Discussão:Caspar David Friedrich

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Último comentário: 3 de fevereiro de 2013 de Tetraktys no tópico Sugestão de alteração

Sugestão de alteração[editar código-fonte]

Tenho uma pequena sugestão: quando Friedrich representa as paisagens, em sua pintura, ele não desejava apenas incitar um "sentimento religioso" - o que segundo da a entender o artigo - que o distinguia da pintura neoclássica. A questão para Friedrich, e num aspecto mais amplo para a pintura romântica alemã, era não representar a "realidade" já dada, buscando uma objetividade na representação, tornando-a um "ambiente magnífico", mas, sobretudo, imprimir na própria paisagem o pintor (e o observador). A beleza na paisagem deveria ser construída pelo pintor e não descoberta, como da a entender o artigo quando diz: "mas fazia daquela beleza uma ponte para uma reunião sublime entre o observador solitário e o ambiente magnífico". A beleza, embora fosse fruto de adoração pelos românticos, não era um dado natural e universal. Ela era relativa aos povos, aos indivíduos conforme Herder defendia...

Como diz Carlo Giulio Argan, as paisagens de Friedrich não encontram a beleza na natureza, mas a cria como se ela fosse um poema uma lied.

Referências:

ARGAN, G. C. Arte Moderna. Do Iluminismo aos Movimentos Contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

BERLIN, I. Vico e Herder. Brasilia: Editora Universidade de Brasília, 1982.

FRIEDRICH, C. D. Considerações acerca de uma coleção de pinturas de artistas em grande parte ainda vivos ou recentemente mortos (1830). In: A Pintura. Vol. 5: Da imitação à expressão. Org. Jacqueline Lichtenstein. São Paulo: Editora 34, ano, pp. 105-109.

GOMBRICH, E. H. A História da Arte, Rio de Janeiro: LTC, 2009.

GUINSBURG, J. (org.). O Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 2008.

prezado anônimo, obrigado pela sua observação, mas temo que caia em contradição com o que o próprio pintor declarou: "o artista devia não só pintar aquilo que vê diante de si, mas também o que vê dentro de si". fica evidente que ele prestigiava tanto o que estava no mundo externo quanto o que punha de si na construção da paisagem. além disso, não se diz que a inclinação mística fosse uma motivação exclusiva, mas sim que constitui um dos elementos de sua originalidade: "Uma das características mais originais de sua obra". por fim, a passagem está referenciada, e por isso permanece válida. suas sugestões são interessantes como interpretações críticas, e se vc se dispuser a tal, sugiro que acrescente vc mesmo essas visões, referenciando-as devidamente, como uma das muitas análises que a obra do mestre sofreu ao longo do tempo, e não como a única interpretação possível ou a definitiva. como vc parece ser versado em arte, deve saber que neste território tudo é muito subjetivo. abz! Tetraktys (discussão) 00h31min de 3 de fevereiro de 2013 (UTC)Responder

continuando...[editar código-fonte]

Olá Tetraktys, infelizmente eu ainda sou bastante "newbie" no wikipédia e jamais me atreveria a editar o texto referenciado, pois ele está muito bom.

Eu já li o texto em que Friedrich afirma que o pintor não deve pintar somente o que vê na exterioridade, mas projetar no exterior o seu próprio interior. A questão, a que me atenho, é que para Friedrich como para outros românticos, como Fichte, por exemplo, o exterior não era uma verdade universal e neutra, pois o seu acesso só poderia acontecer por intermédio do "EU" (tipicamnente romântico).

Não sei se é preciosismo da minha parte, mas o artigo da a entender que Friedrich concebia a natureza como exterior ao homem, no entanto, ele não a vê assim, ele a vê como uma construção do EU soberano. A inspiração para suas paisagens não estavam no exterior, na natureza, mas no "coração", como ele mesmo dizia. Em outro ponto do texto supracitado Friedrich diz:

"Feche os olhos de seu corpo para que primeiramente veja seu quadro com os olhos do espírito. Então traga à luz o que via no escuro para que a sua visão aja sobre outros de fora para dentro [...]" Abraços! Rgm1985

FRIEDRICH, C. D. Considerações acerca de uma coleção de pinturas de artistas em grande parte ainda vivos ou recentemente mortos (1830). In: A Pintura. Vol. 5: Da imitação à expressão. Org. Jacqueline Lichtenstein. São Paulo: Editora 34, ano, pp. 105-109.