Discussão:Língua gestual portuguesa

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Último comentário: 13 de janeiro de 2022 de JMagalhães no tópico A suposta (e falsa) oficialidade da LGP

Língua de surdos ou de surdos-mudos?[editar código-fonte]

Dado que, em maioria, o surdo é também mudo, particularmente se a surdez é congênita, não será razoável expressar surdo-mudo no lugar de surdo? Pois o ser humano fisiologica e psiquicamente normal aprende a falar por aprender a ouvir...

EgídioCampos Diz ,

2007.01.30, 20:45 UTC.

  • Caro editor, sou brasileiro e trabalho com a LIBRAS e os surdos, há alguns anos. Aqui no Brasil, tudo que se refere a língua de Sinais, deixamos que os próprios surdos opinem e dêem sua decisão final. Como um todo, eles defendem que ao chama-los de surdo-mudos, estaríamos sendo preconceituosos, visto que eles falam, e falam muito através de suas mãos. abraço, Marcos msg 21:43, 30 Janeiro 2007 (UTC).
Ver resposta sob tópico "Re: LGP: Língua de surdos ou de surdos-mudos?". Belanidia 22:57, 30 Janeiro 2007 (UTC)

LIBRAS, LGP e outras gestuais: modestas considerações![editar código-fonte]

Caro(a) editor(a),

**Antescriptum: embora brasileiro eu, perdoa-me, se achares necessário, o haver escolhido, aqui e ali, o "Português do Tu", em detrimento do certamente também belíssimo "Português do Você". Perdoa-me os interwikis em vermelho . Perdoa-me, enfim, o atrevimento do leigo (sou eu!).

Muito bem, tendo feito o "comentário-consulta" anterior (2007.01.30, 20:45 UTC), e considerando detidamente as ali declinadas palavras (que, já o disse, muito me esclareceram...), acode-me, entretanto, fazer algumas observações que creio serem úteis na conformação das idéias.

Aos entendidos, quiçá especialistas em — diga-se, provisoriamente — "línguas de sinais para surdos" (haverá outra nomenclatura melhor nos cânones da "Última flor do lácio, inculta e bela"? E no estrangeiro?). Tenho visto, por exemplo:

  1. Em Espanhol: Lengua de señas;
  2. Em Francês: Langue des signes;
  3. Em Inglês: Sign language

Enfim, parece haver certa preferência pela expressão "língua de sinais", conquanto seja ela também, per se, um tanto quanto imprópria, meritum causæ. Com efeito, "sinais de fumaça entre nativos ou outros", "sinais de sinalizadores pirotécnicos para fins de busca e salvamento", "sinais de tambores", "sinais de olhares entre pessoas que se desejam aproximar" etc., dentre tantos e variadíssimos outros exemplos, constituem, embrionária ou já organicamente diversas e tantas "línguas de sinais". De modo que, a se referir a uma língua especificamente voltada à comunicação dos surdos entre si e com os demais, parece mais razoável a expressão "língua de surdos", que não se tome, de forma alguma, por pejorativa!...

São observações de ordem estritamente lógica linear de primeiro grau, atinentes aos níveis:

  • conceitual;
  • consistente-lógico ou estrutural;

Compreendo que, a ser a "língua de surdos" o seu (deles...) modo de se comunicarem entre si e com os demais, hão de ser eles os melhores, senão os primeiros especialistas. A "língua de surdos", afinal, é-lhes proprietária — quando nada, mais do que a qualquer outro!

Essa ressalva feita, vamos a algumas considerações, tanto quanto possível estruturadas e ordenadas:

