", deixando apenas 10 espécies dentro do género.[2] Muitos membros tradicionais de Dileptus, incluindo a conhecida espécie Dileptus anser, foram movidos para outros géneros, como Pseudomonilicaryon e Rimaleptus.

Espécies[editar | editar código-fonte]

Vídeos[editar | editar código-fonte]

Dileptus sp.
Dileptus sp.

Referências

  1. Miller, Stephen (maio de 1968). «The Predatory Behavior of Dileptus Anser». Journal of Protozoology. 15 (2): 313–19. doi:10.1111/j.1550-7408.1968.tb02128.x 
  2. a b c d Vďačný, Peter, and Wilhelm Foissner. Monograph of the dileptids (Protista, Ciliophora, Rhynchostomatia). Land Oberösterreich, Biologiezentrum/Oberösterreichische Landesmuseen, 2012
  3. a b Vd'ačný, Peter; et al. (junho de 2011). «Morphological and molecular phylogeny of dileptid and tracheliid ciliates: Resolution at the base of the class Litostomatea (Ciliophora, Rhynchostomatia).». European Journal of Protistology. (Epub ahead of print). PMC 3234341Acessível livremente. PMID 21641780. doi:10.1016/j.ejop.2011.04.006 
  4. Carey, Phillip G., Marine Interstitial Ciliates: An Illustrated Key. Chapman and Hall, 1992, ISBN 978-0-412-40610-2
  5. Dragesco, J. "Révision du genre Dileptus, Dujardin 1871 (Ciliata Holotricha)(systématique, cytologie, biologie)." Bull. biol. Fr. Belg 97 (1963): 103-145.