Diocese de Santiago de Cabo Verde

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Diocese de Santiago de Cabo Verde
Sancti Iacobi Capitis Viridis
Diocese de Santiago de Cabo Verde
Localização
País Cabo Verde Cabo Verde
Território
Arquidiocese metropolitana Imediatamente sujeita à Santa Sé
Estatísticas
População 440 680
420 650 católicos
Área 1 832 km²
Paróquias 24
Sacerdotes 40
Informação
Rito romano
Criação 31 de janeiro de 1533
Catedral Pró-catedral Nossa Senhora da Graça de Praia
Padroeiro(a) São Tiago Menor
Governo da diocese
Bispo Arlindo Gomes Furtado
Jurisdição Diocese
Página oficial www.diocesesantiago.org
dados em catholic-hierarchy.org

A Diocese de Santiago de Cabo Verde (em latim Diœcesis Sancti Iacobi Capitis Viridis) é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica situada em Praia, no Cabo Verde. Seu atual arcebispo é o cardeal Arlindo Gomes Furtado. Sua é a Pró-catedral Nossa Senhora da Graça de Praia.

Possui 24 paróquias servidas por 40 padres, abrangendo uma população de 440 680 habitantes, com 95,5% da dessa população jurisdicionada batizada (420 650 católicos).[1]

Território[editar | editar código-fonte]

Actualmente a diocese abrange todas as Ilhas do Sotavento cabo-verdiano numa área total de 1832 km². Embora o patrono da diocese seja São Tiago Menor Apóstolo, cuja festividade é celebrada no dia 3 de Maio, o titular da Catedral é Nossa Senhora da Graça, com comemoração obrigatória no dia 15 de agosto. A diocese faz parte da Conferência Episcopal do Senegal, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

História[editar | editar código-fonte]

O arquipélago de Cabo Verde foi descoberto em meados do século XV e a presença cristã estabeleceu-se com a progressiva colonização das ilhas. A evangelização dos territórios ultramarinos de Portugal foi confiada à Ordem de Cristo, que governava o arquipélago a partir da sede em Tomar. Na verdade, os primeiros missionários a chegar junto com os colonos em 1462 foram dois franciscanos, Frei Rogério e Frei Jaime, aos quais se juntou um dominicano em 1473, Frei João.[2]

Das ilhas de Cabo Verde passaram os navios portugueses que transportavam escravos africanos para o Brasil e a América do Norte; os missionários dirigiram-se a eles e em 1514 e 1516 foram publicadas as primeiras normas relativas ao batismo a ser dado a escravos em navios negreiros.[2]

A diocese foi erigida por desmembramento da Arquidiocese do Funchal a 31 de janeiro de 1533, por meio da bula Pro excellenti præeminentia do Papa Clemente VII, abrangendo então todo o arquipélago de Cabo Verde e Guiné-Bissau. Esta mesma bula instituiu a ereção da Diocese de Goa e assim o Funchal se tornou uma província eclesiástica.[3]

Dos primeiros bispos de Cabo Verde, poucos foram os que estabeleceram a sua sé nas ilhas. O bispo Francisco da Cruz foi o responsável pela construção da catedral em 1556. O seminário diocesano foi criado em 1570, mas teve vida curta porque foi encerrado em 1594.[2] A construção do seminário e do palácio foi obra do Bispo Francisco de São Simão, no final do século XVIII. O atual seminário de São José foi erguido em 1957 pelo Bispo Dom José Filipe do Carmo Colaço.[4]

Em 4 de setembro de 1940, após a assinatura da Concordata entre a Santa Sé e Portugal de 1940, perde território para que fosse constituída a missão Sui Iuris da Guiné-Portuguesa (Guiné-Bissau).[5]

Em 9 de janeiro de 1978, por meio do decreto Quo facilius, a diocese de Cabo Verde foi destituída da província eclesiástica do patriarcado de Lisboa e torna-se imediatamente sujeita à Santa Sé.[6]

Entre 25 e 27 de janeiro de 1990 recebeu a visita apostólica do Papa João Paulo II.[7]

Quando a diocese 2003 é de novo dividida, ao ser criada a segunda diocese do país na cidade do Mindelo, passa de facto a ser conhecida por Diocese da Praia, embora oficialmente continue sendo Santiago de Cabo Verde.

Prelados[editar | editar código-fonte]

  1. D. Frei Brás Neto, O.F.M. (1533-1538)
  2. D. João (I) Parvi (1538-1546)
  3. D. Francisco (I) da Cruz, O.A.D. (1553-1574)
  4. D. Bartolomeu Leitão (1572-1587)
  5. D. Frei Pedro (I) Brandão, O. Carm. (1588-1608)
  6. D. Luís Pereira de Miranda (1608-1610])
  7. D. Frei Sebastião da Ascensão, O.P. (1611-1614)
  8. D. Manuel Afonso de Guerra (1616-1624)
  9. D. Frei Lourenço Garro, O. Cristo (1625-1646)
  10. D. Frei Fabião dos Reis, O.C.D. (1672-1674)
  11. D. Frei António (I) de São Dionísio, O.F.M. (1675-1684)
  12. D. Frei Vitoriano do Porto, O.F.M. (1687-1705)
  13. D. Frei Francisco (II) de Santo Agostinho, T.O.R. (1708-1719)
  14. D. Frei José (I) de Santa Maria de Jesus, O.F.M. (1721-1736)
  15. D. Frei João (II) de Faro, O.F.M. (1738-1741)
  16. D. Frei João (III) de Moreira, O.F.M. (1742-1747)
  17. D. Frei Pedro (II) Jacinto Valente, O. Cristo (1753-1774)
  18. D. Frei Francisco (III) de São Simão, O.F.M. (1779-1783)
  19. D. Frei Cristóvão de São Boaventura, O.F.M. (1785-1798)
  20. D. Frei Silvestre de Maria Santíssima (Santa Maria), O.F.M. (1802-1813)
  21. D. Frei Jerónimo do Barco da Soledade, O.F.M. (1820-1831)
  22. D. João (IV) Henriques Moniz (1845-1847)
  23. D. Patrício Xavier de Moura e Brito (1848-1859)
  24. D. Frei João (V) Crisóstomo de Amorim Pessoa, O.F.M. (1860-1861)
  25. D. Frei José (II) Luís Alves Feijó, O.SS.T. (1865-1871)
  26. D. José (III) Dias Correia de Carvalho (1871-1883)
  27. D. Joaquim (I) Augusto de Barros (1884-1904)
  28. D. António (II) Moutinho (1904-1909)
  29. D. José (IV) Alves Martins (1910-1935)
  30. D. Frei Joaquim (II) Rafael Maria da Assunção Pitinho, O.F.M. (1935-1940)
  31. D. Faustino Moreira dos Santos, C.S.Sp. (1941-1955)
  32. D. José (V) Filipe do Carmo Colaço (1956-1975)
  33. D. Paulino do Livramento Évora, C.S.Sp. (1975-2009)
  34. D. Arlindo Gomes Furtado (2009-presente)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Dados atualizados no Catholic Hierarchy, 2017
  2. a b c Rema, pág. 280
  3. Bula Pro excellenti præeminentia, em Bullarium patronatus Portugalliae regum in ecclesiis Africae, Asiae atque Oceaniae, Tomo I, págs. 141-142 (em latim)
  4. Rema, pág. 281
  5. Concordata de 1940 no Wikisource.
  6. Decreto Quo facilius, AAS 70 (1978), p. 266. (em latim)
  7. «Viagem Apostólica a Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mali, Burkina Faso e Chade (25 de janeiro a 1° de fevereiro de 1990)» 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]