  • DE ORDEM CONCEITUAL:
  1. Comunicação: ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual; (Engenharia Eletrônica: transmissão de informação de um ponto a outro por meio de sinais em fios, ou de ondas eletromagnéticas; Teoria da Informação: transmissão de mensagem entre uma fonte e um destinatário, distintos no tempo e/ou no espaço, utilizando um código comum);
  2. Meio de comunicação: o ambiente espaço temporal no qual se dá a comunicação;
  3. Canal de comunicação: a circunscrição de fronteira, dentro do meio de comunicação, utilizada para a comunicação;
  4. Conteúdo da comunicação ou Mensagem: a informação intentada na comunicação;
  5. Código de comunicação: o conjunto de signos, significantes e significados, munido de leis de composição, ou sintaxe adequad(o,a,s);
  6. Emissor de comunicação: que ou quem origina a mensagem;
  7. Receptor de comunicação: o a que ou a quem se destina a mensagem;
  8. Interferência de comunicação ou Ruído: ocorrência indesejada, endógena ou exógena, a afetar o conteúdo da mensagem;
  9. Emitir comunicação: originar mensagem;
  10. Falar: stricto sensu e originariamente, significa emitir sons, de modo pré-codificado e convencionado, num sistema sinal ("sígnico") definido e estruturado, com o fim de prover comunicação de u’a mensagem, esta de um emissor (o "falante") com destino a um receptor (o "ouvinte"). Essa, contudo, é a compreensão originária, restrita, stricto sensu. A compreensão não-originária, mais ampla, lato sensu, implica conceber "falar" com significado necessariamente extensivo, de modo a contemplar outras falas, não só a vocal.
  11. Transmitir comunicação: enviar comunicação através de um meio;
  12. Transmissão de comunicação: processo consistente em levar uma informação através de um meio;
  13. Recepção: ato ou efeito de receber a mensagem;
  14. Receber comunicação: captar o conteúdo transmitido pelo emissor;
  15. Ouvir: o mesmo, lato sensu, que receber comunicação. Stricto sensu, captar mensagem vocal emitida por alguém. Aqui, também, lato sensu — e por dual correspondência com falar, deve-se compreender "ouvir" de modo tão extensivo que abarque outras audições.
  16. Mudo, em princípio, e lato sensu, é aquele que não fala (o que quer que signifique isso). Preciso deixar claro aqui que não estou pretendendo fazer "jogo de idéias e/ou palavras". Nem o estou querendo induzir. Não! As considerações aqui são inteiramente sérias e respeitosas. [A questão de serem ou não serem "corretas", sob o atual paradigma são outros quinhentos]. Claro está que, no domínio humano, falando-se de mudo estar-se-á referindo um ser humano que é dotado de tal peculiaridade de não emitir som vocal, quer por não poder (achar-se impossibilitado psicossomaticamente) quer por não querer (...). Isso esclarecido, e considerando-se que há o mudo que não fala (no sentido de "não emite sons valendo-se das cordas vocais"), quer seja por defeito fisiológico local, quer por defeito neurológico local, encefálico ou sistêmico, quer seja por bloqueio psíquico congênito ou adquirido (traumático...), porém expressa-se, comunica-se de alguma forma outra, não vocal, esse "mudo" não é mudo! Pois fala, lato sensu, ele fala! Então, porque chamá-lo mudo? Mesmo em casos algo raros como os de Helen Keller, a extraordinária, se, de algum modo, qualquer que seja, dá-se a comunicação, lato sensu não se pode falar em mudez, surdez ou cegueira. Helen Keller, com efeito — e para todos os efeitos! — ela falava e ouvia e... via! Naturalmente, a seu modo, mas ela se comunicava. Eventualmente, e em muitos níveis, de modo muito melhor (melhor: o que será isso?!...) que nós outros...
  17. Surdo, em princípio, e lato sensu, é aquele que não ouve (o que quer que signifique isso). Originariamente, surdez não podia ser comprovada, diagnosticada de modo inequívoco. Hoje, bem, ressalvadas incertezas cautelares, quase-sempre se podem fazer diagnósticos precisos sobre o "ser ou não ser surdo", data venia, Shakespeare.

Ora, já que — munidos de uma idiossincrásica língua — os surdos... recebem a mensagem que lhes é destinada por outrem. Então, por consistência lógica, os surdos não são surdos! Logo, chamar-lhes "surdos" vem a ser, também — ou pode vir a ser — espécie de discriminação, pré-conceito (como quer que se o conceba). Vem a ser uma absoluta inconsistência lógica. Entendes o que estou a explicar? Concordas?

Assim, voltamos à estaca zero em base conceitual. Quer parecer-me que toda essa base conceitual precisaria (nota bem: no futuro do condicional!) ser revista. O que não significa venha a sê-lo. Pois toda uma "cultura lingüística para surdos" acha-se já definida, melhor, várias culturas tais, a se considerarem os vários idiomas e dialetos existentes! Cada qual com seu formato canônico, seu corpo doutrinário, suas regras, sua identidade sistêmica enfim. De qualquer forma, ficam registradas as idéias presentes.

