Discussão:Feijão tropeiro

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Último comentário: 27 de agosto de 2010 de Lima Pereira

Há muito, muito tempo, eu tentei editar esse artigo, mas houve uma reação tão forte às minhas tentativas de adequá-lo, que eu preferi desistir. Vejo que continua a reinar aí uma tremenda confusão ente o que seja comida caipira, cozinha mineira, cozinha paulista e comida de tropeiros. Sobre a cozinha caipira não vou discorrer nesta discussão, pois sei que vou ferir as susceptibilidades de um editor que se denomina "duplamente caipira" e que não gosta, mas não gosta mesmo, de ver o "seu" território "invadido". Mas dizer que a receita aí colocada é "aquela feita antigamente pelos cozinheiros das tropas, que se encarregavam de levar o gado", parece-me ser, como já ouvi dizer por um mineiro de Lagoa da Prata, "um pouco meio muito demais da conta". Quando se prepara hoje o feijão tropeiro - ou, mais corretamente, feijão-de-tropeiro, é justo utilizar ingredientes que abrilhantam o prato, mas que não estavam disponíveis para os bravos cozinheiros das tropas. Imaginar que eles dispusessem de ovos, cebolas, cheiro-verde, alho, é fazer pouco caso da vida dura que levavam aqueles heróis humildes. O prato nasceu exatamente da condição de privação que lhes caracterizava o dia-a-dia. Seus ingredientes não foram escolhidos por gosto, eram aquilo que eles podiam transportar, com menor risco de perecimento, durante viagens que duravam meses, sem data prevista para retorno: feijão, toucinho salgado (nunca defumado) e o sal, produto raro e caro naqueles tempos, mas que eles levavam para manter vivo o gado, que não sobrevive sem ele. Era um sal bruto, impuro, empedrado, que hoje seria proscrito pela Saúde Pública. E mais nada. Algumas vezes, uma bondosa e hipotética Dona Maria, ou um possível "Seu" Joaquim, encontrados pelo caminho, possam generosamente ter-lhes ofertado uns ovitos ou um dente de alho, mas esse luxo estava bem longe de ser rotineiro... Sugiro, mais uma vez, a leitura do livro de Aluísio de Almeida, "Vida e morte do tropeiro". Está esgotado, mas pode ser encontrado em bibliotecas e nos "sebos" de todo o Brasil. --Limper (discussão) 18h06min de 23 de Junho de 2008 (UTC)