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Discussão:José Ribeiro do Amaral

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Último comentário: 12 de janeiro de 2023 de 138.117.37.250 no tópico FUNDAÇÃO DE BELÉM DO PARÁ

FUNDAÇÃO DE BELÉM DO PARÁ[editar código-fonte]

OBRA DE RIBEIRO DO AMARAL SOBRE FUNDAÇÃO DE BELÉM.

Apesar da vasta literatura que se conhece sobre a fundação de Belém do Pará, a 12 de janeiro de 1616, a história da capital ainda precisa ser popularizada, principalmente nas escolas. E, sem dúvida, mais detalhes precisam ganhar luz.

Na bibliografia sobre a capital paraense destaca-se a obra de Ribeiro do Amaral, publicada 77 anos após seu falecimento: “Fundação de Belém do Grão Pará – Jornada de Francisco Caldeira de Castelo Branco em 1616” .

O livro foi premiado pela prefeitura de Belém, que em abril de 1915 publicou um edital de “concorrência para elaboração de detalhada memória histórica” da fundação da capital do Pará, para comorar os 300 anos de fundação da metrópole paraense.

O concurso premiou a obra de Ribeiro do Amaral, que por carta datada de dois de julho de 1915, assinada por Inácio Moura, presidente do Comitê do Tricentenário, foi convidado para assistir aos festejos que iniciariam em dezembro do mesmo ano.

O historiador maranhense, em nota de abertura do livro, dá a entender que a carta de Moura o induziu a disputar o concurso. E, assim, ele atendeu às clausulas 1ª e 2ª do edital. “Precisamos (consultou), com documentos, autênticos alguns deles, senão inéditos, muito pouco conhecidos ainda hoje, a outros já publicados, a data da partida da esquadrilha (de Castelo Branco), do Maranhão, e a da sua provável chegada e fundação do primeiro estabelecimento (o Forte do Castelo) português no Pará; fazendo acompanhar tudo isso dos mais detalhados e minuciosos esclarecimentos possíveis; não só sobre o pessoal da expedição, pilotos e comandantes das embarcações, seus roteiros de viagem e notas das ocorrências da jornada, mas ainda, e principalmente sobre a provável data da chegada dos expedicionários, desembarque (na Baía do Guajará), exploração realizada e fundação da cidade”.

Escreveu Amaral: “Possa este trabalho merecer a aprovação dos santos e, de qualquer modo, contribuir para o maior esplendor das festas que se vão celebrar, e dar-nos-emos por mais que compensados de todos o não pequeno esforço que nele pusemos – São Luiz do Maranhão, oito de dezembro de 1915”.

Se o escritor participou dos festejos em Belém, não se tem notícia (até agora), mas o fato é que o livro nunca foi publicado. Só saiu do prelo da editora do Senado Federal, em 2004, por iniciativa do ex-presidente da República, José Sarney, que assina o prefácio.

O manuscrito de Ribeiro do Amaral permaneceu na Biblioteca Municipal de São Luís até 1951, quando foi entregue à família do historiador. E foi Elozine Amaral, viúva do Odorico Amaral de Matos, filho de Amaral, quem integrou os manuscritos a José Sarney. “Foi depois da morte do marido que ela encontrou, entre seus documentos, este estudo, que deixa o ineditismo. Sem dúvida, contribuição muito importante à história de Belém do Pará” – informa José Sarney.

Embora o autor diga que fez uma volumosa pesquisa, “as notícias da jornada de Francisco Caldeira de Castelo Branco foram “escassas, apagadas e, sobretudo, muitíssimo incompletas; tão escassas e apagadas que por dilatadíssimos anos laboraram os mais conspícuos dos nossos historiadores no mais deplorável de todos os enganos sobre a verdadeira data da sua partida do Maranhão e, ainda agora, volvidos três séculos já, e, infelizmente, de todo, o dia certo, preciso da sua chegada ao sítio escolhido (o promontório onde edificaram o forte, hoje um museu que pontua o conjunto histórico de Belém chamado de Feliz Lusitânia ) e que, logo após, receberia o nome de Nossa Senhora de Belém”.

A obra do historiador maranhense é, realmente, de uma riqueza fabulosa para a historiografia tanto do Pará quanto do Maranhão. Deveria fazer parte da biblioteca das escolas dos dois Estados.

Nesse livro fica-se sabendo, por exemplo, que a caravana de Castelo foi formada por 150 homens (talvez por falta de revisão, à página 36 consta que foi integrada por “cinquenta 50 homens em três embarcações”, carregadas de “novas amarras” e “mantimentos para cinco meses”. E que partiu do Porto de São Luiz no Dia de Natal.

Amaral remete a duas informações que se referem á chegada de Castelo Branco no dia três de dezembro de 1615. Ele contesta veementemente citando documentos que revelam que o fundador de Belém ainda se encontrava em São Luiz, no início de dezembro de 1615.

Curiosamente, ele não confirma que 12 de janeiro foi o dia em que ocorreu a fundação de Belém, celebrada como data oficial da efeméride. Mas confirma a data da partida: ”O nome de Belém naturalmente deu-lhe Caldeira em memória do dia 25 de dezembro, sob cujos auspícios desferrara a expedição do porto de São Luiz”. E faz indagações insuspeitas:

“Qual, porém, a data da sua chegada, em que dia, sim, teria aportado Francisco Caldeira, ao local, onde se ostenta hoje a formosíssima Belém do Pará?”

“É a pergunta essa que, primeira, muito naturalmente, acudirá ao espírito de todos os que se acham empenhados neste grandioso certame” (referia-se ao concurso de 1915).

Ele diz (pag. 73) que “positivamente” não sabia, pois “o cronista da expedição guardou o mais profundo e absoluto silêncio sobre essa data magna, bem como sobre tantíssimas coisas outras referentes a esta impressionante jornada”.

138.117.37.250 (discussão) 21h27min de 12 de janeiro de 2023 (UTC)Responder