Deixo absoluta e expressamente claro que — dado eu não ser surdo / mudo / surdo-mudo, em qualquer concepção (exceto, permita-me a liberdade ampla, no domínio espiritual, por questão de auto-reconhecimento, tentativa de humildade...) — deixo claro que não desejo, com estas considerações de um leigo (este sou eu!...), afrontar a boa e santa ordem já de há muito estabelecida na comunidade dos irmãos que são surdos e/ou mudos, de alguma forma, psicossomática todo-inclusiva. Pois são eles que conhecem, mais que nós outros, as suas particulares e peculiares necessidades, o que devemos respeitar.

  • DE ORDEM CONSITENTE-LÓGICA:

Tudo exposto, a se considerar, lato sensu, a comunicação, quer entre seres vivos, quer entre máquinas, ou entre aqueles e estes, ou por estes intermediada, fica — creio-o — suficientemente claro que nomenclaturas diferenciadas poderiam ser criadas para contemplar esse renovado cenário (renovado conceitual e estruturalmente, entenda-se...).

Novamente, aqui devo render-me ao já estabelecido modelo nos seguintes termos:

  • Se útil, porque mudar — a não ser que seja para melhor!...?
  • Em cogitação de mudança, submeta-se-a aos usuários primordiais, neste caso, os surdos;
  • "Em time que está ganhando, não se mexe!" (Ditado popular?);

Por fim, gostaria de convidar-te (já "chovendo no molhado"...) e os editores especializados e/ou interessados no assunto a visitarem (já antes o referi...) os wiki-artigos:

  1. Em Espanhol: Lengua de señas;
  2. Em Francês: Langue des signes;
  3. Em Inglês: Sign language

Já disse Eclesiastes, o Pregador (Capítulo 1º, versículo 2): "Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade."

Logo, fico-me por aqui.

EgídioCampos Diz ,

2007.02.1º, 12:10 UTC.

Re: por Belanidia[editar código-fonte]

Olá

Pertencendo as línguas gestuais aos surdos, eles próprios são quem toma as decisões finais relativamente à sua própria língua. Assim sendo, existem ideias que os surdos defendem, com as quais eu não concordo, mas que, como intérprete que sou, respeito e, de certa maneira, tal é a dedicação que lhes (entenda-se, aos surdos) dou, acabo, com o tempo, eu própria por adoptar como minhas. Como tal, fica assente a ideia de que o surdo não admite que seja mudo (ideia com que eu, por acaso, concordo). Passo a explicar.

Nas considerações que fizeste, Egídio, misturaste dois conceitos, que a meu ver, não podem estar misturados, isto é, o conceito de deficiência física, e o de deficiência simbólica. Como tal, o surdo (o fisicamente surdo), não ouve, ou ouve muito pouco, devidos a problemas auditivos (embora, num outro sentido que lhe deste, possa ouvir, pelo facto de poder entender). Portanto, quando me refiro aos surdos, refiro-me aos fisicamente surdos.

Os mudos, na minha maneira de ver, são os que não falam devido a problemas de deficiência física, neste caso, nas cordas vocais. Não se pode considerar mudo aquele que não aprendeu a falar (assim como não se pode chamar coxo, ou paralítico, àquele que não anda, porque simplesmente não quer, ou não aprendeu a andar, imaginemos). Por exemplo, o surdo pode faz muitos sons com a garganta, ao rir, mesmo ao gestualizar, sem que esses sons tenham qualquer significado, para nós ouvintes. Isso mostra que não são mudos: o mudo não consegue emitir sons, ou tem tem dificuldades em faze-lo (dependendo do grau de deficiência). Ou seja, o problema do mudo não é de linguagem ... é físico, enquanto que o facto de o surdo não falar é um problema de linguagem, de aprendizagem.

Agora, num outro sentido que lhe deste, o surdo pode ouvir, o cego pode ver, o mudo pode falar ... simbolicamente ... com os ouvidos, os olhos e a língua do entendimento, do discernimento. Mas são coisas distintas. E neste ponto, não concordo com a explicação que o Marcos deu (acima) de os surdos não serem mudos porque falam com as mãos (embora concorde com tudo o resto que ele disse). Estamos perante conceitos opostos.

