Discussão:João I de Castela

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Último comentário: 11 de março de 2010 de Jorge alo

João I de Castela nunca foi pretendente ao trono de Portugal, o que ele «pretendeu», como atesta o seu testamento datado de 21 de Julho de 1385, em Celorico da Beira, foi anexar Portugal a Castela e Leão. Se bem que ele exprima as suas dúvidas nesse documento quanto a quem seria o verdadeiro soberano, se ele, se a mulher, Beatriz de Portugal, é claro como água que, caso fosse ele o soberano reconhecido, os reinos seriam herdados como um todo pelo seu filho Henrique. Moral da História: acabava-se com ele e depois por sucessão, para Henrique, com o trono português. Já agora, o que João I de Castela diz no testamento arruma com a peregrina tese de que o Mestre de Avis teria usurpado o direito ao trono da sua sobrinha Beatriz. Como se constata pela sua leitura, quem pôs em causa a possibilidade de Beatriz ser Rainha de Portugal foi o próprio João I de Castela, pois transformou a posição firme que ela tinha como herdeira do trono de Portugal no tratado de casamento de Salvaterra de Magos, no melhor dos casos para Beatriz, numa mera hipótese. Ou seja,no mínimo, pôs em dúvida os direitos da mulher. Mas isto foi em 1385. Antes, em 1383 e 1384, o rei castelhano afirmou por diversas vezes que ele era o verdadeiro soberano de Portugal, anexado aos seus senhorios sem Cortes portuguesas próprias nem Regedor nem Governador nem nada. Se calhar o que lhe fez nascer as dúvidas, em 1385, foram acontecimentos como a libertação de quase todo o Entre Douro e Minho e a aniquilação da hoste castelhana em Trancoso, na Beira Alta. E em tal hipótese, as dúvidas só lhe teriam surgido pela própria acção de resistência de João I de Portugal e dos portugueses.

Em suma, não foi um pretendente ao trono português, mas sim um pretendente à destruição do trono independente de Portugal. E não me parece que seja próprio substituir o erro pela verdade histórica na caixa existente: pretendente à destruição desse trono independente, quando, ademais, tal informação já é dada no texto do artigo. Portanto, vou eliminar a caixa do «pretendente».

Por último, aqui fica um convite: se ainda houver na Wikipedia algum defensor da tese de que D. João I de Portugal foi um usurpador e não um defensor do trono independente de Portugal, trono esse que caberia, sim, «de todo o direito», a Beatriz ou João I de Castela, gostaria que me explicasse, em face, já não digo mais, do testamento de João I de Castela, como é que os portugueses teriam de ser forçados a aceitar uma rainha que, na melhor das hipóteses, não se sabia bem se era a sua rainha ou não, um assunto que, também no melhor dos casos, havia de resolver-se não por decisão dos portugueses mas por sentença do antipapa Clemente, ou, em alternativa, seriam obrigados a reconhecer um rei que lhes queria destruir as suas Cortes e a independência «com toda a legitimidade».Jorge alo (discussão) 20h51min de 11 de março de 2010 (UTC)Responder

Uma coisa que me ia esquecendo: era um truque de ilusionismo ter indicado a pretensão ao trono de Portugal a seguir ao senhorios de Lara e Biscaia. No título de João I de Castela, Portugal vinha entre o reino de Castela e de Leão e o de Toledo, não vinha após os senhorios de Lara e Biscaia. E enquanto, por exemplo, a Biscaia tinha instituições próprias, que o rei de Castela tinha que respeitar, aonde esteve o seu respeito pela instituição própria de Portugal, as Cortes portuguesas, que jurou ouvir em caso de alteração do quadro político de governo independente definido pelo Tratado de Salvaterra? O que tornaria lícito defender que João I de Castela desejava manter Portugal como reino e entidade política própria,com maior ou menor autonomia,já nem digo independência, seria o seu reconhecimento da existência dumas Cortes portuguesas, ora o que se verificou foi precisamente o contrário. Aliás, o colega Wikipedista que criou a caixa3 manipulou o título de João I de Castela para lhe poder inventar esse outro título de pretendente. Quem lhe deu tal título foi o prezado colega. Eu discordo que a Wikipedia sirva para Wikipedistas conferirem títulos. É uma enciclopédia não é uma chancelaria de titulaturas. Se o colega quer levantar questões ou hipóteses que sejam defensáveis, por mim, muito bem, dou-lhe todo o meu apoio. Por exemplo, apesar de achar e ter apresentado fundamentação de que o infante Miguel não passa duma fraude histórica, deixei-o no cabeçalho junto com uma interrogação. Não vem mal ao mundo duma muito provável fraude ser assim indicada, sendo para mais seguro que alguns historiógrafos caíram nessa esparrela. Porém, quanto a distribuições de títulos, não conte comigo.Jorge alo (discussão) 22h16min de 11 de março de 2010 (UTC)Responder