Discussão:Filho de Deus

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O artigo faz afirmações incorretas ao dizer que a idéia do nascimento virginal é estranha às Escrituras, visto que Isaías afirma: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel (Is 7.14)

Resposta:

O que o texto de Isaías citado quer dizer é que Deus operaria um milagre e uma almah = moça jovem antes de se casar, presumivelmente virgem, iria conceber, não quer dizer que o Deus Altíssimo tenha coabitado fisicamente com ela colocando sua semente nela.

O Deus Altíssimo assim como criou o Homem do pó da terra, pode por milagre fazer uma virgem conceber e dar a luz a um filho.

O artigo aborda a questão do Filho de Deus sob a ótica da aliança da messianidade, ou da realeza, com a dinastia de Davi com as citações bíblicas dando respaldo. Convido o interlocutor a também apontar textos bíblicos contrariando a nossa tese.

Vamos assinar nossos comentários, hein?

A discussão não cabe numa enciclopédia, pois claramente o autor faz proselitismo da sua religião, o espiritismo. Acredito que o artigo tem tantos defeitos que não daria nem para ser Wikificado. Claro que há um núcleo bem interessante, mas a discussão, obviamente, cai rapidamente para o lado religioso

--Lúcio Amaral 05:19, 11 Setembro 2006 (UTC)Lùcio Amaral, 11 de setembro de 2006

Prezado Lúcio,
Se o amigo é católico ou evangélico, peço que enriqueça o artigo com argumentos de sua religião, argumentos esses que eu sei que não são poucos. Quem criou o artigo não foi um espírita. Eu só acrescentei a posição espírita em um artigo que só falava do conceito existente no Império Romano e nos manuscritos do Mar Morto e nada falava das posições católica e evangélica. A crítica espírita, além disso, não está grande. O que falta é a posição dos que defendem Jesus como filho único de Deus. Um abraço, Renato Costa 11:26, 11 Setembro 2006 (UTC)

O texto abaixo estava no artigo. Depois da sua reformulação, alguma coisa pode (e deve) ser aproveitada.

Citação: Artigo escreveu: «1.Qumram

O termo "filho de Deus" também aparece nos pergaminhos do Mar Morto.

É importante sabermos qual é a perspectiva do termo bíblico Filho de Deus, e que se reflete no que se refere a Jesus de Nazaré.

A idéia de um Filho de Deus no sentido biológico é alheia à idéia da Bíblia, provavelmente esta teoria de uma filiação biológica tenha surgido como produto de uma influência helênica, na qual existem as figuras de deuses e semi-deuses.

Porém, muito antes da influência helênica no judaísmo e no cristianismo, no Segundo Livro de Samuel Capítulo 7, o SENHOR, tendo visto que o rei Davi estava em sua casa, descansando de todos seus inimigos ao redor, concedeu a Natã, o profeta a ordem dizer ao rei algumas palavras. A mensagem falava da sucessão de Davi, como consta em II Samuel 7:12-17.

Percebemos que os reis de Israel da dinastia de Davi, se seguissem os preceitos do SENHOR, seriam considerados como Seus Filhos.

No Salmo 2, que fala da entronização do rei de Israel, nos versos 6 e 7 diz:

Salmos 2:6-7 Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.

Vejam, se o texto de Salmo 2 tivesse falando num sentido biológico, teríamos uma incoerência, pois alguém está constituindo o Rei, no mesmo dia em que o está gerando.

No livro Atos dos Apóstolos, existe uma referência direta ao Salmo 2:

Atos 13:33 como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.

Note a Unção de Jesus de Nazaré, ou seja sua Imersão (Tevilah, Baptismos) como relatado nos evangelhos, como lemos:

Mateus 3:16 - 17 Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Fica evidente que Quando Deus se referiu a Jesus de Nazaré como Seu Filho, o fazia, por Ele ser O Messias, portanto rei de Israel, e não como um semi-deus criado.

2.Evangelho de Lucas

Segundo o Evangelho de Lucas, na anunciação foi dito a Maria que o seu filho seria "Filho de Deus".