Portanto, quando me refiro ao surdo, no contexto que estamos a considerar, refiro-me ao fisicamente incapacitado de ouvir, por deficiência dos ouvidos.

Quanto à ideia de língua gestual, ou língua de sinais ... ou língua de surdos...! Enfim, eu não invento conceitos, limito-me a falar do que li, do que aprendi, do que os outros já inventaram. Tens razão ao dizer que a maioria dos países se refere à língua que o surdos usam, como língua de sinais. Mas aqui em Portugal não é assim ...no Brasil já é, acho eu! Em Portugal, o correcto é dizer Língua Gestual (por exemplo, uma “palavra” de surdo será um gesto, e não um sinal, como noutros países), agora, pensemos ... se disseres língua dos surdos ... penso que também não estarás errado ... simplesmente não estarás a usar o termo mais correcto. Enfim, não sei bem o que dizer relativamente a este assunto...! No artigo da LGP, seguindo a norma de Portugal, usei os termos que aqui se usam, penso que é assim que deve ser, o que não impede que se incluam, também, as expressões dos outros países; o que achas?

Outra coisa, não sei como é no Brasil, mas aqui em Portugal, tudo o relacionado com os surdos está em constante mudança, desde a gramática da LGP, desde os gestos até mesmo as maneiras de pensar. Portanto, eu estou habituada a ir-me deixando fluir com a maré ... estou habituada a respeitar tudo o que o surdo defende, mesmo que eu não concorde. Ou seja, se amanhã, os surdos me disserem: “a partir de agora, serei considerado surdo-mudo” e “agora as línguas gestuais serão chamadas de língua de surdos”; então eu defenderei essas ideias (note-se que a mim tanto faz que se chame língua de surdos ou outra coisa qualquer ... desde que os surdos usem a mesma expressão). Belanidia 17:10, 1 Fevereiro 2007 (UTC)

Sobre a língua dos surdos[editar código-fonte]

Caro editor EgídioCampos, realmente entendo seu ponto de vista, levando em conta a amplitude da língua portuguesa e o vasto sentido que o termo sinais pode ter em nossa língua e cultura.

Antes de mais nada, gostaria de adiantar-lhe que me deleito nessa Enciclopédia, em poder ler matérias e trocar informações com mentes nobres e intelectuais. É possível que tenha percebido, que não tenho formação acadêmica. Sou sobretudo uma pessoa muito simples, tanto de formação, quanto de personalidade.

Quanto a sua sugestão de uma possível alteração do costumeiro uso de língua de sinais para língua dos surdos, realisticamente, acho improvável que isso ocorra, tendo em vista que o termo já esta bem difundido e defendido entre os surdos, em suas associações, e inclusive fazendo parte da recente oficialização do idioma Língua Brasileira de Sinais.

Como citei acima, não sou acadêmico, nem mesmo em língua de sinais, apenas presto um serviço voluntário e social, como intérprete, ajudando na integração dos surdos à comunidade e à família.

O que tenho aprendido, é basicamente pelo meu convívio com os surdos, estudos pessoais, e um treinamemto básico que recebi das Testemunhas de Jeová.

Fico contente de saber que você, se me permite, o elogio, tão instruído em nossa estimada língua portuguesa, também se interesse e colabore com seus préstimos à cultura dos surdos.

Esperamos boas contribuições de sua parte, da Lúcia Carvalho, e de outros profissionais em LIBRAS, que talvez ainda não tiveram oportunidade de colaborar com estes artigos.

Apenas respondendo a estimada Lúcia, realmente os surdos não falam apenas com as mãos, pois sua comunicação envolve todo o seu espaço, através da expressão facial-corporal, ou seja o uso da face, mãos, e braços, visto que, a forma de expressão visual-espacial das línguas de sinais exige o uso de todo o corpo do sinalizador.

Assim que puder, acrescentarei matérias relevantes, como por exemplo, sobre o trabalho dos intérpretes de língua de sinais, no qual estou pesquisando.

Sintam-se a vontade para colaborar com os artigos relacionados, há muita coisa a ser feito. Estamos apenas começando.