Porém essa noção de Filho de Deus está ligada ao contexto de messianidade de Jesus, como rei de Israel seria assim coroado, note que ao mesmo tempo que fala 'Fiho do Altíssimo' também fala que Davi seria seu pai, o termo pai é aqui empregado como ascendente, Jesus representa a dinastia de Davi (que é descendente de Judá, portanto a dinastia de Judá)foi profetizado que de Judá não seria tirado o cetro:

GN 49:10 - "O cetro não se arredará de Judá,nem o bastão de entre seus pés,até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos."

O texto de Lucas menciona que Jesus era descendente de Judá:

LC 3:33 - "Naassom, filho de Aminadabe, Aminadabe, filho de Admim, Admim, filho de Arni, Arni, filho de Esrom, este, filho de Perez, filho de Judá;"

Ainda vemos em relação a isto que a aliança da messianidade foi ratificada com o descendente de Judá, o que ocuparia o trono de Davi:

IS 9:7 - "para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto."

No Livro de Mateus, temos:

MT 1:1 - "Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão."

Voltemos à abordagem, vejamos o contexto da citação de Lucas:

Lucas 2:31-33 "E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pór-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim."

Várias religiões crêem que Jesus é o filho de Deus. Como a frase de Tomé: "Meu senhor e meu Deus!", e no início do envagelho de João: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".

Apesar desta comum crença, existe um tom de helenismo nisso, o que disvirtua do foco bíblico, pois o helenismo bem como outras teologias pagãs acreditam numa possibilidade de o homem vir a tornar-se um deus, o contato entre o homem e deus, dentro desta perspectiva é de baixo para cima, ou seja o homem consegue alcançar o local dos deuses, tornando-se como um deles, e isso é feito por méritos humanos, por isso Agostinho retoma Platão ao mencionar a dicotomia do mundo dos homens e o mundo dos céus, a santidade seria possível desde que houvesse a desvinculação deste mundo dos homens, e o faziam (e ainda fazem)através da clausura, do celibato etc. Nesse ponto de vista Jesus torna-se um deus.

Porém dentro da perspectiva bíblica da aliança da realeza, ou da messianidade, Fala-se numa religião em que o contato é Deus-homem, ou seja, Deus pode se esvaziar de Sua Infinidade, e abaixar até o homem, tornando-se um homem, dentro do ponto de vista bíblico Deus se torna Jesus.

“Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8)

Dentro do entendimento monoteísta, os Seguidores do Deus Altíssimo, crêem que não é possível ao homem tornar-se um deus, mas como visto no texto citado, tanto é possível, como ocorreu, o Deus Altíssimo se esvaziou e tornou-Se um homem.

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (João 1:14)

3.Filho de Deus na Visão Espírita

Ao ensinar-nos a orar, Jesus inciou a prece dizendo "Pai nosso" e não "meu Pai".

Ao encontrar-se em espírito com Maria de Magdala após sua crucificação, Jesus disse a ela que não o tocasse pois ainda não havia subido ao Pai, recomendando a ela "Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus." (Jo 20:17)

Constata-se, ainda, pela leitura dos evangelhos, que era freqüente Jesus dirigir-se ao povo referindo-se a Deus como "vosso Pai", como o fez nos casos a seguir:

  • "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus." (Mt 5:48)
  • "Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas." (Lc 12:30)
  • "Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai." (Mt 10:29)
  • "Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?" (Mt 7:11)

Essas passagens mostram que Jesus não se considerava filho único de Deus mas filho de Deus como todos nós. E mais, como não é possível a um homem ser pai biológico de toda a humanidade, é evidente que Jesus se referia a Deus como pai no sentido amplo, isto é, no mesmo sentido como Deus é entendido pela Doutrina Espírita, qual seja, a causa primária de todos os seres e de todas as coisas.

Esse entendimento de Deus como pai no sentido amplo implica no de sermos todos irmãos e irmãs, também no sentido amplo. Quem teve essa percepção e a expressou constantemente foi Francisco de Assis que chamava a todos os seres e a todas as coisas de irmão ou irmã.»