Um abraço, Marcos msg 18:35, 1 Fevereiro 2007 (UTC)


Língua Gestual Portuguesa - Língua (com o seu vocabulário e gramática próprios) de gestos (movimentos decorrentes em determinado espaço e tempo) Portuguesa. Quero sublinhar aqui que é uma Língua de todos os portugueses, é património português e não exclusivo dos surdos ou dos mudos portugueses. É uma Língua que poderia ser aprendida por todos os portugueses e fácilmente praticada em locais onde o ruído não é aconselhável, em momentos em que a distância de vários metros dificulta a comunicação por audição ou em locais em que o ruído sonoro é excessivamente elevado. Mais uma consideração: não ter aprendido a falar não é ser mudo. LS


nota irrelevante[editar código-fonte]

Na frase "Esse pensamento baseia-se em alguns preconceitos errados", me soa como se tivesse preconceito "certo". Nao ha preconceito certo ou errado, a priori, mas aqueles que se comprovam ou aqueles que se negam, ao se tornarem "conceitos". Iso qdo falamos de preconeito no sentido de pre-juizo, pre-idiea, pre-concepcao de algo. Claro que preconceito no sentido de conceito discriminatorio a priori, este sim esta sempre errado. Ideologicamente falndo, pelo menos. Yura (discussão) 14h05min de 14 de abril de 2009 (UTC)Responder

Diferença entre língua e linguagem?[editar código-fonte]

Estabelece-se no texto uma oposição entre os termos "língua gestual" e "linguagem gestual". Em alguns blogs já também vi um cuidado em defender a LGP e a LIBRAS como "línguas" e não "linguagens" gestuais/de sinais. No entanto, tal afirmação é simplesmente pontuada sem, no entanto, explicar a distinção de sentido entre as duas palavras que, até hoje, julgava sinônimas (junto com "idioma"). Alguém entendido desta polêmica teria a possibilidade de elaborar sobre a distinção e quais as conotações que os surdos atribuem a cada uma? Obrigado! --Wtrmute (discussão) 16h47min de 29 de agosto de 2015 (UTC)Responder

Olá @Wtrmute: Sem querer deter-me em profundas questões linguísticas, explicarei o assunto de forma simples. Qual a designação técnica para a língua portuguesa? Linguagem Portuguesa ou Língua Portuguesa? Como é a designação técnica para qualquer outra língua: inglesa, espanhola, russa, etc, etc? Todas elas se chamam "línguas", e não "linguagens" - e ninguém parece estar preocupado com isso nem se propõe que se designe essas línguas de outra forma.
Com a Língua Gestual (ou Língua de Sinais) passa-se exatamente a mesma coisa. As línguas gestuais têm o estatuto de língua, exatamente da mesma forma que a língua portuguesa ou inglesa.
Espero ter esclarecido. Se preferir uma explicação linguística sobre o assunto, esta poderá, no entanto, ser fornecida. Obrigada. BelanidiaMsg 16h37min de 25 de setembro de 2015 (UTC)Responder

A suposta (e falsa) oficialidade da LGP[editar código-fonte]

O artigo diz que a LGP é lingua oficial de Portugal, juntamente com o português e o mirandês. Isto é falso, mais concretamente, é uma interpretação empolada do seu estatuto (e do do mirandês).

A única língua oficial de Portugal é o português. É a Constituição que o diz. A LGP é apenas uma língua que o Estado se compromete a «proteger» e «valorizar» (Art.º 74.º, n.º 2, alínea h) no âmbito da política de ensino — mas o estatuto de «língua oficial» é reservado exclusivamente para o português (Art.º 11.º, n.º 3).

Já agora, no caso do mirandês, ainda menos: a LGP sempre é mencionada na Constituição (mas não com estatuto de língua oficial), o mirandês nem isso. O estatuto legal do mirandês resume-se a uma breve lei (Lei 7/99, de 29d de Janeiro) que reconhece os «direiros linguísticos da comunidade mirandesa», visando «reconhecer e promover» a dita língua; uma vez mais, nada de estatuto de «língua oficial» (nem a nível local, muito menos nacional). As instituições locais «poderão emitir os seus documentos acompanhados de uma versão em língua mirandesa», mas, como se vê pela formulação, essa versão é facultativa (só a portuguesa é obrigatória). Gazilion (discussão) 23h27min de 12 de janeiro de 2022 (UTC)Responder

Alterei a definição. JMagalhães (discussão) 14h50min de 13 de janeiro de 2022 (UTC)Responder